- Mariana e Ouro Preto
ONG Cãodominio começa a atuar também em Ouro Preto
Pioneira na ação, entidade expande sua atuação e vê aumento dos lares comunitários, a partir da adesão da Prefeitura de Mariana
Compartilhe:
*** Continua depois da publicidade ***
***
Com cerca de 75 voluntários, a organização tem casinhas instaladas no bairro Colina, Vila Maquiné e, mais recentemente, no município de Ouro Preto. Sobre os pontos escolhidos para acomodar os lares, o Diretor de Marketing da ONG, Augusto Gabriel, explica que essa seleção deve ser estratégica. “Primeiro não pode atrapalhar a calçada e também não pode ser instalada na rua. Então é um local que tem que ter alguém próximo para cuidar. É até um desafio, tanto para o poder público quanto para ONG, porque talvez a pessoa quer colocar uma casinha comunitária, próximo a casa dele, mas o passeio não permite. A gente escolhe muitos pontos, como praça e lugares que tem um passeio mais amplo que não vai atrapalhar o percurso de pedestre”, esclarece.
O vereador Ricardo Miranda (Republicanos), um dos fundadores da organização, complementa que é necessário ser um local que possa ser monitorado. Esse é um cuidado tomado para evitar vandalismo. “Normalmente as instalações do Cãodomínio, elas são instaladas em onde tem um, assim, um protetor, que ali fica monitorando e a gente também toma um cuidado para sempre colocar em algum ponto onde tem câmera”.
O trabalho voluntário para supervisionar os lares é essencial não apenas para preservação das casinhas, como também para reposição de ração e água para os animais, além da higienização dos espaços. A organização realiza o cadastramento de pessoas com interesse para realizar essa função. Em paralelo às ações do Cãodomínio, a Prefeitura de Mariana iniciou um movimento similar, disponibilizando lares próprios nas ruas do município. Com o apoio da ONG na inclusão de protetores, a prefeitura pretende instalar 30 casinhas.
Sendo movimentos distintos, a política pública de abrigos para animais de rua cresce em duas vertentes que se entrelaçam. Importante lembrar que a pioneira desta ação é a ONG Cãodominio. As casinhas da organização são fabricadas por Ricardo com madeirite plastificado e telhas de amianto adquiridas com doação de materiais ou em dinheiro. Segundo ele, elas são maiores que aquelas adquiridas pela prefeitura e conseguem comportar em média 6 animais.
Ricardo faz um alerta de que as casinhas instaladas são para animais que já se encontram em situação de rua. Conforme relato, já houve casos de abandono, com os bichinhos sendo colocados dentro da estrutura e barrados de sair com tábuas. “Esses animais já se encontram na situação de rua e eles não tem um local para repousar, não tem local para comer e nem para se abrigar de frio, ou até mesmo do calor. O intuito é dar abrigo e assistência aos animais que já estão nas ruas, não é para incentivar ninguém abandonar”, declara o fundador da ONG.
*** Continua depois da publicidade ***
Legislação municipal
No ano passado foi sancionada a Lei Municipal 3.409 que penaliza praticantes de maus-tratos e abandono de animais domésticos. “Se a pessoa for pega abandonando animais próximo ao condomínio ou dentro de uma casinha e ela for pega, ela vai sofrer as consequências da lei porque abandonar é crime”, completa Ricardo Miranda.
Sobre a recepção da comunidade, Augusto comentou o processo de entendimento e aceitação, que passa pela conscientização da população. “As pessoas começaram a entender que os animais vão conviver com a gente na sociedade, eles fazem parte da sociedade e quando a gente coloca esses lares, a gente não está trazendo um problema público. A gente está instalando uma conscientização para, daqui um tempo, as pessoas comecem a cuidar, e essa questão dos maus tratos, ela deixe de ser uma realidade nossa”, afirma.
De acordo com ele, os lares do Cãodomínio não aumentam o número de animais nos locais, pois são colocados em pontos onde esses bichinhos já frequentam. Aliás, essas casinhas auxiliam no controle, pois possibilitam tomar alguns cuidados como castração, vacinação e demais atendimentos. Augusto reconhece que existem questionamentos em relação a essas ações, mas acredita que o cenário da causa animal no município vai ser diferente daqui alguns anos. “A população já está muito mais adepta da ideia da causa animal pelo trabalho que a gente vem fazendo de conscientização, pela política pública desenvolvida em nosso município, tanto da parte do executivo quanto a parte do legislativo. Essas ações em conjunto fazem com que a sociedade tenha mais sensibilidade para essa causa.”
Apoiadora da causa animal há 8 anos, a voluntária Vivi Brito, aponta que já percebe algumas evoluções, principalmente no aumento de voluntários. “Nas redes sociais, tem diversas pessoas querendo entrar e a gente também até faz uma entrevista para poder saber como que ela quer ser voluntária, qual é a função, porque a gente também tem um trabalho na questão de ser voluntário e pessoa que quer ceder a casa para ser um lar temporário”, comenta.
Atualmente, há 8 animais acolhidos em lares temporários. No ano de 2021, 154 bichinhos foram adotados e Augusto já percebeu, nos últimos meses, um crescimento em torno de 25% no número de adoções. Para saber mais sobre a organização acesse o Instagram ou Facebook. Caso queira ajudar, doe através de:
- PIX CNPJ: 42.203.040/0001-80
- PIX E-MAIL: caodominio.doar@gmail.com
Em caso de denúncia ou resgates, entre em contato com os órgãos competentes:
- Guarda Civil Municipal: 153
- Polícia Militar: 190
- Samu Animal: 99506-0720
- Polícia Ambiental: 3558-2003