Oscar 2021: filmes históricos na Netflix

A 93ª cerimônia do principal evento cinematográfico do mundo está chegando. No próximo dia 25, conheceremos o melhor filme, atrizes e atores que certamente ficarão na história do cinema.

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E para nos preparar, dedicarei os próximos textos a falar do Oscar, até o dia seguinte à premiação.

Para começar, que tal passar pela história do prêmio com os filmes históricos presentes no catálogo da Netflix? Alguns são obras sagradas, outras gratas surpresas, mas todos, definitivamente, merecem sua atenção.

Por isso, separei 6 filmes que estão por lá que já venceram o Oscar em pelo menos uma das principais categorias da premiação.

Rocky, um Lutador

Não dá para falar que o filme que lançou Sylvester Stallone ao estrelato foi um azarão na cerimônia de 1977. Mas é bem verdade que, naquele ano, concorria ao prêmio de Melhor Filme com uma obra que seria celebrada para sempre, Taxi Driver, de Martin Scorsese.

Se, na época, pudessem saber da grandeza desse concorrente, certamente fariam um paralelo com a luta de Rocky Balboa contra Apollo Creed. Mas, na premiação, Rocky levou não só o prêmio de melhor filme, como John G. Avildsen levou a melhor direção (e ainda saiu com uma terceira estatueta, de Melhor Edição).

O garanhão italiano, como é chamado o personagem de Stallone, é um desconhecido boxeador que, por um acaso, tem a oportunidade de disputar o cinturão mundial contra Apollo Creed, não apenas o maior lutador dos EUA, como também uma celebridade.

Rocky vê sua oportunidade ao estrelato, mesmo reconhecendo que dificilmente venceria Creed. Ao longo da película, vemos a preparação dos dois oponentes, cada um à sua maneira e a sua entrega, para o grande dia da luta.

A luta, aliás, é bem ensaiada e realista, com um resultado que foge do convencional fazendo Rocky, um Lutador ser um clássico cultuado até hoje. Vale lembrar que o filme ganhou oito (!!!!!) sequências, duas delas dedicadas a Creed, levando o nome do eterno oponente de Stallone no primeiro filme.

Forrest Gump – O Contador de Histórias

Não há quem não conheça a história do destemido Forrest e sua jornada pelos EUA e todo o seu envolvimento com essa nação!

Mas, o grande vencedor da edição de 1995 não poderia ficar de fora de uma lista de Oscar na Netflix. O filme levou seis estatuetas, entre elas melhor filme, direção (para Robert Zemenckis) e melhor ator para Tom Hanks – o segundo consecutivo!

Forrest é um rapaz de raciocínio lento, severamente ingênuo e, talvez por isso mesmo, extremamente cativante. Desde cedo, Forrest é perseguido por amigos da escola por conta de seus aparelhos nas pernas que o ajudavam a corrigir a postura.

Ao se livrar da quinquilharia, aprende a correr. E não para. Ao longo dos anos, ele corre por todos os cantos dos EUA, participando dos principais eventos do país, sendo fundamental em todos eles.

O filme quase todo é mostrado com Forrest contando suas histórias sentado em um banco de praça e deixando seus ouvintes incrédulos. Certamente, Forrest Gump está no panteão de grandes filmes já produzidos e não pode ser desperdiçado quando disponível na Netflix!

O resgate do soldado Ryan

Se alguém pode falar que Rocky foi um azarão em 1977, certamente falará que O Resgate de Soldado Ryan era o franco favorito para o prêmio de Melhor Filme no controverso ano de 1999.

Mas, naquele ano, a Academia surpreendeu a todos premiando o esquecível Shakespeare Apaixonado, o mesmo filme que abalou as estruturas brasileiras levando também o Oscar de Melhor Atriz com Gwyneth Paltrow em cima da brasileira Fernanda Montenegro, como melhor atriz.

Mas, O Resgate do Soldado Ryan não passou batido naquele ano. O filme de 1998 levou para casa 5 estatuetas, entre elas, o de melhor diretor, para o querido Steven Spielberg.

O filme conta a história do pelotão capitaneado por Miller, interpretado por Tom Hanks, que desembarca em Normandia, na França, em plena segunda guerra mundial, que recebe a missão de resgatar o soldado James Ryan, na pele de Matt Damon.

A missão por si só não é nada simples, mas Ryan é o caçula de quatro filhos em que os três mais velhos morreram ao longo da guerra, possibilitando, portanto, que o soldado voltasse para casa junto a sua mãe.

Como em todo filme em que o Tom Hanks tem que se deslocar de um lugar para o outro, o resgate é carregado de contratempos, ataques, muito tiroteio e muita bomba, fazendo com que a obra fosse mais um clássico de Spielberg e um dos melhores filmes de guerra, mesmo sem levar o principal Oscar em que concorreu.

Beleza Americana

Os filmes de 1999, logo, premiados em 2000, costumam causar paixões. Boa parte da safra de 99 possui legião de fãs. Por exemplo, Clube da Luta, de David Fincher e Matrix, das irmãs Wachowski. Há ainda clássicos, como À Espera de um Milagre, de Frank Darabont.

Mas nenhum deles desbancou Beleza Americana em Melhor Filme em 2000. E não só, a obra de Sam Mendes ainda levou os prêmios de Melhor Diretor, pro Mendes, Melhor Ator, pro famigerado Kevin Spacey e ainda o Oscar de melhor fotografia e roteiro original, sendo o mais premiado da noite.

O filme conta a história da tediosa vida de Lester Burnhan, Spacey, que está insatisfeito com seu emprego, com sua vida doméstica e se vê incapaz de sair desse turbilhão de marasmo. Tudo muda quando ele conhece a amiga de sua filha adolescente, a bela Angela Hayes.

Fissurado pela beldade, Lester resolve mudar de vida, largando o emprego, mudando seus hábitos e tentando se desvencilhar da carapuça de um homem de meia idade prestes a entrar na velhice.

O Tigre e o Dragão

Geralmente, filmes tidos como “estrangeiros” sofrem um certo “preconceito” por boa parte do público. Obras realizadas fora dos EUA (e, portanto, consideradas “estrangeiras” mesmo para quem também está fora deste país) são taxadas por complexos e apenas feitas para as grandes mentes do cinema.

O que é uma tremenda bobagem. O chinês O Tigre e o Dragão é um belo exemplo de obras feitas em outras partes do mundo que são boas e populares. Em 2001, ele venceu o prêmio de melhor filme estrangeiro e foi um dos principais premiados naquele ano por levar outros 3 prêmios.

A história mostra a vida de duas lutadoras durante a Dinastia Ching. A história, que por si só já é atraente, ainda é embelezada por ótimas coreografias, lutas de tirar o fôlego e magistrais efeitos práticos em que a gravidade é desafiada. Ótima indicação para quem gosta de histórias envolvendo mitologias orientais, bem como a todos que gostam de uma boa ação!

Batman: O Cavaleiro das Trevas

Não foi em 2009 que um filme inspirado em Histórias em Quadrinhos levou o prêmio de melhor filme. Naquele ano, o vencedor foi Quem Quer Ser um Milionário (que está disponível também na Netflix).

Mas, com muita certeza, o momento de mais destaque daquela cerimônia foi o Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, vencido postumamente por Heath Ledger em sua memorável interpretação de Coringa.

Batman: O Cavaleiro das Trevas é o segundo filme da chamada “Trilogia do Nolan”, filmes do homem morcego dirigidos pelo diretor Christopher Nolan e, certamente, o mais aclamado dos três.

Não é pra menos, já que a pegada sombria e mais “humana” do personagem, aqui, ganhou ainda mais ênfase. Mas nada supera a grande interpretação de Ledger, que deu corpo a um dos vilões mais icônicos de todo universo das HQs, a nona arte. Seu Coringa é carregado de cinismo, maldade e loucura.

Se o Coringa, por si só e pelas atuações passadas de Cesar Romero e Jack Nicholson, já era um personagem icônico na cultura pop, Heath Ledger elevou isso a patamares incríveis e que poucos imaginariam que outro ator pudesse fazer novamente. Bom, isso talvez antes do Coringa de Joaquin Phoenix, mas aí é papo para outra hora.

Como disse lá no começo, essa coluna falará de Oscar até o dia seguinte à premiação, totalizando, portanto, três textos, sendo esse o primeiro. Não se engane achando que a Netflix só se associa ao Oscar com filmes antigos. Não mesmo! Neste ano, ela foi, mais uma vez, a produtora com mais indicações: 35! E é desses filmes que falarei em minha próxima aparição por aqui!

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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