- Mariana
Famílias recebem chaves de apartamentos no Morada do Sol
As obras dos prédios no bairro começaram em 2013, famílias que receberam as chaves foram contempladas em 2018
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Em um evento marcado por muita emoção para os contemplados e com a presença de diversos políticos e autoridades, dezenas de famílias que eram assistidas pelo programa de Aluguel Social, receberam as chaves de seus apartamentos. Ainda em 2018 foram selecionadas as pessoas que receberam suas casas hoje. Como já se passaram três anos desde o cadastro, algumas famílias selecionadas à época, já não residem mais no município, por isso, foi impossível realizar a entrega da totalidade das unidades. A prefeitura abrirá cadastro em breve para a ocupação dos demais apartamentos.
Maria Luzia Brás conseguiu sair do aluguel após 22 anos, a cuidadora de idosos já morou em ocupações e já perdeu uma casa para o ex-marido, mas hoje comemora a vitória de finalmente se livrar do aluguel e do medo do despejo: “É um milagre de Deus, eu já sofri muita humilhação, já estive desempregada, sem dinheiro para pagar um aluguel, mas Deus está no comando e graças à ele eu consegui trabalho e esse apartamento. Infelizmente a idosa que eu cuido irá se mudar, então eu vou perder o meu emprego. Mas hoje graças a Deus hoje é dia de vitória, de alegria, de milagre”, se emociona.
Élica Aparecida Fernandes é mãe de quatro filhos e comemora por finalmente poder morar com dignidade com sua família: “É muito gratificante, agora eu posso ter um lar digno pra mim e para meus filhos. É um alívio, eu nem estou acreditando ainda, foi muita espera e é difícil não chorar, a ficha vai caindo né?”, comemora.
Outra contemplada foi Cleusa Francisca Dias, ela tem 63 anos e vai realizar sua trigésima e última mudança, “toda vez que eu passava de ônibus aqui perto e via esses prédios eu dizia para Deus ‘está em suas mãos, se o senhor ver que eu mereço um e se for para o meu bem, o senhor vai iluminar e vai sair um apartamento desses pra mim’. Hoje graças a Ele eu consegui sair do aluguel, tem até um pouquinho de lágrima no meu olho, se eu pudesse eu mudaria amanhã, mas agora é ter calma né? Segunda-feira já vou agendar meu caminhão e se Deus quiser eu vou ser muito feliz aqui”, sorri.
Walber Luiz da Silva, secretário de desenvolvimento social e cidadania, comemora a entrega das casas. “Nós tivemos diversos desafios antes de conseguir entregar essas unidades no dia de hoje, a nossa equipe precisou trabalhar muito pesado para concluir, inclusive porque os prédios foram vandalizados e antes da entrega precisamos realizar essas correções”.
Ainda segundo o secretário, não se trata apenas de prédios, “estamos entregando sonhos, né? São pessoas que sonharam muito tempo com esses imóveis, desde 2018 eles estão nessa lista aguardando e hoje enfim chegou esse dia. Atualmente nós temos mais de 400 aluguéis sociais, as famílias que receberam as chaves hoje participavam desse programa, então com a saída dessas pessoas, nós temos a oportunidade de atender também outras famílias”, explica.
Para Welber, “Mariana é uma cidade que tem um déficit habitacional muito grande, uma especulação imobiliária muito grande, então é prioridade dar atenção para essas famílias”, em relação à possibilidade de entregar obras similares à população, como é o caso dos quatro prédios vizinhos que deveriam servir para a mesma finalidade, o secretário coloca dúvidas, “como se trata de um governo interino, fica difícil saber o que irá acontecer né?”.
Para o prefeito interino, Juliano Duarte, a entrega dos prédios é um passo no avanço das políticas habitacionais do município, “quando assumimos a gestão, encontramos várias dificuldades para entregas dessas unidades, então demos prioridade para realizar toda a parte de infraestrutura que faltava, ligação de água, luz, esgoto. E além disso muitos prédios foram depredados, então fizemos todos os reparos necessários”.
Os apartamentos são entregues às famílias por sistema de comodato, sendo assim, é vedada a venda ou o repasse dos imóveis a terceiros. A única exceção são os herdeiros diretos que podem permanecer no imóvel no caso de falecimento do titular do contrato.
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Novo Residencial
No dia 20 de novembro de 2019, a Prefeitura de Mariana lançou aquele que seria o maior programa habitacional da história da cidade. Na ocasião foi informado que 1600 apartamentos seriam entregues à população no período de 12 meses, sendo que 160 unidades seriam destinadas ao programa de habitação social, o que possibilitaria atender boa parte das famílias que estão hoje no programa de aluguel social. Quase dois anos depois, nenhuma unidade está pronta e a obra está paralisada e longe de uma conclusão.
Em março, a equipe da Agência Primaz visitou as obras do residencial, acompanhada pelo então secretário de obras, André Belico. Na ocasião, o loteamento se encontrava na fase de urbanização e terraplanagem, e a promessa era de retomada das obras de construção dos apartamentos ainda em abril. Atualmente as obras estão totalmente paralisadas, por isso, questionamos o prefeito interino, Juliano e o secretário de obras, Newton sobre quais os motivos do atraso nas obras.
O secretário de obras, Newton Godoy, era vice-prefeito quando o loteamento foi lançado em 2019. Na ocasião e nos meses que se sucederam, o atual secretário foi apontado pelo prefeito da época, Duarte Júnior, como sendo o grande idealizador e responsável pela obra. Para Newton, a pandemia e o excesso de chuvas em 2020 foram as grandes responsáveis por atrasar o cronograma das obras.
Ainda de acordo com o secretário, “A obra está para ser retomada com um novo contrato de licitação para complementar a parte urbanística e poderemos continuar a construção”. Sobre a promessa de retomada das construções realizada por André Belico em março deste ano, Newton esclarece que o prazo do contrato venceu e por isso haveria a necessidade de reabertura de licitação para dar sequência às obras. “Dentro de 60 dias devemos ter o certame licitatório concluído. Com essa conclusão e caso não tenha recurso, voltam as obras”, promete Newton.
O prefeito interino, entretanto, afirma que os motivos que levaram à paralisação das obras do novo loteamento seria um erro de projeto, “nós paralisamos a obra em virtude de um erro de projeto, assumimos o município já com a obra em andamento e em virtude de termos identificado esse erro de projeto, nós paralisamos a obra e estamos refazendo todo o quantitativo necessário para que ela seja concluída. A obra vai continuar, mas é necessário consertar o erro identificado para que a obra possa avançar”, explica.
Em relação ao prazo, Juliano não define uma data específica para o retorno das construções, mas afirma ter solicitado urgência à secretaria de obras para a conclusão do residencial.