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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Pedido de cassação do vereador Anderson Martins é arquivado por falta de documentos na Câmara de Itabirito

Ministério Público impõe sigilo na investigação

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Reunião ordinária da Câmara de Itabirito da última segunda(17/05) - Foto: Reprodução YouTube/Câmara
Em decisão assinada pelo Presidente da Câmara, Léo do Social(PSDB), o pedido de cassação contra o vereador Pastor Anderson Martins(MDB), protocolado em abril, foi arquivado. O documento datado de 17 de maio, acusa o recebimento do ofício e instauração da notícia de fato.

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Após pareceres das assessorias jurídicas externa e interna e seguindo orientação, a denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Estadual, órgão com competência para apuração dos fatos. 

O arquivamento na Câmara de vereadores se deu por falta de documentos necessários de acordo com a Lei Orgânica Municipal, em seu artigo 25°. A decisão foi proferida e informada para a população e vereadores na última reunião ordinária transmitida através do YouTube,  na casa do legislativo, na última segunda-feira (17).

De acordo com o parecer final da câmara sobre arquivamento da denúncia, “constata-se inadequações e ‘’atecnias que inviabilizam qualquer instauração de procedimento legislativo”. Em outra parte do texto, ressalta a falta de documentação necessária pelos denunciantes para instauração de processo.

Na documentação encaminhada à câmara, foram relacionados apenas nome e CPF dos assinantes do abaixo assinado, sem qualificação completa dos autores da denúncia. O texto ainda cita a incapacidade de intimação, dado a falta de endereço dos solicitantes.

Ainda segundo o parecer, o procedimento de afastamento do denunciado não é feito de forma automática, e o termo “impeachment” é utilizado de forma equivocada para membros do legislativo.

O procurador da câmara, Thiago Penzin Alves Martins também coloca em dúvida a autenticidade das notas fiscais apresentadas por se tratarem de cópias. Além disso, o parecerista afirma que a peça deveria ter sido proposta com documentos que comprovem a ligação matrimonial entre Anderson e Damares com pelo menos comunhão parcial de bens.

A conclusão do procurador é que a denúncia não compriu os requisitos mínimos para ser aceita na câmara pela insuficiência  de documentos apresentada, por fim, indica-se que a denúncia poderá ser encaminhada para o Ministério Público Estadual.

Ministério Público

Em consulta à notícia de fato no site do Ministério Público de Minas Gerais, o processo de número 0319.21.000148-7 tramita em sigilo.

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Denúncia de abuso de autoridade

Sobre a denúncia de abuso de autoridade por omissão do presidente da câmara, Léo do Social, o juiz Antônio Francisco Gonçalves declarou em parecer que quem possui competência em julgar tal denúncia é o poder legislativo, cabendo ao poder judiciário o julgamento formal da decisão. 

Além disso, o juiz alega que a via utilizada para avaliar o possível abuso de autoridade deve ser por mandado de segurança.

Vereador se manifesta

Em contato com o denunciado, o vereador Pastor Anderson Martins, disse “acreditar na lisura do presidente da Câmara e nos pareceres jurídicos”. 

Anderson ainda reafirma não existir contrato com o SAAE e nem com a Prefeitura de Itabirito. Em nota afirmou que “para a divulgação de peças e materiais publicitários, a agência i4 comprou mídias (espaço no Sou Notícia) vez que é o veículo de comunicação mais lido e acessado em toda região”.

Por fim, o vereador informou que as notas fiscais são obrigatórias por lei a serem emitidas em nome do cliente e da agência.

Relembre o caso

Em abril passado, o Vereador Pastor Anderson Martins foi denunciado, junto a Câmara Municipal de Itabirito e o Ministério Público sobre a realização de publicidade do SAAE e Prefeitura Municipal no site Sou Notícia. Até março deste ano, o Sou Notícia ainda era de propriedade do vereador, sendo posteriormente transferido para o nome de sua cônjuge, Damares de Paula Martins.

No último dia 10, uma nova petição foi protocolada, dessa vez a denúncia é que o site Sou Notícia teria recebido por publicidade institucional da Prefeitura de Itabirito. A petição solicitava a abertura do processo de investigação na Câmara Municipal de Itabirito. 

Em ambos os casos, Pastor Anderson afirma que não há contrato direto de prestação de serviço entre a empresa Martins Comunicações EIRELI(Sou Notícia) e a Prefeitura de Itabirito ou com o SAAE. O site Sou Notícia era terceirizado pelas agências i4(SAAE) e AZ3(Prefeitura), essas sim com contrato direto com a prefeitura.

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