Voltando de novo!

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “editoriais”

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Um filósofo disse: “você quando entra em um rio duas vezes, a água não é a mesma…”

O que a filosofia não compreende é a capacidade que nós humanos temos de ser as mesmas pessoas, entrar nas mesmas águas e voltar de novo a qualquer lugar, sem remorso e sem fadiga filosófica.

No mundo de hoje, o qual a filosofia mais profunda até mesmo a Pré–Socrática (a mais extrema), não seria capaz de explicar o movimento humano e toda a capacidade que temos de nos adequar e nos colocar em cenários inimagináveis sendo as mesmas pessoas em nossa identidade.

A filosofia sempre tratou em tom menor, o perdão, mas o perdão é o que nos torna profeta de nossas próprias historias, o perdão nos traz de volta a qualquer lugar.

A filosofia também trata o humano como migalha, quando releva a nossa religiosidade.

Uma pena que Platão não tenha conhecido Aretha Franklin. Pois se ela cantasse: A say a little pray, Platão teria feito um banquete pra ela, e teria desistido de moldar o ser humano em uma caverna.

Somos simples, complexos e controversos. Voltamos o tempo todo!

Voltar é sempre bom, e ir embora melhor ainda!

A nossa liberdade e a nossa capacidade de decisão é uma das belezas de ainda termos a intenção de estabelecermos o devaneio anárquico de humanidade e a insanidade de parecermos normais nos dias úteis, a pretensão do filtro social sabemos fazer, sem medo e sem culpa.

Somos afetuosos, incansáveis, pontuais em beber em águas sujas das paixões que poluem as mentes e os corações, nos escondemos em pedidos de desculpas e rasuramos cartas de amor inadequadas para provarmos que somos personagens selvagens de literatura barata, em realidade só queremos voltar, voltar para casa, voltar para lugar nenhum, voltar a reclamar de tudo, voltar para a casa da avó para comer bolo, voltar para nós mesmos.

(*) Sarah Tempesta é bióloga e residente em São Lourenço (MG)

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