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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Entrevista Primaz: Júnia Cioffi – Dia Mundial do Doador de Sangue

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No Dia Mundial do Doador de Sangue, a Entrevista Primaz recebe hoje (14), às 16h, a Presidente da Fundação Hemominas.

No encontro, nossa convidada falou sobre a estrutura e trajetória da Hemominas, esclareceu a situação dos estoques atuais, ressaltou a importância da doação voluntária e detalhou  as medidas adotadas para garantir a segurança dos doadores.

De acordo com Júnia Cioffi, a instalação de um Posto Avançado de Coleta Externa (PACE) na Região dos Inconfidentes depende de um acordo entre as administrações municipais de Mariana, Itabirito e Ouro Preto, e terá todo o empenho da Hemominas para sua concretização.

Assista (ou ouça) a íntegra da entrevista acessando os links, do áudio ou do vídeo completo, e confira também as informações relativas à doação de sangue na Região dos Inconfidentes 

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A equipe de estágio em Jornalismo da Agência Primaz, composta por Isabela Vilela, Letícia Freitas e Yuri Simões, buscou informações sobre ações e apoio à doação de sangue executadas pelas administrações de Ouro Preto, Itabirito e Mariana.

Ouro Preto (por Isabela Vilela):

As principais ações de doação de sangue em Ouro Preto eram feitas a partir de parcerias entre setores sociais, como o Rotaract (a última foi realizada em 2018) e o DeMolay. Também já ocorreram 12 edições, até o início da pandemia, organizadas pelo próprio Hemominas, em associação com o projeto Campus Aberto da UFOP.
A Santa Casa de Ouro Preto também é uma parceira, atuando na divulgação de tais campanhas. Além disso, segundo informações repassadas pela instituição, são promovidas apenas campanhas internas para suprir o banco de sangue próprio, mas esse banco é também composto por repasses de sangue de outros centros.
A Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Ouro Preto (CMOP) informou que não há nenhuma campanha em andamento ou projeto de campanha para ser executada durante a pandemia. Sobre campanhas anteriores, foi mencionado o extinto programa Ouro Preto Sangue Bom, parceria entre o CAC (Centro de Atendimento ao Cidadão) e a CMOP, que consistia em uma lista de potenciais doadores que se cadastraram pelo CAC, repassada anualmente ao Hemominas.

Itabirito (por Letícia Freitas):

Nota da Prefeitura Municipal de Itabirito:

A Prefeitura de Itabirito, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que  contribui com o transporte de doadores de sangue para cidades onde ocorrem as  coletas, fornecendo veículos todos os sábados, às 7h. 

O cadastro de pessoas interessadas em doar sangue é feito diretamente nos pontos de  coleta, nas respectivas cidades onde estão instalados, não sendo possível realizar o  levantamento de doadores, haja vista que não há coleta de sangue no município.

A Prefeitura presta auxílio às campanhas privadas de doação de sangue, sendo  necessária a apresentação da solicitação, por meio de protocolo direcionado à  Secretaria Municipal de Transportes, para disponibilização de veículo, conforme  informado acima. 

A Prefeitura ressalta, ainda, que realiza campanhas de conscientização sobre a  importância da doação de sangue por meio de suas redes sociais, objetivando, em  especial, a ampliação do número de doadores.

Nota da HemominasEm atendimento à demanda, encaminhamos as informações solicitadas. A fonte responsável pelos dados é Thiago Sindeaux, responsável pelo Acompanhamento e Registro na Assessoria de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas. Caso surjam novas demandas relacionadas à produção de matérias jornalísticas, caso queira, poderá enviar diretamente para o e-mail comunicacao@hemominas.mg.gov.br . 

Conforme disposto na legislação vigente, cada pessoa que se candidata à doação voluntária de sangue, tem seu cadastro registrado no sistema de doadores do banco de sangue e cada comparecimento que realizado será atrelado ao Histórico de comparecimento vinculado ao cadastro do doador. A precisão do número de candidatos por cidade é um dado variável, na medida em que, diariamente, candidatos de todas as cidades se cadastram para doar sangue, por esse motivo e também considerando o fato de que os candidatos podem comparecer mais de uma vez ao longo do ano para doar, os dados geralmente informados se referem ao comparecimento havido de candidatos em um dato recorte temporal. Dessa forma, considerando as três cidades (Itabirito, Ouro Preto e Mariana), verificou-se, de janeiro a maio deste ano, um comparecimento de quase 300 candidatos à doação nas unidades Hemominas de Belo Horizonte, tendo sido a grande maioria oriunda da cidade de Itabirito.

Embora a Hemominas possua mais de 20 Unidades estrategicamente distribuídas no estado de Minas Gerais, não há posto de coleta fixo nessas localidades. Todavia, os cidadãos dessas cidades comparecem nas Unidades da capital do estado por meio de caravanas para realizar o nobre gesto da doação voluntária de sangue que salva Vida. Constantemente, também são realizadas Coletas Externas em regiões próximas a essas localidades, sendo uma forma de a Hemominas estar mais próxima e, assim, poder atender ainda mais pessoas que, de forma tão solidária, realizam sua doação. A Hemominas, inclusive, agradece a todos os que doam e salvam vidas!

As parcerias relacionadas à doação de sangue nos municípios que não possuem Unidade da Hemominas são efetivadas através de campanhas de divulgação, coletas externas, organização de comparecimento de grupos e caravanas, sendo, neste aspecto, muito importante que os municípios possam colaborar com o transporte dos candidatos até a Unidade Hemominas mais próxima, de forma que mais pessoas possam exercer esse gesto de solidariedade e os pacientes, inclusive, dessas regiões que são atendidos em hospitais conveniados com a Hemominas, possam receber tratamento adequado.

A doação de sangue é essencial para a vida de quem precisa, mas, infelizmente, os estoques de sangue estão em níveis críticos em virtude da grande queda no comparecimento de doadores, por isso a Hemominas pede a todos que puderem e que estiverem em boas condições de saúde, que agendem sua doação pelo MGapp Cidadão ou pelo www.hemominas.mg.gov.br e compareçam para doar. Lembramos que as Unidades da Hemominas são locais seguros, onde todas as medidas sanitárias são adotadas para segurança de todos os doadores e, por fim, é importante ressaltar que a necessidade de quem precisa permanece mesmo num momento de Pandemia.

Mariana (por Yuri Simões):

O contato de nossa reportagem com a Secretaria de Saúde de Mariana resultou na indicação para procurar o Hospital Monsenhor Horta. Entretanto a administração da instituição informou que não promove campanhas e limita-se a abastecer seu banco de sangue com o estoque da Hemominas, de acordo com a necessidade.

Mas nossa reportagem fez contato com Marcilene Silva, presidente da ADSM (Associação Doe Sangue Mariana).

A Associação Doe Sangue Mariana é composta por um grupo administrativo e os doadores. Atualmente a equipe administrativa é composta por 12 pessoas, tendo Marcilene Silva como presidente. A ADSM faz mensalmente uma caravana ao Hemominas Ponte Nova para doação de sangue. Segundo Marcilene Silva, quando surgem emergências é possível que façam mais caravanas durante o mês. Entretanto, a mensal é garantida.

Atualmente, Marcilene diz que não é possível ter ideia de quantas pessoas participam da associação. De acordo com ela, em cada campanha vão cerca de 50 a 60 pessoas, e o total de doadores ativos é de aproximadamente 400 pessoas.

A associação faz um trabalho além dos doadores de sangue. Marcilene afirma que mesmo quem não pode doar sangue por questões de saúde, pode contribuir financeiramente. De acordo com ela: “A gente precisa de dinheiro porque fazemos o lanche, quando a prefeitura não patrocina o transporte a gente paga de forma particular. Além disso, temos custos com papelaria e vários serviços que geram gastos. Quem puder ser um doador financeiro para gente é muito bem-vindo”. Segundo ela, para quem queira doar financeiramente, há carnês, notas fiscais e todo o regulamento de prestação de contas para os doadores.

Marcilene Silva afirma que a atuação da ADSM é importante pois não há Hemominas em Mariana ou Ouro Preto, e ambas as cidades têm demandas de transfusões de sangue. “A gente não pode ficar dependendo de doadores de outras cidades para abastecer a nossa cidade ou a cidade vizinha. É importante que a nossa população vá doar pois hoje é um paciente de outra região que necessita, mas amanhã pode ser que seja das nossas cidades”, ressalta Marcilene, afirmando que a ADSM já é conhecida nos locais de doação por conta de sua forte atuação, e isso faz com que não seja o nome da associação que seja visto, mas da cidade de Mariana.

Mesmo na pandemia todos os meses houve caravanas ao Hemominas para doação. Segundo Marcilene Silva a procura para doar sangue aumentou, com mais doadores que nas campanhas anteriores. Ela afirma que faz todos os procedimentos possíveis para que todos que tenham vontade possam fazer a doação. “A gente divide em carros, micro-ônibus, fazemos de tudo para que todos possam ir com segurança, e ninguém cria caso. Trabalhamos com pessoas adultas e que são conscientes. Mantemos todos os protocolos de segurança, com o uso de máscara, álcool gel e distanciamento. Exigimos das empresas que contratamos a limpeza dos ônibus”.

Ao ser questionada sobre a possibilidade de campanhas públicas de doação de sangue, Marcilene responde: “Há formas sim de fazer doações durante a pandemia, cumprindo os protocolos de segurança. Sempre agendamos com o Hemominas, para que eles possam estar preparados para nos receber. Todas as vezes que fomos, nenhum doador nunca se contaminou pelo coronavírus devido às idas ao Hemominas. E trabalhamos com equipes até 3 vezes maiores do que as anteriores à pandemia”.

A ADSM foi fundada a partir da demanda de doação de sangue de um familiar de Adriano, conhecido como Baby, e primeiro presidente da Associação. A partir daí a ADSM foi crescendo com a entrada de  outras pessoas que tinham como intuito ajudar seus familiares. Marcilene afirma: “Tínhamos um grupo que era pequeno, mas decidimos, após uma longa conversa, tornarmos uma coisa pública, para que muitas outras pessoas pudessem participar.”. A presidente diz estar no fim do mandato, que acaba no próximo mês, mas que irá continuar trabalhando na associação em outros cargos.

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