- Ouro Preto
Gritos contra Bolsonaro e queda de energia marcam show de Lô Borges em Ouro Preto
O público que esperava a apresentação do lendário músico do Clube da Esquina teve que aguardar mais de uma hora para que a luz voltasse ao palco
Compartilhe:
*** Continua depois da publicidade ***
***
O evento começou por volta das 19h30, com apresentação de Celso Alves, natural de Nova Era, morador de Ouro Preto, e contemporâneo do Clube da Esquina. No entanto, após oito músicas cantadas pelo artista, às 20h20, a energia do Centro de Artes e Convenções (CAC) da UFOP sofreu uma queda, que perdurou por 62 minutos. O show contava com um gerador de energia, mas que não teve utilidade, já que não foi instalado de forma adequada.
O problema foi solucionado depois de momentos de tensão nos bastidores, e a produção do festival chegou a temer pela não realização do show de Lô Borges. Com o restabelecimento da energia, a apresentação de Celso Alves pôde ser finalizada, com a apresentação de mais duas músicas pelo cantor, acompanhado de sua banda. “Participar deste evento, para mim, é uma coisa bacana demais. Abrir o show do Lô Borges, ou qualquer um do Clube da Esquina. A gente já se conhece há muito tempo. O primeiro que conheci, por sorte, foi o Milton Nascimento. Através dele, conheci os outros integrantes. Um ouro-pretano representando o Clube da Esquina aqui na cidade é bacana”, afirmou Celso Alves à Agência Primaz.
Ainda segundo Celso, as ligações entre Ouro Preto e o grupo musical são enormes, o que aumenta a representatividade das realizações. “O local merece também. Ouro Preto é uma cidade fantástica, turísticamente, historicamente. A cidade sempre teve essa coisa do movimento. O Milton Nascimento e os integrantes vinham muito ‘pra’ cá quando começaram a carreira”, complementou.
Lô Borges em cena
Sentado no centro do palco, Lô Borges fez valer toda a espera do público. Aos 70 anos, o compositor cantou vários de seus maiores sucessos, como “Trem Azul” e “Paisagem da Janela”, considerados hinos em Minas Gerais.
O show do veterano, porém, não se limitou às belas canções. Lô Borges puxou gritos de “Fora Bolsonaro” em alguns momentos, principalmente no refrão de “Para Lennon e McCartney”, e foi amplamente acompanhado pelo público que estava presente no estacionamento, que não poupou críticas ao presidente do país.
Confira o vídeo:
Lô também manifestou o medo de que ocorresse uma nova queda de energia. O cantor chegou a temer, ainda, que levasse um choque, dizendo “se eu levar um choque aqui, eu estou f…”. Porém, de forma bem-humorada, o artista completou: “Chegou a faltar energia elétrica aqui, mas a gente leva a nossa energia daqui do palco para vocês”.
*** Continua depois da publicidade ***
Cultura em todas as formas
Além dos shows musicais, a expressão artística foi vista no estacionamento do CAC com Ernesto Alves de Almeida, que realizou desenhos dos cantores em tempo real. Natural de Salinas, no norte de Minas Gerais, o artista tem mais de 20 anos de carreira, rodou o mundo e bebeu de várias fontes, como o Instituto de Belas Artes do Marrocos. “Eu cresci em bares, no mundo boêmio. Eu sempre tentei representar os músicos, essa sempre foi uma vontade minha. Sacá-los ali no momento. E eu conheci um monte de músicos”, explicou Ernesto à Agência Primaz.
Convidado por Celso Alves para subir ao palco e seguir realizando suas obras, o artista foi barrado pela produção do evento. “O Celso me convidou para vir aqui, mas uma mulher, parece a coordenadora do evento, disse que nem se o Celso quiser, você não pode entrar no palco. O Celso tinha muita boa vontade para que eu subisse e desenhasse ele de lá, mas não me deixaram”, relatou em tom de protesto.
Mais shows
A programação do Festival de Inverno vai até o dia 17 de julho. Além disso, o tributo pelos 50 anos do Clube da Esquina segue durante a semana. Nesta quarta-feira (06), Beto Guedes e Flávio Venturini se apresentam. Na quinta-feira (07), Paulinho Moska finaliza as comemorações do cinquentenário do grupo.
Os eventos também serão realizados no estacionamento do Centro de Artes e Convenções da UFOP, com entrada franca para o público, a partir das 20h.