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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Violência nos estádios

“A violência só derrotará a violência quando alguém me demonstrar que alguma escuridão possa ser iluminada por mais escuridão”. (Mahatma Gandhi)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

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Diferentemente da maioria dos mineiros e porque não dos brasileiros, quando me perguntam qual o meu time do coração, respondo prontamente e de forma educada que não tenho! Não que eu não goste de futebol, mas o que tenho visto de corrupção, falta de ética, mercenarismo e, principalmente violência extremada envolvendo cartolas, jogadores e torcedores me afasta cada vez mais desse nefasto meio esportivo.

Sou de uma época em que o futebol era uma fonte de disciplina e congraçamento entre os seus praticantes.  A gente jogava pelada ou “ranca-unha” na rua descalça e, apesar de uma briguinha ou outra por causa de uma disputa mais acirrada pela bola, nos divertíamos bastante e formávamos um belo grupo de companheiros. Os nossos ídolos do futebol eram verdadeiros craques que vestiam a camisa por amor e serviram de exemplo para várias gerações, o que, infelizmente, não vemos nos dias de hoje. Saudades da década de 70 e dos tempos áureos das disputas de campeonatos de futebol em Mariana: Olimpic, Guarany, Marianense, Juma, Sindicato! Em contrapartida, o que temos de jogador de futebol dando mal exemplo por aí é de assustar. Recentemente, o jogador Robinho foi acusado e condenado por estupro pela justiça italiana. Ronaldinho Gaúcho foi preso no Paraguai, juntamente com seu irmão, por estarem usando passaportes falsos. Há cerca de 01 ano atrás, o outro Ronaldo, antigamente apelidado de “Fenômeno” (agora nem sei o que é mais!) foi acusado de se envolver em um encontro com um transexual e não pagar pelos “serviços” prestados. A desculpa, consumo excessivo de álcool! Em 2019, Neimar foi acusado de estupro por uma mulher que teve um encontro com ele em Paris, segundo o relato dela, ele estava embriagado!  Em 2018, pelas terras norte americanas, o “mega star” Cristiano Ronaldo foi acusado de estupro por uma americana, em Las vegas. Uau! Acho bom pararmos por aqui!

Como se todas essas orgias não bastassem, a violência extremada de torcedores fanáticos, verdadeiros trogloditas, tomou conta dos estádios. As notícias que pipocam nas mídias são assustadoras. Quando digito no Google “violência nos estádios”, vejo assustado que aparecem 3.170.000 notícias! Segundo o site Wikinews, o Brasil lidera o ranking de mortes em confrontos no futebol. Só para ter alguns exemplos desse ambiente traumático, resgato aqui algumas manchetes aterradoras divulgadas recentemente na mídia: “Torcedores do Atlético-MG brigam a caminho do Rio e quatro pessoas ficam feridas” (uol.com.br/ 13/07/22), “Briga entre torcedores de Corinthians e São Paulo deixa um morto na Grande SP” (cnnbrasil.com.br/ 23/06/22) “Briga generalizada entre torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro deixa um morto em BH” (ge.globo.com – 06/03/22), “Briga entre torcedores do Santos e Coritiba termina com 18 presos” (correiobrasiliense.com.br/ 18/04/22), “SP: torcedor é baleado e morre após confusão no entorno de estádio” (agenciabrasil.ebc.com.br/ 13/02/22). Outras manchetes ainda mais terríveis, com certeza podem ser encontradas, mas também acho melhor parar por aqui.

Enquanto os torcedores violentos e fanáticos morrem trocando tiros e pauladas pelos estádios e pelos seus arredores, as torcidas organizadas se denominam com nomes que sugerem, reforçam e incitam a loucura e a violência. Os nomes delas por si só já dizem tudo! Entre elas, Galoucura e Máfia Azul são as mais famosas pelas terras mineiras. Quando os loucos e os mafiosos se encontram surge logo um pé de guerra e é bom sair de perto porque a tragédia está armada! É lógico que nesse meio existe muita gente boa, que quer se divertir vestindo a camisa do time e empunhando alegremente uma bandeira, mas acaba inocentemente se tornando vítima de alguma tragédia. Por que não quebrar todos os paradigmas e mudar os nomes das torcidas para algo tipo Galarmonia e Paixão Azul e se reunirem em um único movimento para desenvolver um trabalho voluntário e social que contribua para a diminuição da violência e o incentivo a uma convivência de paz e harmonia? Afinal, não somos todos irmãos, filhos de um mesmo Pai? Acima de tudo, seria muito bom que os grandes dirigentes de times se sensibilizassem com a questão e abraçassem essa causa.

Perdoem-me os caros leitores que são apaixonados pelo futebol e gostam de frequentar os estádios para se divertir, em uma alegria espontânea e harmoniosa. Absolutamente nada contra eles, muito pelo contrário, a favor. Meu grito é até para preservá-los, evitando que sejam vítimas de alguma tragédia envolvendo fanáticos em um momento que seria de pura descontração e lazer!

Quem tem ouvidos que ouça!

Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!

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Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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