Conheça o planejamento técnico da edição de comemoração do 30º aniversário do Iron Biker Brasil que acontece neste final de semana.
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Completando o seu 30º aniversário – os últimos 10 anos sediados em Mariana -, o Iron Biker Brasil reúne atletas de Mountain Bike de todo Brasil e do mundo. Com largadas previstas para sábado (16) e domingo (17), o evento promete rotas com muitos desafios, teste de habilidades e diversão para os atletas e entusiastas da modalidade. A Agência Primaz visitou uma parte da trilha estabelecida para a edição 2023, e conversou com o diretor de prova, Marco Antônio Canaan, que atua desde a primeira edição, e com o coordenador da equipe de resgate (NEREA), Neilton Pires, que já acumula 12 anos de história com o Iron Biker Brasil.
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A cada edição da competição o número de inscritos aumenta e é desbravada uma nova trilha. Com mais de 2 mil atletas inscritos, o Iron Biker Brasil 2023 as estratégias de criatividade, inovação e segurança são traçadas com muita antecedência e cuidado pela equipe técnica do evento, que reúne aproximadamente 140 profissionais na parte de direção de prova, com fiscais de roteiro, pontos de distribuição de água, batedores de pista e limpa trilha. Na parte do resgate, são 42 profissionais, com técnico de enfermagem, enfermeiro, bombeiro civil e bombeiro militar.
Planejamento das trilhas
O tamanho da prova, o desnível do terreno, a segurança do atleta e a envolvimento da comunidade com o evento, são os principais pontos levados em conta no planejamento das rotas, buscando sempre valorizar a história e as belezas naturais da Primaz de Minas. Com 30 anos de história, a tecnologia tem ajudado bastante na inovação e melhoria do processo técnico de criação das trilhas.
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Marco Antônio Canaan, relembra das dificuldades que passavam com equipamentos arcaicos e a falta de internet, e comenta sobre o processo de criação atualmente: “Hoje a gente já tem um bom roteiro, um bom mapa da região de Mariana, até pela quantidade de provas, né? Em Mariana, já são 10 anos direto. Então a gente já conhece muita coisa aqui dentro, já ficou um pouco mais na nossa mão a questão do roteiro, onde passar, onde desviar…Então, nesse lado do levantamento, o Google Earth e a experiência de 10 anos consecutivos, ajudou demais”, afirma o diretor da prova.
A Agência Primaz visitou o começo da trilha que compõe a rota desse ano, de onde é possível perceber uma vista privilegiada da cidade, considerada a capital do Mountain Bike no Brasil. Para o resgatista Neilton Pires, o Iron Biker Brasil tem grande influência nesse processo. “Eu acho que o Iron mudou a chave de Mariana em relação a entrar no roteiro do Brasil como uma cidade de bike. Tanto que, depois que o Iron veio, outras provas vieram também. Então, eu acho que existe Mariana antes e depois do Iron na parte de Mountain Bike”.
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Participação da comunidade local
O planejamento das rotas começa a ser feito com um ano de antecedência e a participação da população marianense é requisitada e valorizada tanto no roteiro, quanto na execução. Neilton Pires aponta para o acolhimento que a cidade teve com o Iron Biker Brasil e com o Mountain Bike, a cidade expande-se como atrativo turístico histórico, atraindo atletas e entusiastas do esporte. Uma semana antes do evento, o chamado turismo de aventura já começa a movimentar a hotelaria, os restaurantes e o comércio de Mariana.
O acolhimento da população é tão expressivo, que, na maioria das partes da trilha que contemplam terrenos privados, os sitiantes participam ativamente ajudando a planejar, sinalizar e, até mesmo, atuando em conjunto com a equipe responsável pela hidratação dos atletas. Além disso, a alimentação da equipe muitas vezes é feita através de contrato com a população local, movimentando o comércio do microempreendedor rural também: “A gente passa dentro de um terreno, de uma fazenda, que a gente faz o nosso almoço lá. Então assim, a gente contrata o serviço de almoço para isso. Eles não são restaurantes, nem nada, mas a gente acaba tendo essa contrapartida para eles também. A gente se preocupa muito com esse microempreendedor“, destaca o resgatista.
A equipe técnica tem um trabalho árduo durante todo evento, além do planejamento com antecedência, preocupando-se com a autorização, marcação do terreno, levantamento dos pontos críticos e recuperação de trilha. A partir do instante da largada, a equipe fica atenta a todas as movimentações, com comunicação via rádio em tempo real, e preparada para agir com rapidez no resgate e na segurança, que conta com 4 jipes, 8 motos e pontos de assistência em localizações com alta periculosidade. Depois, ocorre a preocupação com o desmonte da pista, que eles passam limpando e restabelecendo a rota. “A gente tem uma parceria, uma sinergia muito boa de trabalhar juntos com a equipe de saúde de Mariana. São equipes diferentes, mas a gente se fala, a gente conversa e isso deixa a prova o máximo possível segura. Eu sei que o atleta quando cai, quando machuca, quer o atendimento imediato, mas a gente tem um tempo de resposta que, a cada ano, a gente vem diminuindo”, complementa Neilton.
Desafios e expectativas
A equipe do Iron Biker Brasil acredita que a criatividade de todos os profissionais é o que torna o evento um sucesso, incluindo a capacidade de pensar sempre em novas rotas, mesclando desafios naturais, com trilhas rigorosas e momentos de descontração, como aponta o Marco Antônio: “A gente procura aproveitar a própria natureza da trilha e procura fazer com que ela, dependendo da trilha, fique diferenciada das outras provas. No túnel, por exemplo, nós colocamos um dinossauro inflável, né? Então, a gente procura fazer coisas assim ‘pra’ poder quebrar um pouco a atenção do atleta. A gente está sempre inovando”.
Quanto às expectativas para essa edição e para o futuro do evento em Mariana, Marco Antônio e Neilton dizem esperar muito sucesso, inovação e surpresas também. O Iron Biker Brasil tem deixado um legado na Primaz de Minas, até mesmo com a pista de Pump Track, que foi construída em 2022, em uma parceria da Prefeitura Municipal com a empresa, e auxilia no surgimento de novos nomes marianense no esporte: “É uma pista feita a dedo, né? Vamos dizer assim, é perfeita, um lugar onde o atleta de Mariana, pode estar treinando uma nova modalidade, não só o Mountain Bike como o Pump Track”, finaliza o diretor de rotas.