Entrevista Primaz - Marco Antônio Félix: "A pandemia não acabou, nós estamos em guerra. As nossas armas são três: afastamento, limpeza das mãos e uso de máscara"

O Secretário Municipal de Saúde faz uma análise retrospectiva do enfrentamento à Covid-19 e reforça as recomendações à população de Itabirito

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Gravada na última sexta-feira (18), a Entrevista Primaz recebeu Marco Antônio Marques Félix, titular da Secretaria de Saúde de Itabirito.

Graduado em Medicina e pós-graduado em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Marco Antônio é também especialista em Anestesiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.
Aos 62 anos, tem larga experiência em Gestão da Saúde, tendo ocupado, por exemplo, os cargos de Diretor Técnico do Hospital Bom Jesus (Congonhas) e do Hospital São Vicente de Paulo (Itabirito). Já exerceu o cargo de Secretário de Saúde de Cambuquira (MG) e, desde setembro de 2019, ocupa a Secretaria de Saúde de Itabirito.

Confira, a seguir, alguns trechos da Entrevista Primaz com Marco Antônio Félix e assista (ou ouça) a íntegra da entrevista acessando os links.

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Minha maneira de agir é sempre olhar pra frente. Nós não podemos ficar olhando pra trás e acusar os eventuais erros das gestões anteriores. Itabirito tem um sistema de saúde exemplar e esse é um mérito de todos aqueles que me antecederam na Secretaria de Saúde.

Zeramos as consultas de algumas especialidades e isso fez com que nosso trabalho aparecesse de uma forma muito positiva.

Sob o ponto de vista da prevenção, nós fomos um dos primeiros municípios a implantar as barreiras sanitárias. Elas foram de fundamental importância, apesar de sermos muito questionados.

A principal finalidade das barreiras sanitárias foi informar a população sobre a presença do coronavírus como doença.

No Dia das Mães, em maio, a população saiu às compras, houve um movimento crescente do comércio e nós recebemos uma notificação do Ministério Público que nós teríamos que aderir ao Minas Consciente.

Houve sempre um, não digo embate, mas um paralelo entre o setor econômico e a saúde. E desde o princípio nós fomos, de forma categórica, contrários à abertura [indiscriminada] do comércio. Eu sempre disse que nós estávamos ali como Secretário de Saúde e não de Economia ou Finanças.

Foto: Alexandre Farid - Comunicação/PMI

Há uma carência de número de leitos de UTI em Minas Gerais e nossa região não foge à regra. Nós sempre tivemos dificuldade em encaminhar nossos pacientes, seja para Ouro Preto, seja para Belo Horizonte. Isso é um déficit crônico e lamentável.

Em determinado momento as empresas começaram a fazer testes rápidos, que têm um índice muito alto de falsos positivos e falsos negativos.

Itabirito foi, provavelmente, o município que mais testou, através dos testes do swab nasal. Nós fizemos 2.298 testes pela Funed. Se a gente considera que Itabirito tem 55 mil habitantes, talvez um pouco mais, mas fazendo uma conta por baixo, nós tivemos 4,18% da nossa população testada. Isso significa que nós fizemos 15 vezes mais testes que a média do Brasil.

As pessoas, ainda que infectadas, elas foram diagnosticadas precocemente, elas receberam o tratamento adequado, e mais do que isso, as pessoas dos grupos de risco, que têm comorbidades, (…) continuaram a ser assistidas pelo nosso município. E isso, possivelmente, foi um dos fatores que contribuíram para que a letalidade fosse menor em Itabirito.

Infelizmente isso [medidas protetivas] tem sido, de certa forma, desrespeitado pelas pessoas. Instituições bancárias, por exemplo, não cumprem o seu papel de cidadão. E aí permitem que haja aglomerações, permitem que as pessoas não usem as máscaras… E isso nós temos sido incisivos e estamos usando a fiscalização.

Aproveito a oportunidade para pedir as pessoas para fazerem uma reflexão. Não é o momento de aglomerar, não é o momento das pessoas circularem, principalmente sem máscara. A pandemia não acabou, nós estamos em guerra. As nossas armas são três: afastamento, limpeza das mãos e uso de máscara.

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