- Itabirito
Itabirito assume o 3° lugar em casos da variante Delta no estado
Prefeitura Municipal não adotou protocolos diferenciados para contenção da mutação
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De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde, responsável pela análise dos casos por genotipagem, Itabirito assume o terceiro lugar em Minas Gerais nos números de contaminados pela Delta: 12 pacientes. A última atualização foi feita no dia 31 de agosto. Os números contradizem os informados pela prefeitura municipal (10 casos).
Isso ocorre porque o estado contabiliza também os casos prováveis, e a prefeitura municipal, apenas os confirmados. A variante Delta, hoje é classificada mundialmente como “variante de atenção”. Isso porque ainda não há estudos suficientes que comprovem a eficácia de todas as vacinas disponíveis. Além disso, alguns imunizantes já se mostraram com durabilidade de eficácia menor do que o esperado para a Delta.
Entre as vacinas presentes no mercado, a fabricante da Pfizer afirmou que o imunizante possui eficácia reduzida contra a Delta. Já a Astrazeneca apontou 92% de eficácia contra hospitalização. Recentemente foi iniciado um estudo pelo Butantan para calcular a eficácia da vacina CoronaVac, mas de acordo com dados preliminares, a vacina consegue atuar contra a variante. A fabricante da Janssen protege contra a Delta por até 8 meses.
Casos de óbitos
No mesmo período analisado, Itabirito registrou 20 óbitos por Covid-19. Dois pacientes perderam a vida antes do mês de julho, porém a secretaria municipal foi notificada somente no mês de agosto. Entre os pacientes, foi registrado o óbito mais jovem na cidade: um paciente de 25 anos, portador de doença neurológica.
O perfil dos pacientes é de pessoas com mais de 60 anos, que apresentavam comorbidades. Ao menos um caso foi pela variante Delta.
No boletim do último dia 26, foi notificado que o óbito de número 156, provavelmente teria sido ocasionado por paciente com a variante Delta.
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Plano de contenção da variante
Apesar do alerta sobre a contaminação da variante, que clinicamente foi comprovado maior potencialidade de transmissão e com maiores chances de internações hospitalares, Itabirito não apresentou, até o momento, nenhum plano diferenciado para a contenção da mutação do vírus.
Mesmo com uma população ainda não vacinada em sua totalidade com a primeira dose, o município permanece na onda verde do Plano Minas Consciente, a mais flexível do programa do governo de MG.
Apesar das ondas serem definidas pelo plano do estado, com análises pelos indicadores hospitalares e de contaminações, qualquer prefeitura que perceba a necessidade de enrijecimento das normas, tem autonomia para regredir de onda. Tal hipótese não foi discutida pela prefeitura, e as normas e protocolos sanitários seguem flexíveis, inclusive com o retorno das aulas presenciais no município.
Em nota, a prefeitura informou que “a Prefeitura se mantém em alerta diante da presença da variante Delta no município. No entanto, os dados demonstram melhoria dos índices, comprovando que o avanço da vacinação e as medidas de contenção e prevenção à Covid têm se mostrado eficazes em Itabirito”.
Vacinação apresenta lentidão e falta de expectativa para finalização
Nesta semana, pacientes de 21 anos vão receber a primeira dose da vacina contra Covid-19. De acordo com o vacinômetro da secretaria de Estado de saúde, Itabirito já recebeu 56.840 doses da vacina. Com a primeira dose, 32.290 pessoas já foram imunizadas. Na segunda dose, já foram contempladas 12.305 pessoas, e 1.241 Itabiritenses receberam a vacina Janssen, de dose única.
Segundo a prefeitura municipal de Itabirito, não há como estimar a finalização da aplicação da primeira dose. Isso porque o município depende do envio por parte do governo do estado.
Sobre o início da aplicação da terceira dose, que foi previsto para início em setembro pelo governo federal, ainda não há definição para este começo por parte da prefeitura municipal.
As orientações serão realizadas conforme decisão do Ministério da Saúde, seguindo o Plano de vacinação.
Comissão de vereadores cobra respostas da Prefeitura
A comissão covid-19, composta pelos vereadores Fabinho Fonseca (Avante), Dr. Edson (Republicanos) e Max Fortes (DEM), protocolaram, na tarde de ontem, na Câmara Municipal o envio de um relatório de questionamentos sobre a vacinação e a Pandemia para a prefeitura Municipal.
Entre as perguntas elaboradas pelos parlamentares, estão as medidas adotadas para imunização de reforço (terceira dose), antecipação da segunda dose do imunizante Pfizer e se houve aplicação de vacinas vencidas da marca Janssen. Em caso positivo, qual foi a razão para aplicação deste imunizante?
Além disso, a comissão questionou a prefeitura sobre a legalidade para obrigatoriedade do cadastramento prévio e ainda a divulgação de lista de cadastrados, contendo mais de 20 mil nomes.
O vereador Max Fortes, relator da comissão, informou que o requerimento foi para saber quais medidas a prefeitura está implementando, de forma imediata, para contenção da variante Delta.
Sobre as solicitações acerca do cadastro, o vereador cita diversas reclamações da população. Muita gente reclamou, e entendemos também que eles fizeram a estimativa (das doses) em cima deste cadastro. Poderiam ter adotado outras medidas, como por exemplo, a partir das idades, ir imunizando sem a necessidade do cadastro. Sobre a legalidade, a prefeitura falou o tempo todo que não poderiam expor os dados, no projeto que apresentei da transparência, e agora liberam a lista de cadastrados. Queremos saber com qual legalidade eles fizeram esse cadastramento e a divulgação dos cadastrados”.
O vereador entende que, qualquer pessoa que esteja na idade ou requisito de contemplação da vacina, tem o direito de receber o imunizante. “Com qual legalidade eles fizeram esse cadastro “proibindo” essa pessoa de não tomar a vacina? Qual a força legal de uma pessoa, por exemplo, de 23 anos que chega para vacinar, não tem o cadastro e não recebe a vacina?
A comissão também solicitou a dose de reforço (terceira dose), para idosos acima de 60 anos e os imunossuprimidos (vulnerabilidade imunológica ou comorbidades).
Sobre a legalidade dos procedimentos cadastrais, a Agência Primaz já enviou o mesmo questionamento à administração pública, em três oportunidades. Foi solicitado esclarecimento de qual o respaldo legal da não aplicação da vacina em pessoas não cadastradas ou contendo erro. A prefeitura, nas três oportunidades, não explicou sobre o assunto.