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Hoje é domingo, 24 de novembro de 2024

Defesa da Educação leva professores, servidores e estudantes da UFOP às ruas de Mariana

Ato no Dia de Mobilização Nacional respondeu aos ataques contra as instituições de ensino superior do país

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
O ato percorreu as ruas do centro da cidade – Foto: Lucas Barbosa/Agência Primaz

Na tarde dessa quarta-feira (18), a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) aderiu ao dia nacional de mobilização em defesa da Educação, convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE). Em passeata com início no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), os manifestantes percorreram ruas do Centro Histórico de Mariana, até o Instituto de Ciências Humanas (ICHS), repetindo palavras de ordem contra os ataques à Educação Pública, chamando a atenção da população para o efeito dos cortes no orçamento da Universidade e como isso tem dificultado a manutenção das atividades. O protesto teve como objetivo frear as repetidas iniciativas do Governo Federal de retenção das verbas previstas no orçamento do Ministério da Educação (MEC), com a consequente redução das verbas repassadas às instituições de ensino.

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No período de seis anos, o orçamento repassado para a UFOP sofreu corte de aproximadamente 17%, caindo de R$57 milhões, em 2015, para pouco mais de R$47 milhões, em 2021, dificultando a manutenção de bolsas acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão) e afetando, diretamente, os auxílios para a assistência estudantil.

A UFOP, assim como as 69 universidades federais, têm o menor investimento desde 2015, com agravamento no governo Bolsonaro, o. que representa uma grave ameaça à continuidade do seu funcionamento e compromete a qualidade do ensino público no Brasil.

O Governo Federal havia anunciado, em 30 de setembro, o bloqueio de quase R$2,4 bilhões em repasses ao MEC. Entretanto, após pressão das entidades de educação, recuou dessa decisão sete dias depois. O decreto representava a inviabilização do pagamento de despesas básicas como água e luz, conduzindo a uma situação de provável fechamento das universidades.

Com palavras de ordem durante o caminho, os estudantes protestaram contra os cortes e o atual governo – Foto: Anna Millard

Em declaração prestada à Agência Primaz, a presidente da Associação dos Docentes da UFOP, Kathiuça Bertollo, ressaltou que os cortes afetam profundamente o funcionamento da universidade, no âmbito da extensão, da pesquisa, do ensino, bem como no contexto da permanência do estudante na universidade. “E sem estudantes, o que nós professores somos e fazemos? Nada, né? Então precisa estruturar melhor esse âmbito para a Universidade continuar existindo. É uma tarefa urgente”, afirma Kathiuça.

Ela ainda destaca como vem sendo a dinâmica do Governo Federal em relação à educação pública. “O professor Darci Ribeiro fala que a crise na educação não é uma crise, é um projeto. Então os ataques são constantes, no entanto, nestes últimos quatro anos no governo Bolsonaro o Estado assume um caráter fortemente negacionista”.

Na UFOP nosso trabalho tem ficado extremamente prejudicado pela falta de insumos, de material de trabalho. Então, não conseguimos manter a mesma excelência no trabalho”, explica Gabriel Souza, presidente do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da UFOP (ASSUFOP). As perspectivas de resistir por parte da ASSUFOP, segundo ele, são as mobilizações. “A gente tem mantido uma posição de luta e totalmente contra o atual governo e seus ataques à educação e aos servidores públicos”, acrescentou.

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Ato em Defesa da Educação

Assembleia estudantil no ICHS mobilizou o Campus em defesa da educação pública – Foto: Nicolas Gomides/CAPED

Após o anúncio dos cortes, o movimento estudantil da UFOP se organizou em assembleias. A discussão do impacto sofrido pela UFOP, devido ao contingenciamento, foi discutido em uma reunião de estudantes dos dois institutos de Mariana, seguida por uma Assembleia Geral estudantil, realizada na concha acústica do Campus Morro do Cruzeiro.

A perspectiva é bem clara: se os cortes não recuarem, não haverá Universidade, não haverá educação básica, não haverá institutos federais. O quadro pintado diante de nós é claro e tenebroso, e, diante disso, a única proposta possível é a luta incessante e irredutível contra os cortes na educação e contra o projeto nefasto de destruição da educação pública em nosso país”, afirmou Lucas Alves, integrante do Centro Acadêmico do curso de História, no ICHS.

Letícia Bargas, matriculada no curso de Serviço Social (ICSA), ressaltou que “a realidade é que, hoje, a conjuntura não favorece a assistência e nem a permanência do estudante Não existe perspectiva de melhora da educação pública no governo Bolsonaro”.

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