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Hoje é domingo, 6 de outubro de 2024

Atraso de pagamento da Prefeitura causa paralisação do transporte escolar

Alunos e funcionários das escolas municipais dos distritos de Mariana não têm garantia de locomoção na volta às aulas

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Secretaria Municipal de Educação alega que todos os pagamentos relacionados ao transporte escolar foram feitos nos prazos legais
Secretaria Municipal de Educação alega que todos os pagamentos relacionados ao transporte escolar foram feitos nos prazos legais – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Nessa segunda-feira (31), primeiro dia de aula do segundo semestre da rede municipal de ensino, diretores se frustraram com o retorno devido à falta de transporte para os alunos. A paralisação teria acontecido pelo não pagamento da Prefeitura à cooperativa. De acordo com a Secretaria de Educação, “todos os pagamentos dos cooperados que prestam serviços de transporte escolar” foram feitos dentro dos prazos legais. Pela apuração da Agência Primaz, a situação foi normalizada nesta terça-feira (1º), mas existe a possibilidade de novas paralisações se os atrasos se repetirem.

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Transtornos causados pela ausência do transporte escolar

Com a condição de não ter sua identidade revelada, um diretor de uma escola municipal localizada fora da sede do município, em contato com a reportagem da Agência Primaz, demonstrou sua frustração com a situação.

Ele afirmou que os diretores das escolas do município foram informados por motoristas, no domingo à noite (29), que não haveria transporte na segunda-feira (31), em protesto ao não recebimento de salário junto à cooperativa. “Nós ficamos transtornados, pois hoje estaríamos iniciando o segundo semestre. Muitas famílias dependem desse atendimento, porque alguns pais trabalham e sabemos dessa necessidade. Com isso, muitos alunos foram lesados”, declarou.

Também foi o caso de uma moradora do subdistrito de Goiabeiras, que também preferiu não ter seu nome revelado, por motivos pessoais. Ela é mãe de uma adolescente de 13 anos de idade, e recebeu a notícia da falta de transporte em um grupo de comunicação da escola. Caso a paralisação seja frequente, ela diz que não terá alternativas para que a educação da filha não seja prejudicada. “Por ser zona rural, a escola mais próxima também depende do mesmo transporte e não temos condições de pagar. Assim nossa comunidade e comunidades vizinhas ficarão muito prejudicadas, pois temos alunos de outras localidades”, afirmou.

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Porém, não são apenas os alunos e suas famílias que dependem do transporte. O próprio diretor e os funcionários da escola ficaram prejudicados: “Nós temos uma pequena parcela que reside na circunvizinhança da escola. Então, mais de 90% não compareceu hoje. A escola está aberta, com uma pequena parte de funcionários, caso haja alguma entrega de material que possamos receber. No mais, nem eu mesmo, enquanto diretor, consegui o transporte para me fazer presente”.

O diretor lamentou a falta da prestação de serviço do transporte e o fato de que, no fim das contas, ficam apenas a frustração e a perda de credibilidade da escola diante dos pais, que acabam ficando insatisfeitos, mesmo que a situação fuja do alcance da instituição.

A reportagem da Agência Primaz conversou com outros diretores de escolas de distritos que também preferiram não ser identificados e a situação foi a mesma. “Os cooperados informaram que estão com o pagamento em atraso. Fizemos o comunicado à secretária de Educação e ela disse que não tinha nenhuma informação oficial sobre o assunto”, afirmou uma de nossas fontes.

O transporte retornou nesta terça-feira (01), mas existe o risco de novas paralisações, o pagamento atrase, como foi informado a um dos diretores entrevistados. A Agência Primaz solicitou informações à cooperativa de transporte, mas não obteve resposta.

CFEM

É a segunda vez, no espaço de 30 dias, que Mariana sofre com problemas relacionados à paralisação de serviços públicos. No dia 17 de julho, o vereador Juliano Duarte (Cidadania) postou, em suas redes sociais, um vídeo lamentando a suspensão dos atendimentos do Hospital Monsenhor Horta e denunciando o atraso do pagamento por parte da Secretaria de Saúde, que devia mais de R$1,2 milhão ao hospital.

Com a repercussão negativa, o prefeito interino Edson Agostinho (Cidadania) fez pronunciamento em vídeo postado nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Mariana, afirmando que a dívida não teria sido quitada em razão do atraso no repasse da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). No vídeo, o Secretário de Fazenda, José Carlos Sampaio, esclareceu que o atraso do repasse do CFEM ocorreu em virtude de greve na Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável por fiscalizar o setor de mineração do país.

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Posicionamento da Secretaria de Educação

Mesmo com o retorno, nessa terça-feira (1º), do transporte escolar, podem ocorrer novas paralisações caso a situação de não pagamento volte a se repetir
Mesmo com o retorno, nessa terça-feira (1º), do transporte escolar, podem ocorrer novas paralisações caso a situação de não pagamento volte a se repetir – Foto: Imagem ilustrativa/Reprodução

Em nota encaminhada à reportagem da Agência Primaz, nesta terça-feira (1º), Elizete Fernandes dos Santos, secretária municipal de Educação, afirmou que a situação já está normalizada e que os pagamentos foram devidamente realizados. Confira um trecho da nota:

“A Secretaria Municipal de Educação de Mariana, por meio da Subsecretaria de Assuntos Operacionais e coordenação de serviços de transportes, informa que se encontram efetuados, dentro dos prazos legais, todos os pagamentos dos cooperados que prestam serviços de transporte escolar. Segundo o coordenador André Eduardo, o serviço está normal em todas as unidades. Ainda na data de ontem, o coordenador André Eduardo verificou quais rotas não estavam sendo atendidas e qual era a real situação de pagamento junto à Secretaria de Fazenda, na Prefeitura.

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