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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Vereadores de Mariana debatem retorno das aulas presenciais na rede pública municipal

Parlamentares abordaram necessidade de reformas das escolas para receberem os alunos na sede e nos distritos

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Reforma da Escola Municipal Wilson Pimenta será investigada pela CPI das Obras. Foto: Lui Pereira/Agência Primaz
Reforma da Escola Municipal Wilson Pimenta será investigada pela CPI das Obras. Foto: Lui Pereira/Agência Primaz
A situação das escolas públicas municipais de Mariana foi tema de discussões na última reunião ordinária da Câmara Municipal, realizada nessa segunda-feira (16). O assunto surgiu durante as discussões do requerimento nº 186/2021, de autoria do vereador Marcelo Macedo, no qual solicita informações sobre o andamento da reforma na Escola Municipal Jadir Macedo, no distrito de Monsenhor Horta. Enquanto Macedo disse não ter certeza de que é o momento das escolas voltarem presencialmente, o presidente da Câmara, Ronaldo Bento, afirmou não ter “coragem” de mandar os próprios filhos para a escola nesta fase da pandemia. Já os vereadores Maurício Borges e Edson de Castro (Leitão) deram detalhes de como está sendo feito o acompanhamento das reformas das escolas, por parte da Câmara, atividade desempenhada pela Comissão de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte, Lazer e Turismo, presidida por Borges.

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Durante as discussões na última reunião ordinária da Câmara de Mariana, o vereador Marcelo Macedo cobrou que o retorno às aulas presenciais seja feito com “responsabilidade”. “Eu não sei se tem condições de voltar às aulas agora no dia 1º de setembro, como já foi anunciado. Mas, essa é uma decisão da Secretaria de Educação, junto ao [Poder] Executivo. Para que se dê qualidade de vida a essas crianças, que se faça um retorno com responsabilidade, inclusive por esse momento em que a gente está vivendo”.

Diante do requerimento e das afirmações do colega, o vereador Maurício Borges apontou que a Comissão de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte, Lazer e Turismo está acompanhando as obras nas escolas dos distritos e da sede de Mariana. “Quando a comissão chega à escola, a gente já direciona ao diretor, que é quem está na linha de frente, para que se possa pontuar quais são as demandas, as necessidades que existem nessas unidades escolares, de uma forma transparente e que não se esconda nada. O nosso papel é de fiscalizar e mostrar para a sociedade que o papel das comissões está sendo realizado. Realmente temos visto muitas demandas nas escolas, que precisam de uma reforma urgente. Não pode ser paliativo. É essencial e a gente precisa ter esse apoio do Executivo.” 

Maurício Borges também defendeu que as escolas estejam preparadas para receber os alunos, independentemente da modalidade de ensino escolhida para o início do retorno gradual. “No retorno, nós temos que discutir: com quantos alunos vai voltar? Nós também não podemos deixar os alunos desassistidos. Nesse ensino híbrido, se vamos atender 20 alunos, que se faça uma preparação para que se atendam esses 20”. 

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Já o vereador Edson de Castro Agostinho Carneiro, que também acompanha as reformas como representante da Comissão de Viação, Obras Públicas, Agricultura, Indústria, Comércio e Meio Ambiente, apontou que o retorno presencial pode esbarrar nos prazos necessários para concluir cada uma as obras. “Nessa visita à Escola [Municipal] Jadir Macedo, foram dois engenheiros. Eles disseram que precisam saber o que a secretaria de educação quer com as escolas. Se for para fazer uma reforma completa para voltar às aulas, lá demora mais de 120 dias. Então, a gente está propondo agora a reunião da secretaria de educação com a secretaria de obras, para saber o que vai fazer. Para saber o que é necessário para voltar e depois continuar a reforma.”

Edson de Castro também apontou quais escolas precisam de maiores intervenções e defendeu que outras necessitam apenas de pequenos reparos, para poderem receber os alunos. “Dentre as escolas que foram citadas, eu coloco duas escolas em situação bem precária: a escola Jadir Macedo e a escola do bairro Santo Antônio. Tem que ressaltar também que algumas escolas que falta pouca coisa, igual a escola de Cachoeira [do Brumado] e de Barro Branco, que precisam, mas não é tanta coisa”. Após a fala de Leitão, Marcelo Macedo argumentou que um ambiente que esteja em obras não é o ideal para que aconteçam aulas presenciais. Sobre as reformas na CMEI Santo Antônio, Marcelo Macedo também revelou que a escola é um dos alvos da CPI das Obras, pois o serviço foi, ou deveria ter sido, executado pela Construtora Israel.

O presidente da Câmara, Ronaldo Bento, reclamou da falta de abertura, por parte da Prefeitura de Mariana, para a participação do poder legislativo na elaboração do projeto de volta às aulas. “Eu acredito que esse chamamento deveria ter sido arquitetado por várias mãos. Da forma que foi feito, não houve a presença do legislativo para que pudesse opinar nessa discussão tão temerária, diante do período que estamos vivenciando. Com mais de 570 mil vidas perdidas, acredito que teríamos que ter uma discussão mais ampla.

Ronaldo Bento também afirmou não ter coragem de mandar os filhos para a escola neste momento. “Eu não teria coragem de expor os meus filhos nessa atual conjuntura, de colocá-los para que possam frequentar uma aula neste ano. Nós sabemos que, com todos os protocolos que nós adultos praticamos, ainda temos no nosso meio pessoas que, com todo o cuidado, ainda estão acometidas por esse vírus.” O presidente da Câmara também defendeu que os 15 vereadores elaborem um requerimento solicitando a realização de uma audiência pública para debater o assunto com a população marianense.

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