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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Comemorações do Novembro Negro movimentam final de semana cultural

Diversas atrações e atividades relacionadas à cultura negra rechearam a programação no Jardim (Mariana)

As Nicolinas” foi um dos grupos tradicionais a se apresentarem - Foto: Marina no Novembro Negro
As Nicolinas” foi um dos grupos tradicionais a se apresentarem - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

Ao longo deste mês, o Movimento Negro de Mariana realizou atividades como rodas de conversa, feira cultural e apresentações musicais e artísticas em comemoração ao “Novembro Negro”, que tem como objetivo de garantir a visibilidade e permanência das práticas, saberes e intelectualidade negra. No último final de semana aconteceu a feira cultural, cortejo e apresentação dos grupos marianenses “As Nicolinas”, Congado da Barroca, Zé Pereira da Chácara, Cria e Congado Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião de Mariana. Após as exibições, a programação contou com shows dos artistas locais Marina Anacleto, Sagacidade, Kinte + Alves, Movimento TT1, finalizando com o baile funk a cargo do DJ João da ZL.

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Organização do Novembro Negro

As atividades do Novembro Negro, organizado pelo Movimento Negro de Mariana, iniciaram-se no dia 8 deste mês, com a recepção à ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que veio a Mariana falar sobre os projetos implantados em favor da população negra do Brasil, a partir de 2002. “Claro que, anteriormente, já havíamos avançado bastante com a luta do movimento negro, do movimento feminista. Mas, as leis consolidando os planos; o Plano de Igualdade Racial; o Estatuto da Igualdade Racial; a Lei nº 10.639, que é do ano de 2003, que vai tratar de implementar nas escolas públicas e privadas e nos espaços de convivência; a história afro-brasileira e africana e, agora também, a gente avançou para que também complemente a história de cultura dos povos indígenas com a Lei nº 11.645 que é de 2008”, explicou a Aída Anacleto, membro do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e do Movimento Negro de Mariana.

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Aída destacou a importância das atividades realizadas no Novembro Negro para consagrar e dar visibilidade e valor para a cultura negra afro-brasileira e africana, refletindo também sobre as condições da população negra marianense. “Nós somos uma das cidades que maior arrecadação tem, mas, infelizmente, nós temos 29% da população que é preta vivendo abaixo da linha de pobreza, mas nós também temos 42% dessa população inscrita no CAD Único. Então, essa cidade rica não fatia esse grande bolo para todos e todas. Então, hoje comemoramos o 20 de Novembro, a gente não tem muito que comemorar, mas nós seguimos avante, porque nós acreditamos que esse povo preto que acorda de manhã e que faz a economia dessa cidade girar é resistência e nós só seremos resistência”, declarou.

Aída Anacleto, membro do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e do Movimento Negro de Mariana, organizadores do Novembro Negro
Aída Anacleto, além de membro do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e do Movimento Negro de Mariana, compõe o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da UFOP (NEABI) - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

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As apresentações comemorativas do Novembro Negro

O Congado Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião de Mariana existe há 15 anos e se propõe a fortalecer a cultura do congado
O Congado Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião de Mariana existe há 15 anos e se propõe a fortalecer a cultura do congado. - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

O cortejo e a apresentação dos grupos culturais tiveram a participação de diversos representantes da cultura ancestral negra. Entre eles, o Congado da Barroca, um dos mais tradicionais da Primaz de Minas, fundado em 1942, que vê nas apresentações uma forma de manter a tradição e preservar a cultura.

Marcelo Ramos, representante do Congado Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião de Mariana, ressaltou a importância dessas apresentações para cumprimento dos objetivos do grupo, bem como para a valorização do Dia da Consciência Negra. “A Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião de Mariana já vai fazer 15 anos que foi fundada, né? E, quando a gente começou, a gente começou de baixo, né? Roupas da Escola de Samba do Barro Preto, nossos instrumentos são todos reciclados e, ao longo do tempo, a gente foi construindo o congado da gente”.

À noite, aconteceram as apresentações artísticas musicais, com shows de artistas locais que movimentaram e agitaram o público.

Integrante do grupo artístico de cultura Hip-Hop dirante apresentação no Novembro Negro
O grupo artístico de cultura Hip-Hop, Movimento TT1 também se apresentou durante a noite do domingo. Foto: Marina Ferreira/ Agência Primaz

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