Reflexos da pandemia: como expositores do Mercado Municipal de Itabirito e Feira do Bação fizeram para se reinventar
Reabertura, de forma gradual, aconteceu apenas no mercado. Feirinha do Bação segue fechada.
- Raquel Barakat
- 09/03/21 às 19:13
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Fechados desde o início da pandemia, Mercado Municipal de Itabirito e feirinha do Bação enfrentam desafios para o retorno de suas atividades. No mercado, onde o retorno foi feito de forma gradual, ainda sem a reabertura de bares, público segue tímido para ir as compras ou visitar os stands.
O mercado, bem conhecido pela população Itabiritense, recebia visitantes e compradores as quartas e sábados, com expositores de produtos artesanais, alimentício, vestuário, moda e decoração. Há cerca de 4 semanas, a feira reabriu suas portas, porém, de forma gradual. Os bares ainda não tem permissão para funcionar e o movimento ainda segue tímido devido ao cenário atual.
Lucas Carneiro é um novo empreendedor no local, com a venda de flores tropicais e cogumelos. Seu nicho de mercado é uma novidade em Itabirito e têm despertado a curiosidade que quem voltou a frequentar o local. “Trabalho com duas coisas que nunca tiveram em Itabirito, que são flores tropicais e cogumelos. Estou iniciando, construindo uma clientela, as pessoas estão acostumando ainda com os produtos e a demanda está aumentando”.
Sobre o retorno gradual, o produtor foi enfático ao dizer que falta uma divulgação mais ampla sobre a feira para a movimentação do comércio local. “Muita gente nem sabe que está aberta. Precisamos que seja divulgado que a feira está aberta, na quarta a noite e sábado”. Lucas também falou sobre as expectativas para a feira, já que arriscou, durante este período, empreender, mas entende a real situação financeira de grande parte da população. “Minha expectativa é que o consumo local desses produtos diferentes aumentem, mas sabemos que algumas pessoas estão tendo o suficiente apenas para comer”.
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Feirinha do Bação: importante empreendimento para atrair público para o distrito
Em um molde um pouco diferente, sendo realizada no segundo sábado de cada mês, acontecia a feirinha do Bação, no distrito de São Gonçalo do Bação, a 17 quilômetros de Itabirito. A estrutura da feira era montada no espaço do Grupo de Teatro de São Gonçalo do Bação, e, em sua última edição contava com 15 expositores de diferentes segmentos.
De acordo com a idealizadora da feira, Clarisse Marinho, apesar da importância do evento, os próprios produtores entendem o momento e não são a favor, por ora, do retorno. “Os produtores avaliam que ainda não é hora de flexibilizar, diante dos números de contágio e ocupação dos hospitais tão altos. Vários deles são grupo de risco”. Sobre a situação financeira dos produtores, Clarissa afirma que é uma condição complicada, mas ressalta a importância de todos terem se reinventado. “As vendas caíram bastante no início da pandemia, mas ao longo deste período, os produtores foram descobrindo formas de manter as vendas”.
Porém, contrariando a aflição do momento de pandemia, a idealizadora se mostra bastante otimista para o retorno das atividades. “Estamos tendo a procura de novos produtores para quando a feira voltar. A expectativa é que volte com mais produtores”. Questionada sobre algum apoio da administração pública, Clarisse ressaltou que a feira foi contemplada pela Lei Adir Blanc, e que “no momento de reabrir, acredita que o apoio se fará necessário”.
Melissa Trindade de Oliveira é fundadora da marca de acessórios e biquínis Carnavália Store, e uma das expositoras da feira do Bação. Sobre a falta de previsão de retorno das atividades, apesar de destacar a importância do evento nas suas vendas e divulgação de sua marca, Melissa conta que já possuía o trabalho on-line e de revenda em lojas na cidade. Com a fidelização de seus clientes na feira, ela conseguiu prosseguir com as vendas neste método. “Precisei me reinventar e consolidar minha marca online. Já tinha a ideia de criar um site, e a pandemia veio para formalizar que eu precisaria me reinventar. Foi um momento de acreditar mais neste modelo”.
De acordo com a Prefeitura de Itabirito, em nota, “há previsão de uma reunião com os permissionários, no qual serão discutidas as determinações e ondas vigentes e o que se aplica ao funcionamento do mercado”. O mercado municipal funciona as quartas-feiras, de 15:00 às 19:00 horas, e aos sábados, de 6:30 às 12:00 horas, seguindo os protocolos de higiene e distanciamento exigidos para o momento.
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