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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Netflix aposta em filmes genéricos. Power é mais um

Uma droga que dá superpoderes em uma história bem fraquinha, mas visual bonitinho

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Power, filme disponível na Netflix

Ouça o áudio de "Netflix aposta em filmes genéricos. Power é mais um", de Kael Ladislau:

Não há que se negar que a Netflix sabe o que faz: ao longo do ano, lança filmes genéricos, com grandes nomes da indústria, atraindo a atenção da crítica e de público, com pompa de grandes produções e o marketing, que é excelente. Para então, na época de grandes premiações, lançar obras mais… “interessantes”.

Power é mais um ingrediente dessa fórmula. O visual e os efeitos dão a tônica de um grande produção. Os nomes do elenco ajudam a engrandecer: Jamie Foxx, o Django Livre, Joseph Gordon-Levitt – de A Origem e de um dos Batmans do Nolan – e o brasileiro Rodrigo Santoro.

O mote da história também ajuda a chamar a atenção: uma droga que por 5 minutos dá superpoderes ao usuário. Qual, ninguém consegue saber antes de consumir a primeira pílula. O personagem de Foxx, o ex-militar Art, ou o Major, é perturbado pelo sequestro de sua filha. Na sua busca, encontra a inusitada ajuda de Robin (Dominique Fishback), que trafica a droga para ajudar no sustento de casa. Já Frank, vivido por Gordan-Levitt, é um policial que usa a droga para exercer suas funções de polícia.

Os três personagens se unem para achar a filha de Art e no meio do caminho muito tiroteio, porrada e bomba. Algumas cenas de ações valem a pena, incrementada pelo uso de cores neon e de tomadas de câmara inusitadas. E efeitos, como uma bala atingido um corpo com superpoder de uma mega rocha.

Fora isso, a história não apresenta muita coisa. Na verdade, até falta história. Mas a premissa desses filmes de ação, geralmente, é essa mesma. Talvez, haveria espaço para uma discussão (ou problematização, como queiram) sobre o uso de drogas e a sua utilidade (notem: há um policial que a usa para exercer seu trabalho). Mas, nada disso acontece.

Não tem problema não usar o filme para isso, na verdade, o que é bem é comum, mas a impressão que a maioria dos expectadores pode ter é de ter visto um filme vazio, com um visual bonito, efeitos bacanas e nomes interessantes no elenco. Mas é só isso.

Essa não é a primeira vez que isso acontece. Nem será a última. A Netflix parece apostar nesses tipos de filme ao longo do ano, pelo menos até chegar a hora das grandes premiações da indústria e, aí sim, começar a lançar filmes realmente mais interessantes.

Aliás, isso não é exclusividade da Netflix. Basta pegar o calendário das grandes produtoras e distribuidoras – claro, antes da pandemia – para ver que grandes arrasa-quarteirões saem nessa época do ano mesmo.

Alguns deles, é bom salientar, são ótimos e valem, muitas vezes, mais do que esses filmes de premiações, vamos combinar. Mas, Power não é um exemplo disso. Assista, está lá na Netflix. E depois esqueça ele. Você fará isso naturalmente.

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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