Um país mal administrado

“Gestão pública não pode e não deve ser coisa para amadores, aproveitadores ou aventureiros; é uma ciência com aplicações práticas em busca do bem comum”. (Vasconcelos, 2020)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “editoriais”

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Lá pelos idos de 2012 tive a feliz oportunidade de ter acesso a um Artigo do renomado Professor, Consultor de empresas e conferencista brasileiro, Stephen Kanitz, fazendo uma belíssima abordagem sobre o problema da má administração da gestão pública nosso País e que vale a pena ser comentado em alguns aspectos, principalmente tendo em vista as eleições que se aproximam.

Escreveu o Professor em um dos parágrafos iniciais do seu Artigo: “Embora o Brasil forme administradores públicos competentes, eles são os primeiros a serem preteridos para os principais cargos da administração pública. O escolhido é amigo de campanha ou colega da época estudantil”.

Infelizmente, o comentário do Professor pode ser comprovado facilmente; é só dar uma olhada no currículo da grande maioria dos ocupantes de cargos de confiança, carentes de experiência profissional como gestores e também carentes de formação acadêmica. O pior é que a grande maioria não está nem um pouquinho preocupada em investir no seu autodesenvolvimento: “enquanto sou amigo do rei, meu cargo está garantido”. E assim caminhamos de gestão à gestão.

O Professor afirmava que os Estados Unidos são a maior potência econômica mundial pela qualidade de suas teorias administrativas. Quarenta por cento dos colunistas americanos são ou foram gurus de administração, como Peter Drucker, Tom Peters e Michael Porter, que disseminam diariamente o mantra da eficiência, competência e boa administração. No Brasil, eles são substituídos por apadrinhados que desperdiçam seu tempo e o dos outros conversando fiado ou fazendo politicagem que não agrega nenhum valor ao desenvolvimento econômico, mas servem para manter a perenidade no cargo e encher os bolsos e as malas de dinheiro.

Infelizmente, afirmava ainda o Professor, nunca tivemos no Brasil um presidente formado em administração nem que tenha sido presidente de uma das 500 maiores empresas privadas antes de dirigir todo um país. À frente das gestões públicas municipais, o que mais temos são fazendeiros, comerciantes, médicos e empresários que mal frequentaram os bancos escolares e não tem a mínima noção do que é Gestão Financeira e Orçamentária, Gestão de Saúde, Gestão Ambiental, Gestão de Frota de Veículos, Gestão de Estoques, Gestão da Tecnologia da Informação, Gestão de Contratos, Gestão de Processos entre outros tipos de gestão e nem mesmo de Gestão de Pessoas, que é o maior patrimônio de qualquer instituição.

No final do seu Artigo, o Professor afirmava na época: “Vamos rezar para que sejam escolhidos para o primeiro escalão do governo executivos de primeira e ministros com experiência administrativa, que tomem decisões não por critérios políticos, mas por critérios de custos e eficiência”. Infelizmente, pelo visto não foi o que aconteceu e que nem vem acontecendo nos diversos níveis da gestão pública.

Rezar é sempre uma grande alternativa, como disse o Professor, principalmente para aqueles que tem fé, mas o que precisamos realmente neste contexto em que estamos vivendo é de partir para a ação, escolhendo conscientemente, na hora do voto, candidatos que que tenham realmente experiência, formação acadêmica e as competências necessárias para administrar um município, com princípios, valores e ética bem estruturados e além disso, tenham discernimento para acertar na escolha de seus assessores.

Quem tem ouvidos que ouça!

(*) Júlio César Vasconcelos é Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas.

Contatos caesarius@caesarius.com.br www.caesarius.com.br

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