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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A riqueza do que não é meu

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Ah, riquezas!! Neste texto, podem acreditar, eu vou tentar provar que a gente fica mais rico com o enriquecimento dos outros. E vou tentar do jeito mais simples, prático e subjetivo possível. Sem ‘abraçar árvore’, sem ‘apelar para os santos’… é assim: quando a gente reduz os problemas dos outros, a gente reduz a chance ter mais problemas.

É isso mesmo, sem segundas intenções. Bem do jeito que você entendeu. Se você quer construir o seu próprio patrimônio, é melhor que pessoas ao seu redor estejam com menos problemas. Primeiro que, pressões que envolvem a sua vida e seus familiares (como aluguel, educação, projetos), tendem a fazer as pessoas a tomarem piores decisões. No quesito vida ou morte (no caso, a vida ou a morte de seus filhos, por exemplo), elas estão mais propensas a causarem problemas pra você, para os seus objetivos.

Em segundo lugar, lutar pelos objetivos dos outros vai fazer com que você melhore os contextos em que seus objetivos são inseridos, praticados. Mais pessoas podem participar da sua ideia – o que gera mais riqueza – e menos pessoas são estimuladas a lhe causar problemas. O que quero dizer aqui é o seguinte: até mesmo o chamado ‘sonho americano’, a vida privada e conquistada, depende de um contexto coletivo para este modelo social ser vivenciado. As pessoas precisam de um contexto externo as suas crenças, para que elas sejam representadas.

Então assim, a luta pela ‘riqueza do outro’ nos parece um pouco mais egoísta, e ainda mais justa. A transformação coletiva não se separa dos seus desejos pessoais. Tal como, os ‘problemas dos outros’, em certa medida, são também os seus problemas.

Quando se fala em cidade, pensamos logo em alguma forma de civilização. A própria ideia de civilização nos permite pensar numa seguinte conclusão: de alguma forma, o problema dos outros vai me atingir. É também o meu problema.

Quando a gente pensa em fazer o bem: a mesma coisa. A ideia de que ‘todos os problemas se misturam’ está dentro deste conceito, seja lá qual for a sua forma de experimentação.

Então, pelo que parece, muitas lutas que você possa acreditar que não tenha muito a ver com você, estão diretamente definindo as circunstâncias das suas experiências. E se a sua história não importa, mais nada importa.

O Brasil vive um pesadelo tremendo. Um governo desastroso tomou conta do palácio, e a gente está sangrando um projeto de extermínio de um genocida.

Em 2018, bolsonaro (sim, com letra minúscula) perdeu em algumas cidades da região dos Inconfidentes. Em Itabirito, venceu com mais de 60% dos votos.

E porque eu decidi falar do Bolsonaro, se eu estava falando do problema dos outros?

Porque não há angústia maior. O atual presidente é a melhor e maior representação do descaso. É o contrário do que podemos tentar chamar de civilização – repito, seja lá qual for. bolsonaro é o defensor do menosprezo.

E o Brasil está cuspindo de volta a angústia de tê-lo como presidente.

Todas as cartas estão na mesa. Então escolham o perfil de vagabundo que vocês preferem odiar: a figura do jovem negro periférico ou bolsonaro.

Temos muito pelo que lutar. Pelo teto e pela comida dos outros. Neste país há muito o que se fazer, mas como é, e sempre foi em qualquer outro lugar deste mundo, vamos por partes.

O Brasil não quer mais.

Que Itabirito não queira.

Viva a luta pela riqueza do que não é meu.

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Thomás Toledo é brasileiro, latino americano, humano e graduado em Comunicação Social/Jornalismo
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