Associação Cultural de Serestas Descendo a Ladeira leva emoção e sensibilidade pelas ruas de Itabirito
Coral é composto por jovens e idosos, com integrantes de até 90 anos de idade
- Raquel Barakat
- 13/02/2021
- 17:00
Compartilhe:
Cantar a história do Brasil: este é o objetivo da Associação Cultural de Serestas Descendo a Ladeira, que encanta Itabirito desde 2006, com personagens musicais que se dedicam ao trabalho de forma voluntária. Contando apenas com apoio financeiro através de uma subvenção conquistada na Câmara de Vereadores, o Coral já percorreu algumas cidades de MG, como Congonhas, Mariana, Itapecerica, Campanha e Caeté, levando arte através de seus 35 integrantes e 6 instrumentistas, com idade entre 30 e 90 anos.
O regente Flávio Bastos, maestro do coral desde 2016, conta que, além do trabalho cultural e artístico, que busca fomentar o turismo em Itabirito, a associação proporciona trabalho de terapia ocupacional e incentiva o grupo da terceira idade à prática de exercícios durante a semana, para controle de respiração e atividades físicas. Hoje, todos os coralistas praticam as aulas de técnica vocal, tornando o trabalho mais profissional.
Falta apoio financeiro, sobra paixão pela música
Com a maioria de suas apresentações de forma gratuita, somente após a conquista da subvenção a Associação pôde alugar um espaço para os ensaios, que antes da pandemia eram realizados uma vez por semana. O espaço está sendo reformado, com ajuda da Lei de incentivo Aldir Blanc, em fase de finalização. Além disso, o valor recebido, “uma vitória conquistada”, é utilizado para pagamento do aluguel, materiais de limpeza, manutenção e conta de luz. A associação conta com 3 funcionários: o professor de canto e maestro, Flávio Bastos Abbas, o diretor de instrumentação e professor de violão, Gabriel Nolasco, e o professor de flauta transversal, Daniel Rodrigues. Em apresentações onde o maestro consegue o pagamento de entrada, o cachê é distribuído entre todos, de forma igualitária.
A emoção de pisar no palco
Bastos conta que todo o trabalho é feito com muito sacrifício e, ao final de cada apresentação, a emoção se renova. “O final de cada concerto é sempre emocionante. Já estamos muito cansados pois o processo de montagem é sempre complicado. É uma relação de muita luta“.
Apresentações e trabalhos durante a pandemia
Com vários membros pertencentes ao grupo de risco, as apresentações e ensaios tiveram que ser suspensos durante a pandemia. Porém, com o início da vacinação, o maestro acredita que os trabalhos poderão retornar, de forma gradual. Além disso, uma apresentação virtual foi realizada, para a qual os alunos gravavam, enviavam ao professor para que o vídeo (disponível na página do Facebook) fosse editado. Assim, alunos e admiradores do trabalho puderam matar a saudade e ter a oportunidade do encantamento com a proposta da associação.
*** Continua depois da publicidade ***
De admiradora a membro da seresta
Há 5 anos Mônica Macedo, 61 anos, já admiradora da Seresta Descendo a Ladeira, recebeu um convite muito especial do amigo Sidney: assistir a um ensaio do coral.
Ela conta que sentou no fundo do auditório e assistiu. Foi o empurrão suficiente para se tornar um membro apaixonado pela arte e a música. Ela define a associação como “um encontro de vidas, canções e corações, onde o prazer de cantar é intenso“.
De acordo com Mônica, todos os participantes, às vezes tímidos, acabam se assustando com a própria potência de voz, despertada pelo maestro Flávio Bastos, que levou a técnica vocal para os ensaios e aperfeiçoamento dos alunos.
Monica também relata a ansiedade para o retorno, após o período de pausa durante a pandemia. “Vontade de recuperar o tempo perdido, novamente no burburinho da sala de nossa sede, abraçando, trocando experiências, soltando a voz, ver nos olhos de cada um a alegria de poder fazer de cada apresentação para o público, uma conquista valiosa“.
Planos para o futuro
De acordo com o maestro Flávio, a Associação Cultural de Serestas Descendo a Ladeira manterá o coral principal, desenvolverá o coral Universo, proveniente da assistência social, transformando-o em um coral adulto de música brasileira, e irá criar o Pequeno Seresteiro, um coral infanto juvenil. A proposta é que a associação atenda todas as idades. Além disso, existem planos para uma orquestra de violões, projeto do professor Daniel Rodrigues.
Trabalho social e de integração
De acordo com o músico, “mais do que aprender uma música, a gente desperta muitas coisas de sentido coletivo. Isso é muito importante. Tudo que acontece no coral, desde quando a gente inicia o ensaio até a hora que a gente pisa no palco, é um caminho importante, essas sensações e mobilizações que a gente cria através do canto“.
Quem quiser acompanhar e saber mais sobre o trabalho, é só seguir as redes sociais da Associação, no Facebook e Instagram.
Veja Mais