- Região dos Inconfidentes
20 de novembro é o Dia da Consciência Negra
Em 2023, mais estados reconhecem essa data como um feriado
- Beatriz Araujo de Oliveira
- Supervisão: Luiz Loureiro
O Dia da Consciência Negra, com origem em um ato realizado em 20 de novembro de 1971, em Porto Alegre (RS), é considerado feriado facultativo, de forma que o recesso das atividades municipais e estaduais variam em território nacional. Com o passar dos anos, cada vez mais locais do Brasil vêm reconhecendo a celebração. Em 2023, seis estados e mais de mil cidades brasileiras aderiram ao recesso.
*** Continua depois da publicidade ***
***
Celebração na Região dos Inconfidentes
Na região de Mariana e Ouro Preto, coletivos ativistas têm programações que homenageiam o Dia da Consciência Negra. O Movimento Negro de Mariana (MNM) e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFOP formaram uma parceria e organizaram várias atividades educativas, como contação de histórias e lendas nacionais nas escolas do município. Em Ouro Preto, a música afro-brasileira toma conta da Casa de Gonzaga e da Casa de Cultura Negra com diversas apresentações de artistas locais programadas para acontecer até esta sexta-feira (24).
Ver Mais
Registros do silêncio
Reflexões de um mineiro no deserto de Atacama
Thalia Gonçalves é semifinalista do Prêmio LOBA Festival
Inscreva-se nos grupos de WhatsApp para receber notificações de publicações da Agência Primaz.
O surgimento do 20 de novembro
Zumbi dos Palmares é um nome muito conhecido quando se fala na época de colonização do Brasil. Ele ganhou fama por ter sido o último líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores refúgios para escravos fugitivos de engenho, e por lutar pela liberdade de pessoas escravizadas. Em 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares foi morto em batalha, teve sua cabeça cortada e exposta em praça pública.
Quase 300 anos após a morte de Zumbi, alguns estudantes negros se reuniram em Porto Alegre para dar origem ao Grupo dos Palmares. O primeiro encontro desses universitários aconteceu em 20 de novembro de 1971, dando origem a celebração do Dia da Consciência Negra.
A reunião dos estudantes tinha o objetivo de protestar contra um clube da capital gaúcha que tinha proibido a entrada de pessoas negras. Dessa forma, o Dia da Consciência Negra se tornou uma data para valorizar a cultura afro-brasileira e lembrar à população brasileira que o racismo ainda está muito presente e muito enraizado na sociedade.
*** Continua depois da publicidade ***
Panteras Negras
A década de 1960 foi conturbada nos Estados Unidos, já que, entre 1964 e 1965, deu-se o fim às leis de segregação racial no país. Porém, assim como no Brasil em 1888 (abolição da escravatura), o racismo e o preconceito permanecem enraizados e com sequelas até os dias atuais. Nos dois casos, a população afro-brasileira e afro-americana não obteve suporte governamental e econômico para passar por essa transição político-social.
O movimento dos Panteras Negras surgiu como uma forma de reação à violência policial contra pessoas não brancas. Os participantes do coletivo lutavam pela igualdade racial. Um dos símbolos mais conhecidos dos Panteras Negras é o desenho de um punho levantado.
Rosa Parks é conhecida por ser uma das precursoras mais marcantes dos Panteras Negras. Em 1950, ainda era proibido que pessoas negras utilizassem os assentos na parte da frente do ônibus e sempre precisavam ceder seus lugares para pessoas brancas. Rosa Parks foi repreendida e presa após se recusar a dar lugar para um homem branco. A notícia do acontecido se espalhou dando origem a diversos protestos e manifestações da população afro-americana.
***