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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Definidas as finalistas do Canta Mariana 2022

Além de receberem troféus, os três primeiros colocados dividem prêmio de R$25 mil

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Entre os concorrentes marianenses, André Scarabelot (à esquerda) e Wandrey foram escolhidos pelo júri para a final da 6ª edição do Canta Mariana – Fotos: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Encerrada com prestigiado e aplaudido show de Maria Rita, com predominância do samba, a noite dessa sexta-feira (04) apontou as finalistas do Canta Mariana 2022, entre elas O que seremos e Sol da praia, dos compositores marianenses André Scarabelot e Wandrey. Dois momentos marcaram a 2ª semifinal, por motivos diferentes: a elogiada e inusitada performance de Titi Bordelia, compositor e intérprete de Tudo é muito curioso Sr. Edison, e o sangue frio de Nicole Salmi, para enfrentar um problema técnico que interrompeu a apresentação da música Liberdade. A premiação, a ser dividida entre as três primeira colocadas totaliza R$25 mil.

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Confira a lista, por ordem de apresentação, das músicas que participaram da 2ª semifinal:

– Canto para manter viva a nossa arte (Wolf Borges)

– Aquarela de fé (Bárbara Pappert)

– Brasa (Flávio Vasconcelos)

– O que seremos (André Scarabelot)

– Forró proibido (Natália Pires)

– Banzo (Thaylis Carneiro)

– Amuleto (David Mour)

– Tudo é muito curioso Sr. Edison (Titi Bordelia)

– Cláudio, poeta da conjuração (J. B. Donadon)

– Liberdade (Nicole Salmi)

Coincidentemente, os jurados escolheram cinco músicas de cada semifinal. Além disso, apesar de composta pelos mesmos integrantes da fase local, a comissão julgadora colocou na final a música O que seremos, 3ª colocada, deixando fora da final Cicatriz, de Joseph Philip, que havia sido vice-campeão da etapa que reuniu apenas compositores residentes no município.

Finalistas do Canta Mariana 2022

Mapa do poeta (Violeta e Jairo de Lara), Choro de carnaval (Felipe Bedetti), Segunda divisão (Sandro Dornelles), Certeza (Cley) e Sol da praia (Wandrey), apresentadas na 1ª semifinal, juntaram-se a Aquarela de fé (Bárbara Pappert), Brasa (Flávio Vasconcelos), O que seremos (André Scarabelot), Banzo (Thaylis Carneiro) e Amuleto (David Mour).

As finalistas do Canta Mariana 2022 vão ser reapresentadas na noite deste sábado (05), concorrendo a R$12 mil R$8 mil e R$5 mil, respectivamente para as músicas classificadas do 1º a 3º lugares, além de troféus. Também vão receber troféus, e R$2,5 mil, o(a) melhor intérprete e a música escolhida em votação online, restrita às 10 músicas finalistas.

De 4º ao 10º lugares a premiação é de R$1,2 mil, enquanto as demais semifinalistas recebem R$600.

Em 2021, a Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico, Cultura, Turismo e Lazer recebeu a proposta de introdução da premiação, com um troféu, por votação popular, em parceria com a Agência Primaz, mas a sugestão não foi implementada, sob o argumento que o edital, já lançado, não contemplava essa possibilidade. Na ocasião, a secretária Andreia Umbelino foi informada da intenção do estabelecimento desta parceria a partir de 2022. Na publicação do edital da edição atual do Festival Canta Mariana, a ex-secretária incluiu a premiação, mas sem possibilitar a parceria proposta ou apresentar qualquer justificativa dos motivos da decisão.

Depoimentos e diversidade musical

Compositora e intérprete de Aquarela de fé, Bárbara Pappert, é paulistana, mas mora no litoral sul de São Paulo desde os 11 anos. “Comecei a estudar música por lá, na praia, fiz o estudo primeiramente da música erudita, mas eu sempre fui muito apaixonada pela música popular e a minha vontade era conhecer um pouco do violão, para depois me acompanhar cantando”, diz Bárbara, acrescentando que, como também gostava muito de escrever, começou a compor e, ultimamente, vem expondo mais suas músicas autorais.

“‘Tô’ gravando um disco aí, todo autoral. Já tenho um EP gravado com músicas de outros colegas, mas ainda não tinha coragem de colocar minha cara ali, colocar meu trabalho na frente, meu trabalho autoral. Agora eu ‘tô’ nesse novo ciclo, me assumindo como compositora e gravando as minhas músicas”, revela.

Segundo a artista, Aquarela de fé, composta logo nos primeiros momentos da pandemia. “Eu compus logo nos primeiros momentos da pandemia, quando as coisas estavam bem conturbadas, e houve um momento que eu, como o brasileiro, estava acho que duvidando da própria fé, né? E aí eu comecei a pensar que muitas pessoas estavam passando pela mesma situação, naquele momento de incerteza, de medo, de insegurança, e que elas também precisavam se apegar na sua fé, cada uma na sua fé”, completa.

Bárbara Pappert, segunda a se apresentar na sexta-feira (03), classificou Aquarela de fé para a final do Canta Mariana 2022 – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Mostrando-se confiante, ela confessa ter havido um pequeno desencontro com a banda base no início da apresentação, devido ao pouco tempo de ensaio, mas considera ter feito uma boa apresentação. “Eu ‘tô’ superconfiante, acho que fiz uma apresentação legal, né? Claro que eu fiquei nervosa, no início eles começaram um pulso de tempo da música um pouquinho ‘pra’ frente do que era, tinha que ser um pouquinho ‘pra’ trás, aí me atrapalharia de cantar lá na frente. Como a gente teve poucas horas de ensaio, teve [só] trinta minutos de ensaio,

foi tudo meio que de improviso O próprio festival divulgou as músicas muitíssimo em cima da hora, né?”, finaliza a classificada para a final.

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Mostrando-se confiante, ela confessa ter havido um pequeno desencontro com a banda base no início da apresentação, devido ao pouco tempo de ensaio, mas considera ter feito uma boa apresentação. “Eu ‘tô’ superconfiante, acho que fiz uma apresentação legal, né? Claro que eu fiquei nervosa, no início eles começaram um pulso de tempo da música um pouquinho ‘pra’ frente do que era, tinha que ser um pouquinho ‘pra’ trás, aí me atrapalharia de cantar lá na frente. Como a gente teve poucas horas de ensaio, teve [só] trinta minutos de ensaio,

foi tudo meio que de improviso O próprio festival divulgou as músicas muitíssimo em cima da hora, né?”, finaliza a classificada para a final.

Assim como na fase local, Daniel Torquete foi o intérprete da música “O que seremos” composta por André Scarabelot – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Analisando a qualidade das músicas, André considera que o alto nível das composições iria causar problemas aos jurados. “Tem gente aí de muito boa qualidade, de vários lugares. Então, a uma ansiedade aumenta, né? Mas eu acho que a gente se saiu bem. Eu assisti ontem, acho que o nível está muito bom, e vai ser, ‘pra’ variar, um trabalho difícil ‘pro’ pessoal escolher”, finaliza.

Natália Pires teve a colaboração de sua avó na composição de “Forró proibido” – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A primeira amostra da diversidade de ritmos do Canta mariana 2022 foi dada na apresentação de “Forro proibido”, composta e interpretada por Natália Pires, residente em Tabatinga (DF). Com trajetória marcada por longa participação em bailes de forró na Esplanada de Brasília, Natália demonstrou sua satisfação em ver uma representante do ritmo ser classificada para a semifinal do festival. “Eu fico felicíssima de estar representando o forró, porque o início da minha carreira musical foi com forró, né? Eu fiz um baile, por três anos lá em Brasília, no centro da capital, em frente ao Congresso. Então, fico superfeliz porque eu vivi muitas histórias nesse baile, aprendi muito com mestres forrozeiros, fico muito feliz de estar representando esse ritmo tão importante ‘pra’ gente”.

Antes de iniciar sua apresentação, Natália falou sobre a história da música, nascida da observação das relações constituídas nos bailes de forró. “Nesse baile, que eu fiz por três anos, eu fazia as pessoas se amarem, dançarem, se conectarem. Então eu vi muitos amores nascendo, já toquei em casamento de gente se conheceu nesse baile. (…) Aí eu falei, vou fazer um forró sobre isso e fiz quase tudo, ficaram faltando o refrão e alguns detalhes”.

A conclusão da composição é atribuída à avó de Natália que, ao saber da música, revelou um segredo à neta. “Contei ‘pra’ minha avó, que é daqui de Minas, que eu ia fazer a música, Aí ela falou assim, ‘pois é minha filha, eu casei com o seu avô, mas eu não era apaixonada por ele, eu era apaixonada por outro rapaz. E uma vez antes do meu casamento eu fui num forró e esse rapaz me chamou ‘pra’ dançar e eu aceitei. Era proibido, mas eu fui mesmo assim. Aí eu peguei na mão dele pela primeira vez, senti o cheiro dele, deu aquele nó na minha cabeça, né?’ E aí, eu fiz o refrão com essa frase da minha da minha avó”, contou à plateia.

E, se não bastasse isso, Natália acrescentou que, com a ajuda de uma prima, conseguiu localizar o personagem do forró proibido, e ele até escreveu cartas para a avó da artista.

O brasiliense Titi Bordelia, uniu dança, música e tecnologia na apresentação de “Tudo é muito curioso Sr. Edison” – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A segunda surpresa da noite foi o maracatu de Titi Bordelia, na apresentação dançante e performática de Tudo é muito curioso Sr. Edison, inspirada na invenção de Thomas Alva Edison.

Essa música fala da persistência. Eu dou aula ‘pra’ superdotados, na Secretaria de Estado de Educação do governo do Distrito Federal. E aí, num boteco, tinha um livro lá, de dois reais, contando os inventos do Thomas Edison, que não é um cara que eu sou muito fã. Mas eu falei: “isso aqui pode encantar um aluno meu. Mesmo eu não gostando dele [inventor], a ciência é maior né? E nesse processo, a primeira página do livro era uma foto do desenho da lâmpada, e aí ele explica que a lâmpada, ‘pra’ acender, demorou dez anos ‘pra’ ela se tornar o que é. Então, por isso que a música é com uma ideia na cabeça, num pedaço de papel ‘pra’ iluminar uma cidade”, declara Titi.

Além de um rock pesado e uma balada (Banzo e Amuleto) que foram ao palco antes da apresentação de Tite Bordelia, Érika Curtiss subiu ao palco, acompanhada por Diovane Inácio (pandeiro), Danilo Campos (violão), Fred Sobreira (cavaquinho) e Tiago Silva (flauta), para interpretar o chorinho Cláudio, poeta da conjuração, de J. B. Donadon, fechando o quinteto de músicas de composições de residentes em Mariana.

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Composta em homenagem a Cláudio Manoel, a música de J. B. Donadon foi interpretada por Érika Curtiss, acompanhada por um típico grupo de chorinho – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

‘Pra’ mim é alegria, porque a gente que milita nessa área do choro, do samba, vir aqui num festival com repercussão nacional, defender um choro marianense, é muito legal!”, declarou a cantora ouropretana Érika Curtiss à reportagem da Agência Primaz, logo após sua apresentação.

Além de considerar muito alto o nível das músicas concorrentes, Érika fez questão de ressaltar a grande presença feminina na semifinal. “Muita mulher participando, né? Isso é muito bom! E o sarrafo ‘tá’ alto, acho que os jurados vão ter um trabalhinho maior dessa vez, né?”, completou.

Problema técnico e aparente tranquilidade da artista

Para surpresa dos jurados e da plateia, a última concorrente, Nicole Salmi iniciou a apresentação de Liberdade, sem acompanhamento de instrumentos, fazendo uso apenas de um aparelhinho que simula reverberação, ou reflexão das ondas sonoras.

Esse, na verdade, é um formato que eu acabei fazendo em shows que eu fiz, recentemente, em uma viagem ao Canadá, à capela, só com esse pedal que dá um pouco de ‘reverb’ (reverberação, ou reflexão sonora), que dá esse campo mágico. E aí eu gostei muito e resolvi experimentar, levar essa nudez da voz, que é uma característica do disco, no sentido de que menos é mais, de desnudar, de se vulnerabilizar”, explica Nicole.

Adiantando-se até o limite frontal do palco, Nicole Salmi brincou com a plateia, continuando a cantar a música “Liberdade”, mesmo sem microfone – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Durante a apresentação, com a ocorrência de um problema técnico que fez o microfone ficar mudo, Nicole enfrentou a situação com aparente calma e bom humor, dirigindo-se à extremidade do palco e continuando a cantar. “Eu estava muito nervosa, porque eu jamais esperei que pudesse acontecer uma coisa dessa. Então, eu sinto que isso me prejudicou um pouco, no sentido do nervosismo. Aí me via ali numa situação de ter que jogar o jogo, que também faz parte né? Faz parte de estar no palco e das coisas inusitadas que acontecem”, declarou Nicole.

Apresentações da 2ª noite da fase semifinal

Confira, na galeria, imagens de todas as apresentações da noite de sexta-feira:

Show de Maria Rita

Maria Rita atraiu um bom público à Praça da Sé – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Sem chuva, e com temperatura um pouco superior à do dia anterior, a noite dessa sexta-feira foi encerrada com show de Maria Rita, prestigiado por público superior ao de quinta (03), acompanhando um desfile de sambas interpretados de forma brilhante, com o apoio de uma banda composta por músicos de excelente qualidade.

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