As oitavas de final da Libertadores 2019 tem um gostinho de rivalidade histórica. Brasil e Argentina ocupam 10 das 16 vagas, sendo 3 confrontos entre clubes dos dois países. Quase uma Copa Roca de clubes.
Dezesseis clubes restaram na Copa Libertadores da América, sendo seis brasileiros e quatro deles do mesmo lado da chave. É provável, e o favoritismo aponta, que os clubes brasileiros ocupem todo um lado da chave, assegurando a presença de um deles na final. O Flamengo é claro favorito diante do Emelec, assim como o Palmeiras é bem melhor o Godoy Cruz. O Grêmio também tem time muito superior aos paraguaios do Libertad, ainda que tenha perdido para o rival em casa, na fase de grupos, e vencido fora. Neste último jogo, com time mais organizado, a imposição da equipe de Renato Gaúcho foi clara. Por fim, o Internacional é favorito diante do Nacional, que foi apenas o terceiro colocado no campeonato uruguaio.
Restam dois jogos, um deles entre LDU, do Equador, e Olimpia, do Paraguai, mesmo com 4 títulos em campo, sendo 3 do clube paraguaio, se transforma no confronto que garante um “intruso” nas quartas. Mas há um outro jogo que também tem boa chance de impedir que se repita o cenário do ano passado, em que sete dos oito classificados às quartas eram brasileiros ou argentinos. O San Lorenzo, que passou pela fase de grupos com dificuldade e futebol pobre, a ponto de demitir seu treinador, não é favorito diante do organizado e competitivo Cerro Porteño. Mesmo assim, são grandes as chances de que ao menos seis brasileiros e argentinos cheguem às quartas de final.
A Libertadores tem um aspecto traiçoeiro. Entre a fase de grupos e os confrontos das oitavas de final, foram mais de dois meses. Mudanças e transferências mudaram todo o contexto de uma competição que tinha uma cara em maio e que volta em julho totalmente diferente. Aguardemos.
João Vitor Nunes, 22 anos, jornalista no Jornal Tribuna do Leste e Rádio Manhuaçu, criador do twitter.com/lacancha_fc