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Hoje é quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Ministério Público instaura inquérito civil contra Vereador Anderson Martins

Parlamentares que compuseram comissão investigativa na câmara terão conduta averiguada

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Denúncia contra o Vereador Pastor Anderson Martins será agora investigada pelo MPMG - Foto: Google
No último dia 2, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou um inquérito civil contra o Vereador Pastor Anderson Martins, pela prática irregular de manutenção de contratos de publicidade com autarquias públicas, o que é vedado pela Lei Orgânica do município e pode ser motivo de cassação do mandato do parlamentar.

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De acordo com o texto do documento de número 0319.21.000148-7, o vereador seria proprietário da empresa Martins Comunicações Eireli (Sou Notícia) e, mesmo após ser empossado como vereador pelo município, em dezembro do ano passado, teria continuado a celebrar contratos com o município através do SAAE, nos meses de janeiro e fevereiro de 2021. 

Posteriormente, a empresa “Sou Notícia” foi transferida para o nome de sua cônjuge, Damares Martins, e continuou a realizar serviços de publicidade para a autarquia municipal, com notas emitidas tanto pelo SAAE quanto pela Prefeitura de Itabirito. As duas práticas são vedadas, de acordo com a Lei Orgânica Municipal.

Conduta dos vereadores da comissão será averiguada

Após a notícia de fato ser apresentada ao Ministério Público e na câmara de vereadores, a casa deu início ao processo de investigação. Porém, os vereadores Léo do Social, Paulinho e Igor Nego Liso optaram por não ouvir as testemunhas de acusação, somente as de defesa.

O Ministério Público entendeu como omissão por parte dos parlamentares, e ainda no texto solicitou, como “objeto de averiguação de noticiada omissão dos edis representados na apuração e trâmite de feito sob responsabilidade da Câmara dos Vereadores de Itabirito”.

Funcionários do SAAE deverão ser ouvidos

De acordo com o MP, todos do setor de comunicação do SAAE serão chamados para prestar esclarecimentos dos fatos.

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Advogado de acusação fala sobre decisão do MP

O advogado Mariel Marra esclarece que “todo cidadão pode noticiar fatos irregulares e criminosos ao Ministério Público a fim de que seja realizada uma investigação”. 

Ele explica que, quando o MP verifica, a partir da notícia de fato que existem indícios de possível irregularidade, toma providências ajuizando uma ação civil por improbidade administrativa ou oferece denúncia pela prática criminosa, que foi o caso no processo contra o Vereador Anderson Martins.

O advogado entende que “a relação comercial mantida pelo Vereador com sua empresa prejudica e compromete a imparcialidade do parlamentar”. 

Ainda segundo Mariel, “com base nisso (relação comercial), o Ministério Público acertadamente está agora investigando oficialmente o Sr. Anderson, já que a câmara municipal não fez o que deveria dentro do processo de cassação”.

Sobre a conduta dos membros da comissão da câmara dos vereadores, o advogado relata que “a comissão processante resumiu seu trabalho investigativo da oitiva de testemunhas de defesa, sob a falsa alegação de que testemunhas de acusação somente poderiam ser ouvidas se já tivessem sido arroladas na denúncia”. 

Porém, durante a instrução processual, informações podem surgir e a comissão teria o dever de averiguar, o que não foi realizado. 

Sendo assim, juntamente com o vereador denunciado, Anderson Martins, os membros da comissão serão investigados no mesmo inquérito.

Duas denúncias junto ao MP

O vereador Anderson Martins foi denunciado em duas oportunidades no Ministério Público:  contratos publicitários irregulares com o Município de Itabirito e, ainda neste mês, suspeita de adulteração de chassi e receptação. Neste caso, o processo corre em segredo de justiça e envolve na notícia de fato o vereador Danilo Grilo e o delegado da Polícia Civil de Itabirito, Frederico Mendes.

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