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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Marcha dos atingidos percorre ruas de Mariana na luta por direitos

Manifestação reivindicou reparação justa e denunciou consequências produzidas em suas vidas pelo rompimento da barragem de Fundão

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Na Praça Minas Gerais, participantes da marcha dos Atingidos portam bandeiras e faixa reclamando por seus direitos
Marcha seguiu pelas ruas protestando e reivindicando direitos aos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão – Foto: Alexandre Anastácio/Agência Primaz

Na tarde desse sábado (05), uma marcha composta pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cáritas, lideranças políticas, religiosas e moradores das regiões atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, tomou as ruas de Mariana clamando por justiça. O ato teve início no Terminal Turístico, por volta das 14h, e seguiu até a Praça Minas Gerais, onde aconteceram homenagens, denúncias e apresentação de demandas do movimento e dos atingidos. A manifestação foi encerrada na Praça Gomes Freire (Jardim), com a doação de mudas de árvores frutíferas e a reprodução de uma sirene, símbolo de prevenção em áreas de risco como os distritos atingidos pelo rompimento da barragem.

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A marcha marcou os sete anos do rompimento da barragem de Fundão, denunciando os efeitos psicológicos, sociais e na saúde física dos moradores das regiões atingidas. “Cobramos que exista um reconhecimento dos danos à saúde mental e à saúde física dos atingidos. Hoje não tem nenhuma indenização e nenhum tratamento específico para essa questão”, afirmou Letícia Oliveira, moradora de Mariana e coordenadora do MAB na região.

As comunidades que estão próximas às barragens continuam com muito receio, está se mostrando cada vez mais que as empresas não conseguem controlar de fato essas regiões. Cada vez mais barragens entrando em risco, essa notificação já é um ponto importante, se a gente lembrar que Mariana e Brumadinho nem em categoria de risco de rompimento estava, mas a grande reivindicação é que não tenha mais barragem de risco”, completou Letícia.

Letícia Oliveira, coordenadora do MAB, com blusa branca e símbolo do movimento no peito, usando óculos, usa o microfone durante a Marcha dos Atingidos
Letícia Oliveira, coordenadora do MAB, fez denúncias sobre a situação dos atingidos hoje na região – Foto: Alexandre Anastácio/Agência Primaz

A relação entre as empresas e o poder público, bem como a dimensão que isso pode tomar na vida da população das cidades onde mineradoras estão situadas, foi debatido e reforçado com a presença de deputados eleitos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Foram feitas denúncias como a interação entre políticos e empresas, através do financiamento de campanhas, lembrando que muitas vezes a conivência de prefeitos e vereadores está ligada às causas de tragédias como as ocorridas em Mariana e Brumadinho.

Muitos dos atingidos são assediados por advogados até a mando da própria empresa e da Renova e acabam abrindo mão de direitos. Só agora após setes anos conseguimos uma assessoria técnica independente no caso”, denunciou Padre João, Deputado Federal eleito pelo PT nas últimas eleições.

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A empresa não quer que os atingidos tenham acesso à sua memória e a sua história. Através do impedimento de qualquer serviço que tenha isso como objetivo, até a construção de uma cidade cenográfica”, declarou Leleco Pimentel, Deputado Estadual, também eleito pelo PT este ano.

O MAB ressaltou como casos de adoecimento dos atingidos, seja física ou mentalmente, é comum após um desastre como o que aconteceu em Mariana sete anos atrás. Com 30 anos de luta em defesa dos direitos dos atingidos por barragens, o MAB ressaltou que o número de casos de suicídio aumentou nas regiões afetadas.

Ao tocar a sirene no Jardim, um minuto de silêncio foi respeitado em memória às vítimas. “Devemos partir para cima para que aconteça justiça, este ato representa isso. A sirene que acabamos de ouvir foi o que faltou para salvar 19 vidas sete anos atrás”, concluiu Leleco Pimentel.

Confira, na galeria, imagens da Marcha dos Atingidos (Fotos: Alexandre Anastácio/Agência Primaz):

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