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Hoje é domingo, 6 de outubro de 2024

Ensino em Tempo Integral volta a funcionar na rede municipal de Mariana

Programa “Mariana Cidade-Escola” quer aproximar alunos e alunas dos espaços do município, para proporcionar formação sistêmica

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Daiane Mendes, Coordenadora do Programa de Eduação em Tempo Integral, com os cadernos interativos utilizados no ano passado, quando as atividades foram oferecidas de modo remoto – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
Com a retomada das atividades presenciais, a rede municipal de ensino de Mariana também terá o retorno das oficinas presenciais que compõem o agora chamado “Mariana Cidade-Escola: Programa de Educação em Tempo Integral” que será oferecido, a partir de abril, em 15 escolas da sede do município e em alguns distritos, para os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Por questões de falta de espaço, as escolas Monsenhor José Cota, Santa Godoy, CEMPA e do distrito de Cachoeira do Brumado não vão ter, inicialmente, a implantação do programa em 2022.

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Para a implantação em abril, a equipe de monitores da Secretaria Municipal de Educação passou por uma fase preparatória, necessária para a construção de habilidades específicas para a transição entre os formatos remoto (utilizado em 2021) e presencial, como informado por Daiane Mendes, Coordenadora do Programa de Educação em Tempo Integral, em entrevista concedida à reportagem da Agência Primaz. “O tempo integral, no ano de 2022, iniciou com [a capacitação] dos monitores do programa. No ano passado, nós tivemos a contratação [desses monitores] e trabalhamos no formato remoto. Esses monitores continuaram com o contrato, e nossas primeiras ações foram voltadas para as formações, entendendo que estamos no contexto da pandemia, e é importante contribuir para que eles construam as habilidades que são necessárias para responder a essa nova demanda que nós temos, que é fazer o tempo integral em um formato presencial”, destacou Daiane.

Logo do programa de tempo integral – Foto: Reprodução/Prefeitura de Mariana
Apresentação do tema Mediação de Conflitos, pelo monitor Wesley Procópio, durante atividade da etapa “De monitor para monitor” – Foto: Reprodução/Prefeitura de Mariana

Os encontros formativos, segundo Daiane, foram realizados com a troca de experiências com profissionais locais e de diferentes cidades. “Nós fizemos um ciclo de encontros formativos, que teve uma primeira etapa que foi ‘Tecendo o conhecimento com os outros’. Nós convidamos profissionais de diferentes áreas e de outros lugares para conversar com os monitores sobre os temas específicos das oficinas. Nós ofertamos hoje, no tempo integral, as oficinas de música, de teatro e dança, de artesanato, de esporte e lazer, de educação patrimonial e ambiental, e também a oficina de estudos orientados”. Em um segundo momento, chamado “De monitor para monitor”, os responsáveis pelas oficinas do tempo integral tiveram encontros virtuais entre eles, nos quais cada grupo destacou um tema especificamente escolhido para gerar discussões a respeito da prática pedagógica para a retomada de atividades presenciais.

Daiane esclarece que o programa de educação em tempo integral, que é oferecido para os anos iniciais do ensino fundamental, em regime de contraturno (defasado do horário regular de ensino) não será implantado em três escolas da sede do município e uma do distrito de Cachoeira do Brumado, principalmente em função da inexistência de espaço físico e horários disponíveis para essas atividades. “O nosso público são alunos do 1º ao 5º ano. As escolas que não iniciaremos nessa retomada [das atividades de tempo integral], são as escolas Monsenhor José Cota, Professora Santa Godoy. Aníbal de Freitas [Cachoeira do Brumado] e o CEMPA [Centro de Educação Municipal Padre Avelar]”, informou Daiane.

Também presente no local de entrevista, Luciene Oliveira, Subsecretária Municipal de Desenvolvimento da Educação Básica, complementou a informação, esclarecendo a situação particular da escola municipal Monsenhor José Cota: “Na [escola municipal] Monsenhor Cota, por exemplo, que oferece anos iniciais, educação infantil e EJA [Educação de Jovens e Adultos, no período noturno], o número de alunos é enorme, ocupa os três turnos, e a gente não tem espaço lá, nem conseguiu local para alugar. Por isso é que foi importante a aquisição do terreno para a construção de espaço para a educação infantil e para a escola do estado”.

Com um dos maiores contingentes de alunos da rede municipal, a Escola Municipal Monsenhor José Cota (bairro Cabanas) não dispõe de espaço físico disponível para oferecimento das atividades de tempo integral – Foto: Reprodução/Prefeitura de Mariana

Daiane Mendes, há 1 ano e 2 meses como Coordenadora do Programa de Tempo Integral, destaca que as atividades do projeto são facultativas e que, em função da impossibilidade de oferta nas quatro escolas mencionadas, o total de alunos atendidos é de pouco mais de 65% dos matriculados nas outras 15 escolas, envolvendo pouco menos de uma centena de monitores. “Nós vamos iniciar com 526 alunos nas outras 15 escolas e temos um quadro de 86 monitores. (…) O tempo integral não é obrigatório, ele é feito através de uma adesão. Então ele não representa 100% [dos matriculados nas 15 escolas participantes do programa] mas a oferta foi dada para 100% dos anos iniciais. Em fevereiro as escolas fizeram uma sensibilização com as famílias, informando que o tempo integral estava retornando nesse ano de 2022, no formato presencial e, na mesma semana da sensibilização as escolas encaminharam um formulário de adesão para as famílias e com esse formulário as famílias diziam se tinham interesse. Então foram 526 alunos na adesão, de um total de aproximadamente 800 nos anos iniciais das 15 escolas participantes”.

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Mariana Cidade-Escola

A Coordenadora do Programa destaca os objetivos do programa, agora que as atividades voltam a ser presenciais, com foco na própria escola e nos espaços da cidade. “Eu acho importante falar da proposta do tempo integral. Qual que é a intenção do programa, o que nós buscamos alcançar com todas as ações? É possibilitar aos alunos a interação com o meio social, mas também com o meio interno, que é o espaço da escola. É aproximar esse aluno dos espaços da cidade, da cultura e do esporte, para que a gente consiga construir uma educação integral de qualidade”, afirma Daiane.

Exemplificando, a coordenadora fala da apropriação, nas oficinas, de elementos existentes na escola e na cidade, justificando o nome adotado para o programa de tempo integral. “O tempo integral tem a proposta de levar os alunos até os espaços da cidade e nós precisamos também, nesse ano, trabalhar as oficinas de forma que os objetos e os elementos da escola também sejam considerados nas oficinas. Então, por exemplo, na oficina de teatro e dança, se tem uma árvore nessa escola, nós vamos pensar essa árvore, esse elemento que existe ali, como objeto de aprendizagem. Esse objeto pode contribuir para o aluno experimentar e colaborar também com a formação integral. E também pretendemos levar esses alunos até a cidade, porque o espaço da cidade contribui para a formação integral do aluno também. Então, para alcançarmos essa educação integral, nós resgatamos novamente Mariana para a escola, adotando o nome Mariana Cidade-Escola: Programa de Educação em Tempo Integral”, finaliza.

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