- Minas Gerais
Dengue: Aumento dos casos coloca MG em estado de emergência
A expectativa é que o decreto seja publicado no Diário Oficial até o fim desta semana
- Matheus Camargos
- Supervisão: Luiz Loureiro
Nesta terça-feira (23), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou que vai decretar estado de emergência em decorrência das arboviroses transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti – dengue, zika e chikungunya. No ano passado, foram registrados 327.238 casos de dengue e 204 óbitos. Neste ano, até essa segunda-feira (22), eram 32.316 casos suspeitos da doença, 11.490 casos confirmados, 14 óbitos em investigação e um confirmado. Em relação à chikungunya, foram notificados 4.353 casos prováveis, 3.067 casos confirmados, dois óbitos em investigação e um óbito confirmado. Ainda não há casos confirmados de zika no estado, embora tenham sido registrados dois casos prováveis.
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De acordo com o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o crescimento de casos de dengue não era esperado para 2024, já que o ano passado já havia sido classificado como ano epidêmico. Normalmente, no estado, a doença costuma ter um ano epidêmico seguido por três anos com números mais baixos de infecções. “Pela primeira vez, Minas vai viver o segundo ano consecutivo epidêmico para dengue e chikungunya. Por isso, ações imediatas estão sendo tomadas, especialmente o decreto de emergência que o estado vai publicar esta semana para facilitar tanto a contratação de profissionais, quanto a compra de insumos pelo estado e pelos municípios mineiros”, anunciou Baccheretti.
Até o momento, dos 853 municípios mineiros, 600 registraram casos de dengue, sendo mais de 150 deles com incidência classificada como alta ou muito alta de casos, sendo a região central a mais afetada. Com a chegada do período chuvoso e das temperaturas elevadas, historicamente o número de casos de dengue, chikungunya e zika sobe significativamente. E, neste verão, a probabilidade deve ser potencializada por causa das mudanças climáticas e dos efeitos do El Niño.
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Dengue e chikungunya em Mariana
Segundo informações divulgadas pelo Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus da SES-MG, até segunda-feira (22), Mariana apresentava notificação de 66 casos de dengue e dois de chikungunya. Esta situação é bastante menos crítica da que se verificou em abril de 2023, quando foi decretada situação de emergência em saúde no município, por 120 dias, com o registro de mais de 700 casos, nos primeiros quatro meses do ano.
A previsão é que, ao longo do ano, a incidência continue a se disseminar por todo o estado. “A dengue tem muita relação com o período chuvoso e com o calor e, em setembro e outubro do último ano, tivemos recordes de altas temperaturas. Dessa maneira, a curva pode mudar um pouco. Por isso, a importância de reforçar os cuidados coletivos e individuais para evitar os criadouros de mosquitos”, ressaltou o secretário.
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Ações de combate à Dengue, Zika e Chikungunya
Para reforçar as ações de combate à doença, o Estado anunciou ainda investimento de mais de R$32,2 milhões a serem pagos no próximo mês de fevereiro aos municípios mineiros para combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O valor se soma aos R$ 80,5 milhões previstos para esse período sazonal, dos quais R$48,3 foram repassados em dezembro e R$32,2 estão previstos para o mês de julho.
Adicionalmente, a SES-MG está investindo R$30,5 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das Secretarias Municipais de Saúde. Foram repassados R$15 milhões em 2023 e o restante será pago nos próximos meses.
“Os drones são bastante efetivos no mapeamento das regiões com focos do Aedes, pois verificam os locais com condições claras de focos de dengue e podem colocar o larvicida, que é mais eficaz que o fumacê, que combate apenas a forma adulta do mosquito. Hoje, os 853 municípios mineiros têm o recurso para adquirir esses equipamentos, alguns com repasses diretos e outros por meio dos consórcios de saúde”, afirmou Fábio Baccheretti.
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