PT, PV e AVANTE formam base de apoio a Celso Cota (MDB)

Participação de Cristiano Vilas Boas na chapa teve oposição de maioria da Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT)

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Celso Cota (MDB) participa da mesa diretora da convenção do Partido Verde (PV), realizada nesta sexta-feira (11) - Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

As convenções do Partido Verde, Avante e Partido dos Trabalhadores confirmaram neste final de semana a adesão à coligação majoritária para concorrer à Prefeitura de Mariana, na chapa formada pelo ex-prefeito Celso Cota (MDB), com o vereador Cristiano Vilas Boas (PT) como vice. A coligação deu sequência às conversas que já vinham sido mantidas entre os 3 partidos há alguns meses, com o estabelecimento de uma frente, embora a ideia inicial tenha sido uma candidatura interna.

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Partido Verde

A convenção do PV foi realizada na noite de sexta-feira (11), em um clima de expectativa por uma boa participação nas urnas. Benedito Alves Ferreira (Careca), Presidente da Comissão Municipal abriu a reunião reafirmando sua convicção que o partido poderá preencher 3 cadeiras no Legislativo Marianense. Durante as participações dos então pré-candidatos foi sempre ressaltada que a preferência inicial dos militantes do PV era a possibilidade de lançamento do médico Leandro Ferreira na chapa majoritária, como vinha sendo discutido na frente também integrada pelo Partido dos Trabalhadores e pelo Avante. Todos ressaltaram, porém, que o espírito partidário deveria prevalecer, aprovando a coligação encabeçada por Celso Cota (MDB), que compareceu à convenção, sendo inclusive convidado a integrar a mesa diretora da reunião.

O médico Leandro Ferreira era, inicialmente, o candidato considerado ideal pelo Partido Verde (PV) para concorrer à Prefeitura Municipal de Mariana - Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Chamado a falar após a definição pela coligação com o MDB, Leandro Ferreira agradeceu o empenho e a confiança dos companheiros de partido e reafirmou a esperança de conquistar 3 vagas de vereadores: “É um ponto que a gente acredita, não é da boca pra fora. Temos um grupo coeso, com pessoas que querem e estão dispostas a fazer a diferença. A motivação é que haja uma grande renovação na Câmara de Mariana”, afirmou.

Em relação à construção da coligação, Leandro revelou que foi um processo que vem se desenrolando há 90 dias, com muitas reuniões e conversas, principalmente com o Avante e o PT, inicialmente visando o Legislativo. “Acabou que tomou um entendimento grande e a gente almejou sim ir para o Executivo”, informou Leandro, revelando que em uma reunião realizada na véspera (quinta-feira), teria sido fechado o acordo da participação de Cristiano Vilas Boas (PT) como vice de Celso Cota (MDB). “A gente não ia participar de desconstrução, nossa intenção é contribuir e sabemos da importância que o partido (PV) tem, mas entendemos que o melhor seria compondo dessa forma”, revelou Leandro, em relação à escolha do nome de Cristiano e à não inclusão de seu nome na chapa.

Leandro também afirmou que não colocou seu nome na chapa de candidatos a vereador, por considerar que isso não seria correto com os companheiros que depositaram confiança nele para o cargo de prefeito. “Não seria legal da minha parte vir e competir contra eles. Eu sou extremamente leal e eles é que provocaram em mim a possibilidade de candidatura majoritária”, finalizou.

A chapa dos candidatos e candidatas à Câmara não foi fechada no encontro. A informação colhida junto a Careca, nesta segunda-feira (14) é que o PV deverá apresentar 20 candidatos (14 homens e 6 mulheres).

Avante

A convenção do Avante foi realizada na manhã deste domingo, mas não foi acompanhada pela reportagem da Agência Primaz. Conversamos com Alessandra Moreira (Sandrinha), presidente municipal da sigla. Pelo seu relato o partido sempre se manteve atento às conversas com o PT e o PV, chegando até a conversar sobre a possibilidade de apoio a uma chapa composta por Cristiano Vilas Boas (PT) e Leandro Ferreira (PV). Porém, diante da proposta de coligação ao MDB, o diretório municipal votou e recomendou a aprovação da aliança, que foi referendada pela convenção.

Comissão Municipal do Avante, ao final da convenção realizada neste domingo (13) - Foto: Divulgação/Avante

O Avante terá chapa completa para a Câmara, composta por 16 candidatos e 7 candidatas. “Ninguém [entre os candidatos e candidatas] está atualmente na Câmara. Esta foi uma construção que foi pensada desde o início, buscando a maior renovação possível do Legislativo”, afirma Sandrinha, revelando que o partido foi assediado por atuais vereadores que queriam se candidatar pelo Avante. “Resistimos e pretendemos conquistar 2 ou 3 vagas, contribuindo para essa renovação que é desejada pela população de Mariana”, concluiu Sandrinha.

 

Partido dos Trabalhadores

Ocorreu no PT o maior risco à concretização da aliança. Daniele Avelar, ex-presidente do Diretório, afirma que a primeira instância de decisão do partido, o Encontro Municipal, deliberou por candidatura própria em junho. Entretanto com o passar do tempo, ela percebeu que sua posição pessoal não estava em consonância com a militância e outros membros da direção partidária local e decidiu se afastar do cargo. “Como eu poderia continuar presidenta se meu entendimento do processo estava se tornando minoritário?”, indaga Daniele, revelando que a decisão de não ter candidatura própria foi revertida em votação do Diretório Municipal.

Aída Anacleto, atual presidenta do Diretório e da Executiva Municipal, esclareceu à nossa reportagem que a maioria dos membros da Executiva foi contraria à coligação: “Quatro membros da Executiva votaram contra e eu também votaria assim, mas como presidente só tenho o voto de Minerva [em caso de empate]”, declarou Aída, informando que a votação no diretório teve 7 votos a favor e 4 contrários.

O atual vereador Cristiano Vilas Boas (PT) será o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Celso Cota (MDB)

Por telefone, o vereador Cristiano Vilas Boas, candidato a vice-prefeito na chapa com o MDB declarou que a votação teria sido 10 a 4, pois 3 membros do diretório perderam a conexão e não puderam votar na reunião virtual. Quando indagado sobre a razão pela preferência pela candidatura de Celso Cota, em uma situação em que outros candidatos também o convidaram a compor chapa, Cristiano afirmou que o partido entendeu que esta era a melhor proposta em termos de espaço para implementação das políticas sociais defendidas pelo PT. “[A coligação] é importante porque o PT vai ter, pela primeira vez, um espaço no Executivo, que nunca teve na história de Mariana, e vamos tentar implementar as políticas públicas que a gente acredita, principalmente na área de desenvolvimento social, direitos humanos e minorias”, finalizou Cristiano.

Nossa reportagem apurou que, mesmo não concordando com a decisão de coligação, os 12 candidatos e 6 candidatas do PT à Câmara Municipal devem respeitar a posição final do partido. “Eu particularmente discordo totalmente desse processo e da coligação. Mas, como sou militante do partido, e o PT é bem maior que isso. E se eu estiver na Câmara, independente da coligação, o meu dever é fiscalizar o que vai acontecer lá”, declara Daniele Avelar.

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