- Mariana
14ª Conferência Municipal da Saúde debate sobre a defesa do SUS em Mariana
Evento reuniu profissionais da saúde e representantes de associações rurais e urbanas de todo o município
- Daisy Pereira
- Supervisão: Luiz Loureiro
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A 14ª Conferência Municipal da Saúde aconteceu neste sábado (25), no Centro de Convenções Alphonsus de Guimarães e contou com representantes do poder Legislativo e Executivo, além de trabalhadores da saúde e representantes de associações rurais e urbanas de Mariana, com o objetivo de promover reflexões e soluções para defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e a democracia. A Conferência é regida pela Lei n 8.080, Lei n 8.142 e Lei Municipal 2.878, que garantem que encontros aconteçam a cada dois anos. As propostas aprovadas no encontro seguem como subsídios às conferências de âmbito estadual e nacional, prevista para acontecerem ainda este ano.
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A partir do tema “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e democracia – Amanhã vai ser outro dia”, a 14ª Conferência discutiu quatro eixos temáticos: “O Brasil que temos e o Brasil que queremos”; “O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas; garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia” e “Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas”.
Participando do encontro, o secretário de saúde, Jonathan Chaves Silva, falou sobre a importância da Conferência para Mariana. “A Conferência é extremamente importante, para que tenha uma relação de maior proximidade da Secretaria [de Saúde] com a população, que às vezes acaba não tendo um canal de acesso. E também é uma oportunidade de mostrar o que a Prefeitura e a Secretaria estão fazendo pela saúde”, declarou.
Objetivos da 14ª Conferência Municipal da Saúde
Além de debater sobre “a importância do SUS, vida e democracia”, foram votadas propostas de melhorias para o setor de saúde em Mariana, a partir de debates realizados nas pré-conferências, com participação de associações de moradores da zona rural e urbana; entidades religiosas; sindicatos; clube de serviços e/ou comércio e defesa do consumidor; entidades de pessoas com deficiência e patologia e/ou instituições assistenciais e trabalhadores da saúde.
Segundo Jonathan Chaves, além das propostas apontadas nas pré-conferências, as propostas de conferências anteriores que não foram realizadas, foram novamente colocadas em evidência, com o objetivo de serem cumpridas com prioridade.
Entre esses pontos, foi feita a apresentação do projeto “Mais Saúde Mariana”, com cerca de 30 propostas apresentadas por Jonathan Chaves, tanto em termos da necessidade de intervenções estruturais, quanto de protocolos e programas para redefinir fluxos de atendimento com foco na atenção primária, com destaque para a construção das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Padre Viegas e Barroca; a criação da Central de Exames de Alta Complexidade e a reforma da Central de Imunização, entre outros. As propostas debatidas e aprovadas vão ser enviadas para as conferências estadual e nacional que ocorrem ainda este ano.
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Barrados na Praça
O evento serviu, ainda, para a eleição de conselheiros titulares e suplentes que compõem o Conselho Municipal de Saúde, atuando como representantes do município e participando ativamente de apresentação e discussão de demandas relacionadas a saúde da população marianense junto à Secretaria de Saúde, no biênio 2024/2025.
“O Conselho tem voz, pode determinar ações e solicitar novas demandas e melhorias, as políticas públicas da área da saúde recebem participação e são orientadas pelo Conselho, por isso sua importância”, afirmou Jonathan em entrevista à Agência Primaz.
Defesa do SUS e apelo para melhorias
O tema principal da Conferência Municipal de Saúde foi a defesa do SUS, e a conselheira Elizabete da Silva destacou que a reunião marca esse ato de luta por melhoria no sistema: “Temos que lutar pelo SUS, é o melhor plano de saúde do mundo. Estarmos aqui hoje para implementar e preservar o SUS em Mariana é muito importante”, afirmou.
Para a presidente da associação de moradores do distrito de Barroca, Maria das Graças, o SUS é de extrema importância, mas precisa de alguns reparos para atender melhor os residentes do local. “O evento é muito importante ‘pra’ nós que estamos vulneráveis social e economicamente. Nós dependemos do SUS, mas muitas vezes não temos todo acesso, queremos uma melhora no sistema. A expectativa, com a conferência, é que as propostas não fiquem só no papel, mas que de fato aconteçam”, destacou Maria das Graças.
Uma das propostas debatidas em uma das pré-conferências, foi relacionada à melhoria do atendimento e do apoio às famílias e pessoas com problemas mentais. Para Maria das Graças, é importante que exista um atendimento mais acolhedor e de amparo, não somente para quem tem deficiência mental, mas para os familiares que sofrem junto. “Eu gostaria que esse problema fosse visto com mais atenção. As famílias sofrem muito, precisamos de um acompanhamento especial além do tratamento das pessoas com deficiência. A família, às vezes, acaba também ficando doente, de tanta preocupação e sobrecarga, além das questões financeiras, de tratamento com remédios que são caros, precisamos que o SUS continue ajudando a gente nessas questões”, afirmou a presidente da associação de moradores.