Funcionários da HTB fazem protesto, fecham acesso ao Novo Bento Rodrigues e obras no reassentamento são paralisadas

Manifestantes reivindicam regulamentação do vale alimentação e melhores condições de trabalho

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Braços cruzados: obras do reassentamento de Bento Rodrigues foram paralisadas nesta sexta-feira
Braços cruzados: obras do reassentamento de Bento Rodrigues foram paralisadas nesta sexta-feira. Foto Lui Pereira/Agência Primaz

As obras do reassentamento de Bento Rodrigues foram paralisadas nesta sexta-feira (28), depois que uma manifestação organizada pelos funcionários da HTB Engenharia, terceirizada da Fundação Renova, fechou os acessos ao canteiro do Novo Bento. As principais reivindicações é a regulamentação do vale alimentação e melhores condições de trabalho.

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Entre as reivindicações dos manifestantes está a distribuição de agasalhos, priorização da contratação de mão de obra local, contratação de mulheres, distribuição de mais uniformes e a implementação do vale alimentação para todos os funcionários. Um trabalhador, que preferiu não se identificar, reclama que a empresa paga o auxílio apenas para colaboradores com cargos mais altos e acha injusta a diferença de tratamento.

Um piquete foi montado na estrada de acesso ao canteiro por volta de 6h30 da manhã desta sexta (28). Diante do protesto, as obras foram paralisadas e os trabalhadores prometem não voltar às atividades enquanto as reivindicações não forem atendidas.

O funcionário entrevistado pela Agência Primaz trabalha em obras há mais de 10 anos e afirma já ter participado de diversas greves durante esse período. “O direito do trabalhador tem que ser respeitado, os chefes, os encarregados têm direito ao cartão e a gente que é peão fica sem nada? Isso é injusto né?”, questiona.

Os manifestantes também reclamam da diferença salarial entre trabalhadores da mesma categoria. De acordo com nossa fonte, os novos funcionários contratados pela HTB Engenharia recebem um salário maior que aqueles com mais tempo de casa e há uma diferença de benefícios em relação a outras empresas. “A gente que trabalha na HTB também não tem benefício nenhum e os funcionários das outras empresas têm, precisamos de igualdade”, protesta.

Outra funcionária da HTB, que está trabalhando em regime de home-office e também pediu anonimato, disse que o seu trabalho não foi impactado nesta sexta e que ficou sabendo da manifestação por comentários de colegas. “Eu trabalhei normalmente hoje. Fiquei sabendo da manifestação por colaboradores que foram ao canteiro. Não estou por dentro das reivindicações dos manifestantes”, afirmou.

Após paralisação das obras, camionete da HTB foi vista entrando e saindo minutos depois do reassentamento. Foto Lui Pereira/Agência Primaz
Após paralisação das obras, caminhonete da HTB foi vista deixando as obras do reassentamento. Foto Lui Pereira/Agência Primaz

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Resposta da Fundação Renova

Em nota, encaminhada aos órgãos de imprensa, a Fundação Renova informou que “considera legítima a manifestação popular pacífica, coletiva ou individual, e reafirma que possui a escuta, o diálogo e a participação social como práticas norteadoras de suas ações”, reafirmando respeitar “as políticas internas de cada uma de suas contratadas”. Também declarou que houve reunião da construtora com seus “colaboradores para entender as pautas reivindicadas e avaliará os pleitos para devolutivas, permanecendo disposta a receber e discutir as questões que envolvem os seus trabalhadores”, confirmando a “desmobilização dos trabalhadores hoje [sexta-feira]”.

A Agência Primaz encaminhou mensagem por e-mail à HTB Engenharia e Construção às 09:33 desta sexta-feira, solicitando informações sobre o ocorrido e detalhes sobre as reivindicações, nível de adesão à paralisação, impactos eventuais das paralisações em termos do cronograma de obras e ainda questionamentos quanto à veracidade de existência de diferenças de pagamentos de benefícios a trabalhadores com funções iguais ou assemelhadas. Para a publicação da matéria solicitamos que as respostas fossem encaminhadas até as 14h. Como não recebemos retorno no prazo estabelecido, entre 15:36 e 17:38 desta tarde, fizemos 9 tentativas de contato pelo telefone do escritório da empresa localizado em São Paulo indicado no site da HTB. Em todas as tentativas, nossa reportagem ouviu uma gravação informando que o ramal estava ocupado e sugerindo que fosse feita nova ligação “em alguns minutos”.

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