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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Com dificuldades financeiras, UFOP pensou em cancelar Festival de Inverno, revela reitora

Mesmo com dificuldades orçamentárias, a Universidade Federal de Ouro Preto divulgou o lançamento do evento, que ocorrerá de 1º a 17 de julho

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Da esquerda para a direita: Marcos Knupp (Pró-reitor de Extensão e Cultura), Gabriela de Lima (Pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura) e Cláudia Marliére (Reitora da UFOP) - Foto: Rômulo Soares/Agência Primaz
Durante a entrevista coletiva de divulgação do Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade, na manhã desta quarta-feira (29), a Reitora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Cláudia Marliére, revelou que a primeira edição presencial do evento, depois da pandemia, quase foi cancelada em função da atual situação de dificuldade financeira enfrentada pela instituição de ensino superior. O lançamento do Festival de Inverno estava marcado para 10 de junho, mas foi suspenso pela necessidade de ajustes na programação e no formato das parcerias em curso, após um bloqueio orçamentário de R$4,5 milhões.

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Com a dificuldade de recurso da Universidade, nós pensamos não apenas na suspensão, pensamos, também, no cancelamento do festival. Depois de uma certa reorganização interna da UFOP, no sentido orçamentário, vimos que teríamos condições de realizar o evento. Devido à importância do festival, chegamos à conclusão que não perderíamos em qualidade e teríamos condições de fazer o que estava proposto com um orçamento próprio”, explicou Cláudia Marliére.

Para a realização do evento, existe um aporte da UFOP, gerido pela Fundação Gorceix, de R$245 mil, destinado a logística; pagamento da equipe, de artistas, oficineiros, infraestrutura e transporte. Como comparação, em 2015, o festival teve uma verba de R$800 mil e, nos anos anteriores, as quantias superaram R$1 milhão, por causa da captação de recursos via Lei Rouanet. Mesmo diante de dificuldades, a UFOP afirmou o compromisso de realizar o Festival de Inverno, que completa 56 anos de existência neste ano.

De acordo com a Pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura da UFOP, Gabriela de Lima Gomes, o evento chegou a conseguir um recurso direto da Vale, porém, por um impasse jurídico, o patrocínio acabou não acontecendo. Para receber o dinheiro, a Universidade contou com uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que disponibilizou o seu CNPJ. Porém, no dia 12 de junho, houve a alteração da presidência da OSC, que preferiu não continuar com as propostas do festival. “Estamos com o Festival de Inverno inscrito na Lei Estadual, mas ela (presidência da OSC) falou que não tem interesse em se manter proponente e ela vai pedir o cancelamento”, explicou

Entretanto, o Festival de Inverno contará com o apoio do Supermercados Farid, que fornecerá camarins e lanches. Outros apoios para trazer atividades formadoras também foram conseguidos por meio de instituições.

A UFOP traz como proposta para o Festival de Inverno, principalmente, atividades formadoras, com programações acadêmicas para a população, por meio de seminários e oficinas. “A importância do festival para a Universidade é tratá-lo como um projeto acadêmico. Anteriormente, ele foi tratado de diversas formas, como um projeto institucional, administrativo, a gente pontuou que ele deveria ser um projeto acadêmico, porque ele é feito por docentes, servidores técnico-administrativos e, sobretudo, discentes da Universidades. Então, ele tem um aspecto formativo muito presente”, salientou o Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFOP, Marcos Gonçalves Knupp.

Quanto aos grandes shows, a UFOP prefere deixar a cargo das prefeituras, não sendo exatamente o papel da Universidade trazer atrações renomadas para o Festival de Inverno. Para Cláudia Marliére, é preciso, ainda, que haja uma mudança na cultura da sociedade, em relação aos festivais promovidos na cidade, no estado e no país, principalmente naqueles que possuem promoção universitária. “Não é só porque não temos muito dinheiro. Temos que mudar a cultura da população para que as oficinas e os seminários também sejam procurados”, opinou.

O edital de seleção dos espetáculos para compor a programação do Festival de Inverno contou com 79 propostas, tendo 11 desclassificadas por não atenderem aos critérios do edital e não apresentarem envio de recurso, enquanto outras 23 foram aprovadas, sendo 16 espetáculos musicais e sete apresentações cênicas.

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Mariana e o Festival de Inverno

Dentro da programação do Festival de Inverno, está um seminário do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) chamado “Saberes em Roda: conversas sobre o Patrimônio Imaterial”, que será realizado no dia 6 de julho, às 14h, no Auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), sendo o único evento do Festival de Inverno marcado em Mariana.

Ao mesmo tempo, o Prefeito Interino da Primaz de Minas Gerais, Juliano Duarte (Cidadania), anunciou uma programação de um Festival de Inverno próprio, que conta com shows de Paula Fernandes, Daniel e Biquini.

Mariana sempre foi um pouco independente, ela tem essa atividade como uma atividade dela também. Eles optaram por ceder espaços e infraestrutura, mas depois optaram em fazer um evento próprio, como sempre fizeram, e a gente participa com o que é possível. Todos os eventos deles são mais de shows, a nossa intenção é levar a Universidade para quem não está nela, para os jovens, adultos e idosos. Não tem problema nenhum eles fazerem, acho até pertinente, porque o nosso objetivo é outro”, comentou Cláudia Marliére sobre a relação entre o Festival de Inverno e a Prefeitura de Mariana.

Confira a programação do Festival de Inverno de Mariana clicando aqui.

Obrigatoriedade do uso de máscaras

O Festival de Inverno acontece do dia 1º ao dia 17 de julho e conta com uma programação voltada, principalmente, para ambientes abertos. Isso porque o planejamento do evento começou ainda em 2021 e havia a incerteza de como as restrições estariam, do ponto de vista coletivo. Entretanto, há algumas atividades marcadas em espaços fechados e, para eles, cuidados de prevenção à Covid-19 serão exigidos, como a obrigatoriedade do uso de máscara. “Temos a obrigatoriedade do uso da máscara, a Universidade ainda não se desfez dessa prática. O nosso compromisso é com a saúde coletiva. Os 35 bolsistas que chegaram para trabalhar receberam uma caixa de máscara. Máscara não vai faltar nesse Festival de Inverno”, garantiu Gabriela de Lima.

Para ter acesso à programação completa do Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade, clique aqui.

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