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Hoje é terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Moradores de Antônio Pereira sofrem com tempestades de poeira e pedem providências à Vale

Cada vez mais frequentes, as tempestades desafiam a limpeza das casas e a saúde dos moradores.

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Obras da Barragem Doutor em Antônio Pereira trazem diversos problemas e moradores pedem soluções para a Vale - Foto: Lui Pereira/Agência Primaz
Ontem(29), mais uma vez um vendaval criou uma tempestade de poeira em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto. A localidade sofre com diversos problemas em decorrência das obras de descomissionamento da Barragem Doutor da mineradora Vale. De acordo com os moradores, as tempestades de areia estão cada vez mais frequentes e não haveria por parte da mineradora iniciativas para amenizar o problema.

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Desde o início das obras e principalmente durante o período de estiagem, as tempestades de poeira afetam a qualidade de vida e saúde da população. Os moradores sofrem com diversos problemas que surgiram em função das obras de descomissionamento da Barragem Doutor, entre eles as dificuldades em conseguir remoção das zonas de autossalvamento (ZAS), impactos sociais e econômicos.

Rosiele Caetano mora no loteamento e enviou para nossa redação alguns vídeos que mostram a tempestade que durou ontem cerca de duas horas. A moradora fala sobre as dificuldades de ser vizinha da barragem. “Ontem foi bastante poeira tanto na barragem quanto na nova obra, que durou desde o começo do vento até o fim da chuva”.

A moradora narra ainda a extensão da tempestade, de acordo com Rosiele, a poeira subia “desde a barragem até as obras de descomissionamento “ e aponta também os dilemas que precisa enfrentar em função da poeira. “Móveis e roupas no varal ficam sujos, nós adoecemos, a bronquite me afeta”.

Confira abaixo os vídeos enviados por moradores

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Os caminhões pipa e os esguichos que ficam no topo da barragem para ajudar a diminuir a poeira não estariam funcionando de maneira satisfatória e após a abertura da estrada, com a supressão de mata nativa, teria piorado a qualidade do ar.

Os moradores clamam por soluções, especialmente por se tratar de uma obra de longa duração e afetar diretamente o cotidiano dos atingidos.

Questionamos a Vale sobre os motivos do não funcionamento dos esguichos, sobre a frequência de uso de caminhões pipa, bem como outras medidas que deverão ser tomadas pela mineradora para amenizar os problemas que decorrem das obras, até o momento não obtivemos respostas.

Tempestade de poeira ocorrida no final de julho no mesmo local

ATUALIZAÇÃO:

Após a publicação da reportagem, a Vale enviou uma nota para nossa redação que é reproduzida abaixo:

“Um dos compromissos da Vale em suas operações é com a escuta ativa e diálogo transparente com as comunidades. A empresa realiza o monitoramento contínuo dos trabalhos na busca de identificar e eliminar quando possível ou reduzir ao máximo os impactos das obras para as pessoas. 
 
Em Antônio Pereira, os compromissos assumidos pela empresa com a redução de impacto das obras estão sendo cumpridos. As áreas diretamente impactadas têm recebido umectação de segunda a sábado, período em que há atividades, quatro vezes por dia. 
 
Em relação à cortina de água da barragem Doutor, a Vale esclarece que seu funcionamento foi interrompido na quarta-feira, dia 29, para manutenção e será restabelecido hoje, dia 1 de outubro”. 

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