- Mariana
Secretária Cláudia Guimarães: 28 anos de dedicação à educação marianense
Servidora de carreira, Cláudia assumiu em agosto a Secretaria de Educação de Mariana
Natural de Barra Longa, Cláudia Regina Arantes Guimarães, conta com uma sólida experiência de 25 anos como servidora pública na Prefeitura de Mariana, concentrando sua atuação na área da educação. Ao longo de sua carreira, desempenhou funções que incluem ser professora de Geografia e de Ensino Religioso, pedagoga, coordenadora, diretora e, durante a última gestão do prefeito Celso Cota (MDB), ocupou a posição de subsecretária de planejamento escolar, na Secretaria de Educação.
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Convite para assumir a Secretaria de Educação
Com o início da carreira como educadora 28 anos atrás, em Cláudio Manoel, distrito de Mariana, Cláudia acredita que sua familiaridade com a rede educacional de Mariana foi um fator crucial para sua nomeação como secretária de Educação pelo atual prefeito. Além disso, ela se vê como alguém que segue rigorosamente as diretrizes legais em seu trabalho e se considera uma pessoa com abordagem técnica. “O Celso sempre acompanhou o meu trabalho enquanto servidora efetiva. Eu acho que ele estava procurando uma pessoa que já conhecesse a rede, que já tivesse esse conhecimento, uma vez que o município de Mariana estava nessa transição de prefeito. Então acho que nesse momento seria importantíssimo para o município ter uma secretária que conhecesse a rede, uma secretária que fosse do chão da sala de aula. Eu tenho 25 anos de sala de aula na rede municipal, então eu conheço a realidade, eu tenho conhecimento, tanto como professora quanto pedagoga. Acho que isso facilitou o processo e foi a partir desse conhecimento, né, dessa pessoa técnica, porque eu sou muito técnica e gosto de trabalhar dentro da legislação. Aí ele me convidou e eu já sabia que seria um desafio”.
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Cláudia Guimarães promete gestão democrática
Em seu primeiro discurso público à frente da Secretaria de Educação, em setembro, durante a cerimônia de posse dos diretores e vice-diretores eleitos para as Escolas Municipais e Centros de Educação Infantil Municipal (CMEI), Cláudia expressou sua determinação em promover uma gestão participativa, visando estreitar os laços entre a Secretaria de Educação e a comunidade escolar.
Para concretizar esse compromisso, uma das iniciativas da secretaria é estabelecer comissões encarregadas de colaborar com a secretária no entendimento dos problemas que afetam a educação municipal, com foco especial nos desafios que ocorrem dentro das escolas.
“Uma proposta também é fazer comissões para me ajudar a administrar e também para trazer as demandas. Às vezes, a gente não sabe o que está acontecendo no local, porque eu não tenho só que exigir, eu tenho que auxiliar o tempo todo, e essa questão da Secretaria de Educação ficar um pouco distante das escolas, prejudica o trabalho, e muitas das vezes a Secretaria só recebe apontamentos. Não é dessa forma que eu quero trabalhar, eu quero trabalhar através do diálogo, da democracia, da participação”.
Desafios a serem vencidos
Assumindo a Secretaria de Educação na metade do ano letivo, Cláudia Guimarães encarou uma complexa responsabilidade. Com 32 escolas, 6 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), 7.199 alunos e 1.685 funcionários, dos quais 677 são professores, sua administração se deparou com alguns desafios, com destaque para a carência de professores nas salas de aula.
Esse problema estava atrelado à demora no processo de contratação de novos servidores e, reconhecendo a urgência de preencher esses cargos, a Secretaria de Educação emitiu o decreto nº 11.515 que agiliza as contratações temporárias, seguindo as listas do concurso e dos processos seletivos vigentes. “Com o decreto a gente consegue contratar praticamente em dois dias, coisa que levava de 15 a 20 dias”, informa a secretária.
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Além disso, há também o sucateamento em termos das estruturas físicas das escolas municipais. Desde sua posse, Cláudia inspecionou pessoalmente 12 das 32 escolas da rede, incluindo a Escola Estadual Wilson Pimenta Ferreira, situada no bairro Santo Antônio. Segundo a secretária, essa escola enfrenta sérios problemas de infiltrações, uma situação que lamentavelmente se repete em diversas outras escolas do município, incluindo a Escola Municipal Joaquim Emílio Baptista, do subdistrito de Goiabeiras, que está passando por uma reforma recente.
Escolas em tempo integral
A educação tem sido uma prioridade constante nos discursos do prefeito Celso Cota, que se comprometeu a implementar o ensino integral em todas as escolas municipais até o fim de seu mandato. Para isso, a Secretaria de Educação está realizando uma análise mais aprofundada da situação. Segundo Cláudia Guimarães, um estudo interno já foi iniciado para planejar a implementação desse importante projeto educacional. Atualmente, aproximadamente 630 alunos marianenses são beneficiados com o ensino integral, em 15 unidades escolares do município.
Algumas escolas do município já funcionam em mais de um turno, como é o caso da Escola Municipal Monsenhor José Cota, que atualmente opera em três turnos, o que cria desafios para a implementação do ensino integral. A secretária informou que apesar do cargo de coordenador do tempo integral não ter sido ocupado, estudos já estão em andamento para acomodar esses alunos em outras instalações, visando a viabilização do ensino integral. “Eu já procurei ver se a gente consegue algum imóvel que se assemelhe, que seja próximo. (…). Estamos fazendo uma conversa para ver se é possível, mas a gente ainda está no diálogo”.
Municipalização total do ensino fundamental
Criado em 2021 pelo Governo Zema, o Projeto Mãos Dadas tem como objetivo a municipalização total dos anos iniciais do ensino fundamental. Através dessa iniciativa, o Governo destinaria recursos aos municípios para atender toda a demanda de alunos matriculados do 1º ao 5º ano (estudantes com 6 a 10 anos de idade), conforme dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
O município de Mariana ainda não assumiu a responsabilidade legal por essas escolas. A secretária, que fazia parte do Conselho Municipal de Educação na época em que o projeto foi idealizado, reconhece que é da competência do município a condução das atividades pedagógicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e chegou a ser contra municipalização pelo valor da negociação, que de acordo com a servidora estava baixo. “O município também tem que aprender a assumir aquilo que é de responsabilidade dele. A creche é de responsabilidade dele, a educação infantil é de responsabilidade dele, o fundamental é de responsabilidade dele”, afirma Cláudia Guimarães.
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