Notícias de Mariana, Ouro Preto e região

Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Samarco conclui obra de descaracterização da cava do Germano

Anúncio foi feito durante visita da imprensa regional, realizada nessa quarta-feira (23)

Compartilhe

Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Vista parcial da cava do Germano depois da conclusão das obras de descaracterização
Vista parcial da cava do Germano depois da conclusão da obra de descaracterização - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

A Samarco apresentou, nessa quarta-feira (23), a conclusão da obra de descaracterização da cava do Germano, em Mariana (MG), que estava prevista para ser concluída em outubro deste ano. Segundo representantes da empresa, a obra faz parte da retomada gradual e do projeto a longo prazo da empresa para atingir 100% da capacidade de produção na mineração até 2028. Também foi construído um novo sistema de deposição de rejeitos, em substituição à barragem, oferecendo maior estabilidade e segurança no processo de extração de minério.

*** Continua depois da publicidade ***

*** 

Descaracterização é o termo utilizado para designar o ato de alterar, ou remover, a característica e a finalidade de alguma coisa ou local, foi isso que aconteceu com a barragem de Germano, que foi descaracterizada e não há mais deposição de rejeitos nem armazenamento de água no local, como acontecia antes, o que garante estabilidade a longo prazo, de acordo com o Gerente de Engenharia de Projetos, Jonathas Pinto.

A Samarco também explicou que, de todo o minério extraído e beneficiado, metade se torna rejeito e a outra resulta em produto para exportação, que sai de Anchieta, do Espírito Santo, para o mercado transoceânico.

De todo o rejeito produzido, 80% corresponde a material arenoso e 20% é lama (rejeito fino). O primeiro é filtrado e empilhado, e a água retorna para o processo; enquanto o segundo é armazenado na chamada Cava Sul, sem a necessidade de ser contido por barragem. A deposição na antiga barragem aconteceu de 2002 a 2015, mas, desde dezembro de 2020, quando a empresa retomou as atividades, a lama passou a ser depositada em uma nova cava planejada, instalada no território de Ouro Preto.

Inscreva-se nos grupos de WhatsApp para receber notificações de publicações da Agência Primaz.

O que é a Cava Sul

João Paulo Chiste, Coordenador de Geotecnia da Samarco, explicou que a região é confinada e cercada por material rochoso. Portanto, não tem risco de estourar, já que está abaixo da topografia. Além disso, existe um sistema de bombeamento que faz a recirculação da água, impedindo seu armazenamento.

Nova cava de deposição de rejeitos da Samarco, cercada por contenções rochosas naturais.

Sistema de monitoramento

João Paulo também explicou que, desde 2016, a empresa possui um Centro de Monitoramento Integrado (CMI) que funciona 24 horas por dia, durante toda a semana. Para compor as novas tecnologias de segurança, a Samarco também adotou satélites, radares, drones, inspeções e equipes de campo, que torna mais fácil a detecção de qualquer movimentação incomum. Antes de 2015, a equipe afirmou que o sistema de segurança adotado era o empregado em todos os sistemas de mineração.

Sistema integrado por equipamentos sofisticados, monitora imagens do sistema de disposição de rejeitos do local que substitui a cava do Germano
O CMI fica instalado no território de Mariana, embora a Cava Sul esteja em Ouro Preto - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

*** Continua depois da publicidade ***

Resultados

Rodrigo Vilela, diretor-presidente da Samarco, afirmou que a obra de descaracterização tem como objetivo “transformar as características de barragens numa estrutura que não tem mais características de barragem” e, com isso, passar por um processo de devolução ambiental e investimento local.

Com o aumento da capacidade produtiva, já começamos um programa de investimento local, o “Programa Força Local”, [que é] uma gama de projetos que vai desde capacitação até programas de compra e desenvolvimento de fornecedores”, afirmou Vilela. Além disso, ele frisou a importância dos avanços tecnológicos na mineração e da contratação de grupos minoritários.

A Samarco atua no setor de mineração desde 1977 e, segundo a equipe, produz 30 milhões de pelotas por ano, que se tornam produtos para exportação. Desde a retomada das atividades, em 2020, até julho de 2023, foram produzidas 24,4 milhões de toneladas de pelotas, 12 mil empregos foram gerados e R$560 milhões de reais foram investidos.

Segundo a empresa, o desafio, agora, é o tratamento do rejeito fino (lama) e a expectativa é que, em 2025, a produção atinja 60% da capacidade, até completar o plano a longo prazo, de atingir capacidade total até 2028.

***