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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Lista da gratidão

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

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Estamos em imensidão, são tantos os desafios que estamos enfrentando e por vezes esperando que algo muito grande, muito incrível aconteça, talvez um milagre que nos salve.

Neste ano, neste momento do mundo, as pessoas não dormem e não mais se reconhecem, mas não o não se reconhecer pelo uso das máscaras que todos estamos usando por precaução, estamos nos precavendo sim, do invisível que se multiplica , a multiplicação da “nova doença do mundo”, advém da despreocupação dos arrogantes que fingem que são proprietários absolutos do mundo, talvez a gente nem saiba mais o que é o mundo, as vezes tenho a impressão que estamos vivendo “A Caverna de Platão”, poucos saem, e os que saem adoecem, então estamos em nossas cavernas ou casas, mas muitas vezes estamos dentro de nossos corações, lamentando pelos enfermos , lamentando e clamando que Deus apareça e resolva tudo, quando somos adultos acreditamos que em algum momento de nossas vidas, Deus vai aparecer e conceder a justiça, a justiça divina.

Mas com o passar desses dias longos e de confrontos, tenho a sensação que Deus, espera que nós sejamos a justiça, e refletindo sobre fé, sobressalta a nossa arrogância, vaidade e individualismo, eu quero me salvar ou ajudar a salvar a todos? O que eu posso fazer, o que podemos fazer mesmo estando fracos, desolados e cansados? 

Estávamos todos perdidos em nossas buscas vaidosas e ambiciosas, e um vírus nos mostrou o que somos nesta vida: somos todos iguais, frágeis e vulneráveis às doenças, e vulneráveis às crenças também, eu tenho fé, mas eu vi gente professando fé, sem máscara, sem álcool em gel e sem distanciamento (recomendados pela OMS), então isso não é fé, é loucura.

Aglomeração é presunção, neste momento em que necessariamente precisamos nos cuidar e cuidar dos outros, é por nós, pela nossa sobrevivência, e da vivência que tenho em minha fé, acredito que Deus não quer que as pessoas se aglomerem em cultos, missas e atividades religiosas, a religião agora é a comunhão de um comportamento humanamente civilizado para que possamos ao menos cooperar para a diminuição da contaminação.

Eu fiz uma lista de gratidão, porque estou viva e as pessoas que eu amo não se contaminaram, então eu entendi um pouco sobre fé e gratidão, a fé pode ser como nos colocamos no mundo: solidários e multiplicando empatia (mentalmente, sem aglomeração), e sobre gratidão, entendi um pouco sobre a importância mesmo que exista uma distância (até que o mundo seja curado, não somente da SARS-Cov-19, mas de todas as doenças de um outro vírus muito perigoso, o egoísmo!

Na minha lista de gratidão, existe somente um tópico: agradeço aos meus pais, e a Deus por terem me dado todas as oportunidades de pecar, e me levantar, tentar sempre me transformar e se possível melhorar o que eu possa modificar em mim e em meu entorno, sou grata!

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Sarah Tempesta é bióloga e mora em São Lourenço (MG)
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