- Mariana
Dom Geraldo Lyrio é sepultado na Cripta Arquidiocesana
Deposição do caixão foi presenciada apenas por familiares e representantes do clero
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Encerrando as cerimônias do velório de Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo Emérito de Mariana, foi rezada a Missa Exequial na Praça da Sé, na tarde desse sábado (29), acompanhada por fiéis da Mariana e cidades que compõem a arquidiocese, antecedendo o sepultamento na Cripta Arquidiocesana. De acordo com o Departamento Arquidiocesano de Comunicação, a cerimônia contou com a presença de 11 bispos e com o acompanhamento de “mais de 2 mil pessoas acompanharam, simultaneamente, os ritos pelas redes sociais da Arquidiocese e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bem como demais veículos parceiros: rádios Queluz FM, Congonhas e Fama”.
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Falecimento e velório
Aos 81 anos, após uma fratura sofrida em decorrência de uma queda, enquanto estava em missão junto ao clero da Diocese de Altamira (PA), para a orientação do Retiro Espiritual, Dom Geraldo Lyrio Rocha faleceu às 0h15, da última quarta-feira (26), em função de uma parada cardiorrespiratória.
O velório teve início da manhã de quarta-feira, em Altamira, e contou com a celebração de missa de corpo presente, seguido pelo translado do corpo para a cidade de Vitória (ES), local onde foi ordenado bispo, em 1984, e foi Bispo-Auxiliar da Arquidiocese, até 1990.
Em Mariana, o velório foi iniciado na noite de sexta-feira (28), no Santuário de Nossa Senhora do Carmo, de onde, após celebração de duas missas, o cortejo saiu, no início da tarde, em direção à Praça da Sé, para a realização da Missa Exequial, conduzida por Dom Ayrton José dos Santos, Arcebispo de Mariana.
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Sepultamento de Dom Geraldo Lyrio
Em cerimônia restrita a familiares e representantes do clero, o corpo de Dom Geraldo Lyrio foi colocado em uma das lápides da Cripta Arquidiocesana, localizada no subsolo da Catedral, que guarda os restos mortais dos bispos e arcebispos da Arquidiocese de Mariana, entre os quais Dom Oscar de Oliveira e Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida.
Em comovente manifestação, Dom Airton mencionou a obra apostólica de Dom Geraldo Lyrio, dizendo que ele “estava seguindo o Evangelho a mais de 4mil km de distância, em Altamira (PA), no norte do país, um lugar distante de tudo e de todos: sua família, amigos, da Igreja de Vitória, onde ele serviu como bispo auxiliar”.
O Arcebispo de Mariana exaltou as qualidades e a obra de seu antecessor: “Dom Geraldo foi um grande pastor, dedicado a seus fiéis, orientando-os em retiros espirituais e na vivência da fé. Sua pregação incansável do evangelho e sua dedicação na liturgia e na evangelização nos inspiram até hoje. Que ele interceda por todos nós e pelas igrejas por onde passou, e seu descanso final em Mariana, ao lado de outros bispos, nos permitirá visitá-lo e meditar sobre a palavra de Deus deixada por esse grande homem”, declarou Dom Airton.
Condolências e luto oficial
Em mensagem de vídeo, Dom Jaime Spengler, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lamentou o falecimento de Dom Geraldo Lyrio, que também foi presidente da entidade. “Durante muitos anos, [Dom Geraldo] cooperou com a comissão que se dedicava, e se dedica, à tradução do Missal [Romano]. A igreja no Brasil é grata a tamanha dedicação e empenho de Dom Geraldo, seja em prol da igreja em Mariana, seja em prol da igreja no Brasil. Oxalá possa ele receber a coroa dos justos e, assim interceder por nós, que continuamos a nossa caminhada é em vista do futuro da igreja no Brasil e da implantação do Reino de Deus entre nós. Dom Geraldo, descanse em paz a luz perpétua o ilumine. Descanse na paz do Senhor”.
Durante a cerimônia realizada na Praça da Sé, também foi lida a mensagem que o Papa Francisco enviou à Arquidiocese de Mariana, manifestando sua solidariedade pelo falecimento do prelado, na qual “assegura os sufrágios que oferece pelo eterno descanso deste fiel servidor da Igreja”, e concede, “a quantos choram a morte de Dom Geraldo, a Benção Apostólica”.
Pelas redes sociais, em mensagem divulgada ainda na sexta-feira, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrou pesar pelo falecimento de Dom Geraldo, elogiando sua atuação em favor da Igreja e dos necessitados. “Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento de Dom Geraldo Lyrio Rocha, ex-presidente da CNBB e Arcebispo emérito da Arquidiocese de Mariana. Sempre levado pela fé, Dom Geraldo trabalhou por uma Igreja presente na vida das pessoas e defensora das lições de Jesus Cristo. A atuação de Dom Geraldo sempre foi pautada pela busca da melhoria de vida dos mais necessitados. Que descanse na paz de Cristo”, declarou Lula.
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Dom Geraldo Lyrio Rocha
Filho de Crysantho de Jesus Rocha e Leovegilda Lyrio Rocha, Dom Geraldo Lyrio Rocha nasceu em Fundão (ES), aos 14 de março de 1942. Em 1960, matriculou-se no Seminário Provincial do Coração Eucarístico de Jesus, em Belo Horizonte (MG), onde cursou Filosofia. Obteve a Licenciatura em Filosofia na Faculdade Dom Bosco – São João del Rei (MG).
Em 1963, seguiu para Roma, onde se tornou mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, ainda cursou Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana e Especialização em Liturgia pelo Pontifício Instituto Santo Anselmo.
Em 15 de agosto de 1967 foi ordenado presbítero em sua terra natal, Fundão (ES). Em 14 de março de 1984 foi eleito bispo pelo Papa João Paulo II e sua ordenação episcopal aconteceu em 31 de maio do mesmo ano, em Vitória (ES).
A trajetória episcopal de Dom Geraldo começou na Arquidiocese de Vitória (ES), onde foi Bispo-Auxiliar (1984-1990). Também foi bispo de Colatina (ES), de 1990 a 2002, e arcebispo de Vitória da Conquista (BA), entre 2002 e 2007. Atuou em Mariana de 2007 a 2018.
Além da presidência da CNBB (2007 a 2011), Dom Geraldo foi responsável pela Liturgia, membro do Conselho Econômico e do Conselho Permanente. Ainda, fez parte da Comissão Episcopal para a Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel) e da Comissão Especial para a Causa dos Santos.
No Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), foi membro do Departamento de Liturgia em duas ocasiões (1987-1991 e 1995-1999) e presidente deste mesmo organismo, entre 1999 e 2003. Foi segundo vice-presidente do Conselho e delegado da CNBB junto ao colegiado latino-americano (2011-2015).
Foi nomeado arcebispo metropolitano de Mariana, pelo Papa Bento XVI, aos 11 de abril de 2007, tendo tomado posse da Arquidiocese aos 23 de junho de 2007. Adotou como lema episcopal: “Opus Fac Evangelistae” – Faze a obra de um evangelista.
Em 25 de abril de 2018, após ter completado 75 anos, teve o seu pedido de renúncia aceito pelo Papa Francisco, tornando-se Arcebispo Emérito.
Fonte: Departamento Arquidiocesano de Comunicação/Arquidiocese de Mariana
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