Prefeitos da Região dos Inconfidentes lançam comitê de crise e anunciam intenção de comprar 260 mil doses de vacina do Butantan
Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Ouro Branco buscam ampliar diálogo com o Minas Consciente. Cidades tomam decisões diferentes quanto ao fechamento do comércio.
- Nathalia Souza
- Marcelo Sena
- 07/01/21 às 18h13
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Diante da subida vertiginosa dos casos positivos e mortes por coronavírus dos últimos dias, prefeitos de Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco e Itabirito reuniram-se na quarta-feira (06) para traçar estratégias de combate à pandemia de Covid-19 na Região dos Inconfidentes. No encontro, foi criado um comitê intermunicipal de crise entre as quatro cidades, com o objetivo de fortalecer o diálogo entre a região e o Governo do Estado. Após a reunião, todos os prefeitos anunciaram a intenção de compras da vacina administrada pelo Instituto Butantan, num total de 260 mil doses.
O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), defendeu a união dos municípios da região diante da gravidade da crise enfrentada. “Nós estamos dentro de um território que tem características muito semelhantes. Somos uma região geográfica e política do Estado de Minas Gerais e temos nos consorciado em várias iniciativas. Por isso, nos reunimos hoje diante da gravidade da situação. Primeiro, para criar um comitê de crise”.
Segundo Angelo Oswaldo, o objetivo é defender os interesses da região junto ao Programa Minas Consciente. Para isso, a primeira medida anunciada é a elaboração de um documento destinado aos gestores do programa do governo estadual. “É isso que nós estamos pedindo: consideração com as realidades de cada município. Minas Gerais é um estado muito grande. Somos maiores que a França, temos 853 municípios. Nós estamos em plena articulação e harmonia, o que não quer dizer que seja a mesma estratégia de Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Ouro Branco”, afirmou o prefeito de Ouro Preto.
Angelo enfatizou que em Ouro Preto, não haverá fechamento do comércio no momento. “Podemos aguardar um tempo, sobretudo se tivermos a colaboração até dos comerciantes, pois, se cada um ajudar e que no seu estabelecimento haja obediência aos protocolos da OMS e do Ministério da Saúde, talvez não haja a necessidade do Lockdown”, disse o prefeito. Ele ainda afirmou que, “o vírus já está instalado dentro das nossas quatro cidades, então não adianta barreira, o que temos que evitar é a aglomeração de pessoas. Se cada cidadão e cidadã contribuir para evitar isso, nós não teremos a obrigatoriedade de fazer um fechamento completo das atividades”, argumentou Angelo Oswaldo.
De acordo com o secretário de saúde de Ouro Preto, Tuian Cerqueira, a cidade declarou ao Instituto Butantan a intenção de compra de 40 mil doses da vacina CoronaVac, da farmacêutica Sinovac. Segundo Tuian, inicialmente, será feita a imunização de 20 mil pessoas dos grupos prioritários: idosos, pessoas com comorbidades graves e os e servidores públicos da área de Saúde, Educação e Segurança que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. O segundo passo após a aquisição do imunizante, será a vacinação, “um plano de guerra como foi dito por alguns secretários hoje, pois tem que haver pessoas, espaço com circulação, medicação de reserva, lugar de higienização, e este plano está em sua fase operacional”, disse o secretário.
Sobre a posição do município na Onda Vermelha, Tuian ressaltou três aspectos a serem observados. “Primeiro uma vigilância da epidemia de forma bastante eficiente, pois não se sabe ao certo o que está acontecendo, por conta da dificuldade dos exames. Segundo, é um plano de saída da pandemia a partir da vacinação. E o terceiro, é o controle do problema agora. O prefeito já requisitou todos os profissionais da Fiscalização de Posturas e a Guarda Municipal que retornem às suas atividades primárias, para fiscalizar e orientar a população. A ideia é conscientizar, observar o comportamento das pessoas e de acordo com essa análise, de quem não entender a importância dos cuidados com o vírus, será preciso usar da lei, da institucionalidade na sua mais ampla força”, disse Tuian.
Segundo Angelo Oswaldo, o objetivo é defender os interesses da região junto ao Programa Minas Consciente. Para isso, a primeira medida anunciada é a elaboração de um documento destinado aos gestores do programa do governo estadual. “É isso que nós estamos pedindo: consideração com as realidades de cada município. Minas Gerais é um estado muito grande. Somos maiores que a França, temos 853 municípios. Nós estamos em plena articulação e harmonia, o que não quer dizer que seja a mesma estratégia de Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Ouro Branco”, afirmou o prefeito de Ouro Preto.
Angelo enfatizou que, em Ouro Preto, não haverá fechamento do comércio no momento. “Podemos aguardar um tempo, sobretudo se tivermos a colaboração até dos comerciantes, pois, se cada um ajudar e que no seu estabelecimento haja obediência aos protocolos da OMS e do Ministério da Saúde, talvez não haja a necessidade do Lockdown”, disse o prefeito. Ele ainda afirmou que, “o vírus já está instalado dentro das nossas quatro cidades, então não adianta barreira, o que temos que evitar é a aglomeração de pessoas. Se cada cidadão e cidadã contribuir para evitar isso, nós não teremos a obrigatoriedade de fazer um fechamento completo das atividades”, argumentou Angelo Oswaldo.
De acordo com o secretário de saúde de Ouro Preto, Tuian Cerqueira, a cidade declarou ao Instituto Butantan a intenção de compra de 40 mil doses da vacina CoronaVac, da farmacêutica Sinovac. Segundo Tuian, inicialmente, será feita a imunização de 20 mil pessoas dos grupos prioritários: idosos, pessoas com comorbidades graves e os e servidores públicos da área de Saúde, Educação e Segurança que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. O segundo passo após a aquisição do imunizante, será a vacinação, “um plano de guerra como foi dito por alguns secretários hoje, pois tem que haver pessoas, espaço com circulação, medicação de reserva, lugar de higienização, e este plano está em sua fase operacional”, disse o secretário.
Sobre a posição do município na Onda Vermelha, Tuian ressaltou três aspectos a serem observados. “Primeiro uma vigilância da epidemia de forma bastante eficiente, pois não se sabe ao certo o que está acontecendo, por conta da dificuldade dos exames. Segundo, é um plano de saída da pandemia a partir da vacinação. E o terceiro, é o controle do problema agora. O prefeito já requisitou todos os profissionais da Fiscalização de Posturas e a Guarda Municipal que retornem às suas atividades primárias, para fiscalizar e orientar a população. A ideia é conscientizar, observar o comportamento das pessoas e de acordo com essa análise, de quem não entender a importância dos cuidados com o vírus, será preciso usar da lei, da institucionalidade na sua mais ampla força”, disse Tuian.
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Juliano Duarte, prefeito interino de Mariana, afirmou que tomará medidas para evitar aglomerações na cidade e confirmou a intenção de compra de 60 mil doses da vacina do Butantan. “Em Mariana, nós prevemos já o fechamento das praças públicas, bares, restaurantes e demais estabelecimentos iremos trabalhar a conscientização. Queremos que seja colocado um limite de pessoas que possam adentrar ao comércio, não permitiremos que nenhum cidadão adentre no estabelecimento sem o uso da máscara e vamos multar, com o apoio da ACIAM [quem descumprir]. Queremos trabalhar de forma conjunta, articulada, mas que o comércio também nos ajude a fiscalizar nesse momento difícil que a gente está passando. Porém, alguns empreendimentos que têm uma grande aglomeração, esses sim serão fiscalizados e fechados.”
Perguntado sobre a fiscalização às mineradoras Vale, Samarco e ao trabalho da Fundação Renova, o prefeito Juliano Duarte reconheceu a “parcela” de responsabilidade das grandes empresas na crise, mas não apresentou medidas específicas de fiscalização. “Nós entendemos que as mineradoras têm uma parcela nesse contexto. O fortalecimento dessa micro[rregião] era justamente para que possamos sentar com as mineradoras e que as mesmas possam nos ajudar. Seja através de recurso, seja através de protocolos que serão definidos pelo comitê e pela nossa micro que está sendo criada, a partir do dia de hoje.”
O prefeito de Mariana também lamentou a instabilidade política pela qual passa a cidade, sobretudo diante do desafio de enfrentar a crise provocada pelo coronavírus. “Eu confesso que é uma das maiores dificuldades que eu já enfrentei, nos meus quatro mandatos de vereador, de vida pública. Eu não tive tempo de formular um governo, não fui eleito prefeito no dia 15 de novembro e tive 45 dias para montar um time, entrar em campo e administrar uma cidade. Eu fui eleito prefeito interino, com o apoio dos colegas vereadores, no dia 1º, numa sexta-feira. Na segunda-feira, você assume uma prefeitura no meio de uma pandemia, sem uma equipe de governo formada. É um desafio, estou me desdobrando na minha capacidade máxima de trabalho.”
Representando Itabirito, Orlando Caldeira evidenciou sua preocupação com a população volante da cidade (trabalhadores do setor de mineração, sobretudo), mas não anunciou o fechamento do comércio local. Além disso, o prefeito anunciou a intenção de compra de 80 mil doses da CoronaVac. “Em Itabirito, o critério que nós estabelecemos também é pela vulnerabilidade. Foram pensadas duas doses para cada um. Agora, pelo nosso comitê, a gente vai fazer uma avaliação em conjunto para criar um método único e que possa, talvez, até adquirir isso em conjunto, porque cai até o valor. São 3,00 euros por cada dose, então isso não é barato. Lembrando também que o Butantan nos respondeu que a prioridade das vacinas é para o Ministério da Saúde. É para o SUS”.
Fechando a conta de 260 mil doses a serem adquiridas pela região, Ouro Branco declarou a intenção de compra de 80 mil doses da vacina do Butantan. As cidades aguardam, no entanto, as diretrizes de algum plano nacional de vacinação, ainda não informadas pelo Ministério da Saúde.
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