- Mariana e Ouro Preto
Paralisação dos motoristas da Univale é suspensa após oito dias
Após mais de uma semana enfrentando fortes chuvas em acampamento, motoristas decidiram retornar às atividades.
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Os motivos que levaram a suspensão do movimento foi além das dificuldades enfrentadas no acampamento. De acordo com Yuri Gomes, “como a empresa não prometeu abonar os motoristas durante a paralisação e diante das dificuldades enfrentadas durante o movimento, o movimento optou por dar um passo atrás para avaliar quais seriam as próximas medidas a serem tomadas. Querendo ou não todo mundo ali tem contas a pagar e ninguém pode abrir mão de quase um terço do salário ainda mais em uma crise como essa que estamos vivendo”.
Ainda segundo Yuri, “o clima não é de derrota, pelo contrário, os motoristas sabem que conseguiram criar em todos ali uma união da categoria e continuarão a lutar pelas pautas reivindicadas. Algumas questões como o não pagamento das horas extras e a cobrança pelas avarias por exemplo são irregularidades trabalhistas que podem ser judicializadas pelos motoristas.”, explica.
Durante os dias de paralisação, o movimento de motoristas enfrentou fortes chuvas no acampamento e conseguiram chamar a atenção da população e demais trabalhadores da região para as precariedades enfrentadas pelos trabalhadores. O movimento iniciou a partir de uma paralisação pontual no dia 14, como não conseguiram chamar a atenção da empresa ou do sindicato, na sexta-feira (15), o movimento ganhou força e a paralisação passou a ser por tempo indeterminado.
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Durante os dias que se seguiram, o acampamento que estava inicialmente na Vila Samarco, após uma liminar que exigia o retorno de 50% dos trabalhadores e acusava o movimento de apropriação indébita dos ônibus que estavam com os motoristas, o movimento encaminhou-se para a porta da garagem da Univale e desde domingo um acampamento improvisado em frente a garagem serviu de base aos manifestantes que foram castigados por fortes chuvas que caíram durante a semana.
Em todo o tempo de paralisação, em apenas uma oportunidade os trabalhadores puderam sentar-se com a empresa para enviar as suas reivindicações. O STTROP, sindicato que representa a categoria, não esteve ao lado do movimento e sequer compareceu ao acampamento, outros sindicatos e movimentos sociais como Metabase Inconfidentes, Flama, Conlutas, Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Preto, Assufop e Adufop apoiaram o movimento e auxiliaram os manifestantes durante a paralisação.
Independentemente do retorno das atividades, os motoristas pedem o avanço nas negociações e prometem fazer outras paralisações caso não consigam avançar com as pautas do movimento.