Luiz Loureiro/Agência Primaz
Convocada pelos centros acadêmicos (CA’s) dos cursos da UFOP sediados em Mariana (Letras, História, Pedagogia, Administração, Economia, Jornalismo e Serviço Social), a assembleia unificada reuniu cerca de 150 alunos e alunas no final da tarde desta quarta-feira (29), na Praça da Sé.
Representando o Sindicato Assufop (Associação dos Servidores da UFOP), Thiago Caldeira apresentou o apoio de seu segmento à assembleia dos estudantes e fez considerações sobre a situação decorrente dos cortes anunciados pelo Ministério da Educação. “Os cortes vão afetar os comerciantes da cidade”, alertou Thiago, acrescentando que são 700 trabalhadores terceirizados que estão com seus empregos ameaçados.
Também repassou aos estudantes as informações transmitidas aos diretores das unidades acadêmicas durante reunião do Conselho Universitário, realizada há duas semanas. “As bolsas de iniciação científica e extensão estão garantidas apenas até julho, se não houver reversão dos cortes”, informou. E acrescentou também que de acordo com recomendações do Ministério da Educação, as universidades devem tornar-se auto-suficientes, o que representa a venda de imóveis que não tenham ligação direta com a finalidade didática. “isso inclui as moradias estudantis”, afirmou o representante sindical.
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Linda, recém graduada em Letras, e Mariana, aluna do mesmo curso, participaram da assembleia e são integrantes do Coletivo Rebeldia e também integram um comitê juntamente com professores, sindicatos, representantes de estudantes secundaristas e partidos políticos, para discussões relacionadas às lutas contra os cortes na educação e a reforma da Previdência. “A luta contra a reforma da Previdência não é só uma luta dos trabalhadores, acho que a juventude deve se atentar a isso, né, porque a gente acha que a luta deve se dar junto com os trabalhadores, também por nosso futuro”, afirmou Linda.
Tanto Mariana quanto Linda consideram importante a participação de diversos setores nas lutas sociais, relembram a importância dos secundaristas nas manifestações de 2016 e ressaltam a necessidade de ampliar o leque de setores envolvidos. “Cada vez mais a gente tem que se esforçar, para panfletar nas escolas, para fazer cada vez mais unificada a nossa mobilização”, finaliza Linda.
Vinícius, que também fez uso do microfone e esclareceu não representar nenhuma entidade estudantil, considera que houve pouco avanço em questões de ampliação dos espaços de aprofundamento do pensamento coletivo. “Eu penso que as assembleias deviam se expandir para além dos setores estudantis, os trabalhadores deveriam estar fazendo assembleias nos seus locais de trabalho, as associações de bairro, os setores religiosos, poderiam estar puxando esses debates mais fortemente”, analisa.
Para ele, é preciso pautar o debate de forma mais horizontal na sociedade. “Eu acho que falta essa vocalização da sociedade, dos próprios indivíduos e dos grupos em geral”, conclui.
A assembleia estudantil é uma etapa de preparação do ato de protesto contra os cortes na educação, chamado de 30M, nesta quinta (30), e também de construção da greve geral prevista para o dia 14 de julho.