- Mariana
Moradores pedem obra definitiva na Rua João Batista; Vale apresenta proposta para fluxo de caminhões
Secretaria de Obras apresentou proposta de substituição das redes de esgoto e águas pluviais em toda a extensão da rua
- Igor Varejano
- Supervisão: Luiz Loureiro
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Nessa terça-feira (26), a situação da Rua João Batista, no distrito de Passagem de Mariana, ganhou mais um capítulo, com a realização de reunião, no gabinete do prefeito interino de Mariana, Edson Agostinho (Cidadania), da qual participaram moradores do local e representantes do Legislativo e das empresas Vales e Tecnosonda. Desde janeiro os moradores reivindicam alguma ação do poder público para interromper ou diminuir o fluxo de caminhões pesados das obras das empresas, que vêm provocando danos à via.
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O encontro, pela primeira vez, teve a presença do prefeito em exercício, Edson Agostinho (Cidadania), enquanto os vereadores Marcelo Macedo (MDB), Adimar (Cidadania) e José Sales (PDT). Também participaram da reunião representantes da secretaria do Meio Ambiente, da secretaria de Obras e do Demutran, além de funcionários das empresas responsáveis pela obra – Vale, concessionária do trecho de linha férrea, e Tecnosonda, terceirizada que cuida da execução da obra de reativação do Trem Turístico que liga Mariana a Ouro Preto.
A empresa alega que são 15 caminhões utilizados na obra, mas apenas 12 operam diariamente. De acordo com um documento apresentado pela secretaria de Obras, assinado pelos funcionários Douglas Rimoli Dicenzo e Samuel Eleutério Pimenta, a quantidade de viagens realizadas todos os dias chega a 120. Em função disso, “com a movimentação dos veículos pesados, houve uma deterioração do pavimento da rua João Batista, causando afundamento da via e comprometendo a rede de drenagem”, diz o documento.
Os representantes da pasta ainda afirmam que foram feitos três reparos paliativos na rua durante o período de chuvas, causando transtornos para os moradores e prejuízo para o município de Mariana.
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Vale e Demutran propõem dividir o fluxo de caminhões
Na reunião desta terça, a Vale respondeu às reclamações e ideias de soluções de problemas propostas na primeira reunião com a Câmara, que ocorreu dia 11 de abril. Juntamente com o Demutran, a empresa ofereceu uma solução para o grande fluxo de caminhões, que é apontado por quem mora lá como o causador dos buracos e sedimentos do asfalto.
Os especialistas sugeriram dividir o tráfego de caminhões entre a rua e uma rota auxiliar, no bairro Liberdade. Com isso, os veículos subiriam vazios pela Liberdade e voltariam carregados pela João Batista. De acordo com os representantes da empresa, o controle da operação de transporte de materiais seria maior, minimizando o impacto total dos veículos pesados sob a via. Além disso, dessa maneira, o prazo para término da obra não seria alterado. Oficialmente a obra deve acabar em outubro, mas a empresa afirma que está adiantada e que, no ritmo atual, estima entregar o Trem Turístico até o final de agosto.
A ideia foi tema de longa discussão durante a reunião. De início, os moradores questionaram a mudança de rota, supondo que seria uma transferência de problemas. Essa indagação foi apoiada pelos vereadores presentes, que cobraram uma vistoria técnica no bairro da Liberdade antes de que a mudança fosse implementada.
Em função dessa cobrança, nova visita técnica foi agendada para a próxima terça-feira (02 de maio), já que os moradores da rua João Batista acreditam que tiveram as estruturas de suas casas prejudicadas pelo tráfego pesado, com o surgimento de rachaduras nas casas, temendo que isso possa aconteça também no bairro Liberdade.
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O vereador Marcelo Macedo observou que, de reunião em reunião, a discussão avança no sentido de solucionar os problemas. “Desde janeiro que estamos nos reunindo. Agora puxamos a reunião aqui junto com o executivo. Até então a reunião era só com os moradores e as empresas, mas agora creio que as coisas estão evoluindo. E isso é mesmo uma construção de uma comunidade com a empresa mineradora e com a empresa Tecnosonda que é prestadora de serviço, além da presença da Câmara. Eu acredito muito aqui que, nessa reunião de hoje, saímos com algumas tratativas. Vamos fazer uma visita técnica agora no dia 2 de maio. Junto com a equipe também, para olhar uma visita em bloco, eu acho importante essa visita para a gente fazer uma avaliação e daí sair realmente trazendo soluções para Rua João Batista” ressaltou o vereador em entrevista à Agência Primaz.
A moradora Graciele Costa Tonidandel Mafaldo também viu a reunião como positiva. No entanto, reclamou da falta de uma posição definitiva dos atores responsáveis. “Desde quando o ônibus abriu o buraco na via, dia 11 de janeiro, já foram quatro reuniões feitas, sem nada de efetivo realizado”, afirmou.
A Associação Comunitária Passagense cobrou uma solução definitiva para a rede de esgotos e águas pluviais da rua, principalmente porque o término das obras da Vale/Tecnosonda deve acontecer pouco tempo antes do próximo período de chuvas. Entretanto, a proposta de solução apresentada pela Secretaria de Obras e Gestão Urbana (SEMOB) prevê a substituição completa da rede, em toda a extensão da rua João Batista, o que somente poderia ser feito após o término dos serviços na linha férrea.
A ideia é que a Vale seja parceira da Prefeitura no desenvolvimento e execução do projeto de saneamento da via, mas o representante da empresa alegou que seria necessário um estudo mais detalhado da proposta. Além disso, segundo a SEMOB, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) também deveria ser envolvido no assunto.
Dessa forma, ficou acertada, também para 02 de maio, uma reunião entre a Vale, o Poder Executivo, representado pela SEMOB e o SAAE, para análise da proposta de substituição das redes de esgoto e águas pluviais.
“Vamos ver se, depois dessa visita técnica, teremos uma responsabilidade assumida. Acredito que terá uma contrapartida da Vale, eles disseram que sim. E que seja, né? A obra maior pode melhorar nossa vida, tanto no problema individual, quanto no coletivo” afirmou Graciele.