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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Escassez hídrica em distritos gera preocupação em vereadores de Ouro Preto

Na reunião de terça-feira (28), vereadores criticaram e denunciam à má distribuição de água no município

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Na última terça-feira (28), durante a 66ª Reunião Ordinária de 2021 da Câmara Municipal de Ouro Preto, vereadores se mostraram indignados pela situação dos distritos em relação à falta e má distribuição de água. A indagação se iniciou com o depoimento do vereador Vander Leitoa (SD), que apontou a falta d’água no distrito de Antônio Pereira. Enquanto a vereadora Lilian França (PDT) defendeu que todo o município sofre com a escassez hídrica, Júlio Góri (PSC) questionou o processo de hidrometração realizado pela SANEOURO.

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Vander Leitoa pede para que exista uma parceria público-privada entre a Prefeitura de Ouro Preto e a mineradora Vale, com o intuito de interceder e suprir o problema da falta de água no distrito de Antônio Pereira. O vereador argumenta que a empresa já presta este serviço ao distrito de Santa Rita, em Mariana. A fala do vereador Vander fica mais incisiva ao questionar a ação das companhias que drenam as águas da região e que devem ajudar a distribuição nos locais atingidos. De acordo com Vander Leitoa, essas ações estão acabando com o lençol freático do município que é rico em nascentes e abundante em água potável. 

Lilian França (PDT) ainda acrescenta a discussão ao comentar a atual situação do distrito de Amarantina:  “Em Amarantina perdemos nossas nascentes com as mineradoras instaladas lá, a lagoa da rua do Barreiro está sequinha, coisa que nunca aconteceu. Não é apenas Amarantina que está sem água, não é Coelho que está sem água, é Ouro Preto inteira”. Na sequência, Lilian França pede para que as empresas auxiliem os moradores com caminhões pipas. 

A SANEOURO também foi alvo de críticas na reunião ordinária. O vereador Naércio Ferreira (Republicanos) acusa a responsável pela distribuição em Ouro Preto de deixar o distrito de Amarantina oito dias sem água potável e, só após diversas reclamações, ter sido enviada ajuda ao local. Naércio ainda acrescentou e diferiu fortes palavras em relação à empresa: “É uma herança maldita, que não conhece os territórios e que não resolveu nada. São três anos de concessão pública. Onde está a resposta de investimentos na nossa região? A falta d’água é sistêmica. O serviço é ineficiente, a falta de água é sistêmica e geral, acomete em todo Ouro Preto e seus respectivos distritos.”

As acusações não acabaram por aí, Júlio Góri (PSC) levantou o questionamento sobre a índole do processo de atendimento da SANEOURO. De acordo com o vereador, a prestadora de serviços prioriza as residências com a hidrometração já instalada e negam o abastecimento para os moradores que se recusaram a colocar os equipamentos. Alessandro Sandrinho (REP) acrescenta que esta atitude é deplorável. O vereador usa como exemplo a situação que ocorreu no bairro da Vila Aparecida e alega que estão tentando coagir os cidadãos através da escassez de atendimento e autoridade policial.

O atual clima de tensão também gera insegurança aos vereadores. Wanderley Kuruzu (PT) se mostra preocupado com a saúde e a integridade física dos apoiadores, funcionários e manifestantes. Vander Leitoa ainda relembra a queima de dois veículos de propriedade da SANEOURO,  boato que circula entre grupos de WhatsApp da cidade e pede ações imediatas do poder executivo.

A equipe de redação da Agência Primaz entrou em contato com a empresa, porém, não obtivemos nenhuma resposta até a publicação da matéria.

 

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INFRAESTRUTURA PARA DISTRITO

Pela 65ª Reunião Ordinária de 2021 realizada pela Câmara Municipal de Ouro Preto, uma das principais pautas tratadas pelos vereadores da cidade foi a questão da infraestrutura nas localidades e distritos da região. A discussão se iniciou através do vereador Luiz Gonzaga (PL) que abordou as condições precárias na principal via de acesso à Comunidade do Quilombo, em Rodrigo Silva.  O pedido inicial do vereador foi requerer que à Secretaria Municipal de Obras avalie a situação da ponte principal do povoado e se é viável a construção de uma nova estrutura.

O pedido foi ilustrado com a filmagem de moradores locais limpando a estrada abarrotada de lama, devido à chuva que ocorreu no local e o rio que corta a região. A seguir, os vereadores, Renato Zoroastro (MDB), Vantuir Antônio da Silva (PMDB), Lilian França (PDT) e Naércio Ferreira (REP) alertaram para a situação que é complexa, pois a comunidade costuma ficar ilhada em períodos chuvosos. Foi solicitada a verificação da possibilidade da construção de uma ponte de concreto, pois a atual é feita de madeira de eucalipto e está deteriorada.

O vereador Vantuir ainda acrescentou que a atual ponte sofreu diversas manutenções paliativas desde 2013 até o início de 2021, contudo, o enorme fluxo de água que passa no local deixa claro que é necessário a construção de uma estrutura reforçada. 

 

CHUVAS EM OURO PRETO

Áreas de risco em Ouro Preto. Fonte: Defesa Civil Ouro Preto

 

O vereador Naércio Ferreira destacou outro problema recorrente para a população ouro-pretana. O período chuvoso se aproxima e de acordo com levantamento feito pela Defesa Civil, Ouro Preto registra 313 áreas de risco de desabamento. O vereador ainda acrescenta que solicitará esclarecimentos nas próximas semanas sobre o plano de contingência do período chuvoso.  Segundo o levantamento disponível no site da Defesa Civil, feito em 2016, o Bairro São Cristóvão é o que mais preocupa. Ao todo são 24 imóveis com risco de desabamento e até então não existe contenção adequada para a segurança dos moradores.

O estudo ainda categoriza em níveis de risco alto e muito alto e aponta que a região da Serra de Ouro Preto, que vai da Serra do Veloso, bairro de São Cristóvão, até o bairro Taquaral são os locais que mais necessitam de atenção das autoridades.

CASO IGOR MENDES

Após quatro anos do assassinato do jovem ouro-pretano Igor Arcanjo Mendes, no Centro Histórico de Ouro Preto, vereadores da Câmara Municipal solicitaram informações ao Ministério Público sobre o andamento do processo. 

A fatalidade aconteceu durante uma abordagem policial no dia 15 de setembro de 2017, quando ele e outros amigos se dirigiam para o show do grupo Racionais MC’s, no bairro de Saramenha. O carro onde estavam foi abordado, e o jovem de 20 anos foi baleado na cabeça. Nas investigações o policial alegou que efetuou o disparo, pois pensou que o rapaz sacaria uma arma de fogo e por esse motivo reagiu desta maneira. 

O processo ainda não foi concluído e o último registro de movimentação é datado de julho de 2020. A vereadora Lilian França com a Representação Nº 330/2021 e o vereador Matheus Pacheco (PV) com a Representação Nº 331/2021 solicitaram informações e esclarecimentos referentes ao andamento do processo jurídico. 

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