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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Festival Canta Mariana define músicas finalistas

Semifinais foram realizadas na sexta (10) e sábado (11). As vencedoras serão conhecidas no dia 25

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A apresentação do Canta Mariana ficou novamente a cargo de Heberton Lopes – Reprodução/Youtube
Em duas semifinais, realizadas na sexta-feira (10) e no sábado (11), foram escolhidas 10 canções para participação na final da 5ª edição do Festival Canta Mariana, a ser realizada no dia 25 deste mês, concorrendo a troféus e prêmios que podem atingir R$ 30 mil. Este ano, o Canta Mariana prestou homenagem a Sylvinha Araújo, marianense e integrante do movimento “Jovem Guarda”, surgido na década de 1960. Artistas participantes, entrevistados pela Agência Primaz, falam de suas expectativas e de polêmicas, e também fazem questionamentos, ressalvas e sugestões.

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Com 740 inscrições oriundas de 22 estados, incluindo 53 de artistas marianenses, o Festival Canta Mariana pré-selecionou 20, entre as quais 5 são de autoria de artistas marianenses, conforme previsto no edital: “Lembra de mim com carinho” (Wandrey) e “Velho rio” (Daniel Guerra, Pedro Armond e Rubens Verona) foram apresentadas na sexta-feira, enquanto Muita saudade (Tony Primo e Getúlio Maia), “Ultimato” (Joseph Philip) e “Uma canção marginal” (- André Scarabelot) concorreram no sábado.

Ao final da transmissão da segunda semifinal, o júri composto por Bia Nogueira, Karen Ávila e Felipe Moreira escolheu as seguintes músicas para a etapa final:

Lembra de mim com carinho (Wandrey – Mariana/MG)

Tempo é ouro (Paulo Neto e Zé Ed – São Paulo/SP)

A flor do meu jardim (Cris Maciel, George Guterres e Vinícius Oliveira – Brasília/DF)

A gente é que cabe no amor (Gonzaga Blantez – Santarém/PA)

Nuvens (Matu Miranda e Madhav Bechara – Fortaleza/CE)

Ultimato (Joseph Philip Coelho – Mariana/MG)

Um lugar além de nós (Zé Beto Corrêa Ribeiro – Belo Horizonte/MG)

Navegante (Aroldo Galindo – Teresópolis/RJ)

Rede de rezas (Valéria Pisauro – Campinas/SP)

Confissão (Valéria Velho – Tietê/SP)

Prêmio Prata da Casa em 2020, Wandrey diz que ficaria feliz se um artista de Mariana conseguisse vencer este ano – Foto: Reprodução/Youtube
Classificado para a final, o marianense Joseph Philip apresentou a música “Ultimato” em um vídeo despojado e intimista – Foto: Reprodução

A premiação do Canta Mariana será composta por troféus – criados por César Augusto e César Augusto Filho – e premiação em dinheiro, cabendo R$12 mil para a canção classificada em 1º lugar, R$ 8mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro, além de R$ 2,5 mil para o(a) melhor intérprete. Caso nenhuma música de artista marianense seja classificada nos três primeiros lugares, “Lembra de mim com carinho” ou “Ultimato” receberão o troféu “Parta da Casa e o prêmio de R$2,5 mil, sendo ainda concedidos diplomas de menção honrosa para as demais finalistas e certificado de participação para as demais classificadas para a fase semifinal.

O troféu do Canta Mariana é composto por um violão em cedro e uma peça em pinus, com ilustração da Travessa São Francisco, em uma moldura que faz alusão a uma janela colonial – Foto: César Augusto Ferreira Guimarães/Arquivo Pessoal

Os vídeos das 20 classificadas estão disponíveis no Youtube e na playlist, apenas dos áudios pode ser acessado no Soundcloud .

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Homenagem a Sylvinha Araújo

Neste ano, nós vamos fazer uma bela e justa homenagem a uma cidadã marianense que conquistou o Brasil. O nome dela: Sílvia Maria Vieira Peixoto Araújo. Ela conquistou o Brasil como Sylvinha Araújo, ícone da Jovem Guarda, que foi lançada por ninguém mais, ninguém menos, que o Chacrinha. Sylvinha completaria 70 anos, se estivesse entre nós. Mas, estamos aqui hoje para celebrar a obra de Sylvinha Araújo. Então, fica a homenagem para Sylvinha, e nós vamos fazer mais ações para celebrar esta artista ilustre de Mariana”. Essas foram as palavras do apresentador Heberton Lopes no início da transmissão da primeira semifinal. Na abertura, durante a contagem regressiva, haviam sido exibidas cinco fotos de Sylvinha.

No sábado, também na abertura, o apresentador repetiu praticamente as mesmas palavras, mas acrescentando que Sylvinha “foi casada, por 39 anos, com outro grande artista: Eduardo Araújo”, mencionou que ela faleceu em 2008, aos 56 anos, vítima de um câncer de mama; e informou que sua carreira consistiu em “18 discos gravados, apresentação de vários programas de TV e uma rica contribuição para a música brasileira”.

Homenagem a Sylvinha Araújo ficou limitada à exibição de fotos na contagem regressiva da transmissão e apresentação de alguns dados biográficos - Reprodução

Entretanto, ao longo de ambas as transmissões, nenhuma outra menção foi feita à “homenageada”. Nem mesmo quando os jurados se retiraram da cena de transmissão, para selecionar as finalistas. Este fato foi notado por muitos, inclusive por um dos participantes do festival que, pedindo para não ter seu nome citado, lamentou a perda da oportunidade de mostrar, principalmente aos mais jovens, as músicas de Sylvinha Araújo. “Tem uma coisa que me chamou muito a atenção. A Sylvinha foi a homenageada, mas não fizeram um vídeo sobre ela, sobre as músicas dela. Não fizeram um vídeo sobre a Tia Elza [mãe da Sylvinha], que era uma figura importante da história, da cultura de Mariana, ligada à música e professora de violino. Eu não encontro uma justificativa para eles não terem feito, no mínimo, um pequeno vídeo sobre a história [musical] da Sylvinha, incluindo a Tia Elza ”, ressaltou nossa fonte, lembrando que, ao final da transmissão de sábado, antes do anúncio das finalistas, foram transmitidos quase 20 minutos de “vídeos divulgando obras da Prefeitura”.

A reportagem da Agência Primaz fez contato com três familiares de Sylvinha Araújo, residentes em Mariana. Todos disseram que não foram procurados pela organização do evento para pedir informações sobre cantora ou, até mesmo, para serem informados a respeito da homenagem. Tanto que uma dessas pessoas, a artista plástica Olga Tukoff, prima de Sylvinha, afirmou que ouviu algum comentário sobre isso, mas nem sequer ficou sabendo que as semifinais já haviam acontecido. Ao ser informada dos detalhes, declarou apenas: “Então não houve homenagem”.

A estreia de Sylvinha no mercado fonográfico foi em 1967, com um compacto simples pela gravadora Odeon, contendo as músicas Feitiço de Broto e Eu vou botar pra quebrar, ambas compostas por Carlos Imperial. No mesmo ano, segundo o Dicionário Cravo Albin da MPB, lançou um compacto duplo, contendo Minha primeira desilusão (Sissi) – considerada como a de maior sucesso da carreira, “Ri melhor quem ri por último” (Eduardo Araújo/Chil Deberto), “Nunca Mais” (Carlos Imperial) e “A Gatinha” (Édson Borges). Quando incluiu, em 1971, a música Paraíba (Humberto Teixeira/Luis Gonzaga) no álbum que leva seu nome, chegou a ser chamada de Janis Joplin brasileira pelo crítico e produtor musical Nelson Motta. Hoje, (quinta-feira, 16), Sylvinha completaria 70 anos.

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