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Hoje é quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Ouro Preto: Duarte Jr. estuda lançamento de pré-candidatura

Ex-prefeito de Mariana, atualmente na Câmara dos Deputados, depende de acertos com a direção local do partido Republicanos para lançar seu nome à Prefeitura de Ouro Preto

Duarte Jr. pode abrir mão de seu mandato como Deputado Federal se decidit por pré-candidatura à Prefeitura de Ouro Preto
Juramento de Duarte Jr., ao tomar posse na Câmara dos Deputados, ocorrida em 27/02/2024 – Foto: Divulgação

Em entrevista concedida à Agência Primaz, Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior (Republicanos) fala de sua intenção de concorrer à Prefeitura de Ouro Preto, de sua atuação como Deputado Federal, da situação política em Mariana e afirma que não tem plano B.

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Posse como Deputado Federal, substituindo Euclydes Pettersen

Agência Primaz (AP): Como e quando foi feito esse acerto de afastamento do Deputado Euclydes Pettersen (Republicanos) para que fosse possível a sua posse na Câmara dos Deputados?

Duarte Júnior (DJ): Vamos lá. O início disso tudo foi nas eleições mesmo, em 2022, onde havia uma conversa que o partido faria dois deputados federais. A gente acabou sendo o segundo, faltaram 10 mil votos para fazer o segundo deputado federal, e eu fiquei na primeira suplência.

Logo que acabou a eleição não havia esse acordo entre mim e o Euclydes, havia a leitura de fazer [eleger] dois [deputados]. Não havia, naquele momento, nenhuma conversa que ele iria se afastar para eu assumir, mas logo que acabou [a eleição] ele me ligou e disse: “Eu vou eu vou afastar nas eleições de 2024, eu vou cuidar de alguns municípios”. O Euclydes vem candidato a senador, e vem muito forte, com certeza com o apoio do Cleitinho, que deve disputar as eleições para governador [em 2026]. Só que ele se afastou para organizar o estado nas eleições municipais. Então, nesse momento, ele se afasta, se afastou até um pouco antes do que ele pretendia, e deve voltar à Câmara depois das eleições. Em outubro, novembro ele deve estar voltando ‘pra’ Câmara.

Limitações do mandato de suplente e possibilidade de liberação de verbas

AP: E quais são suas expectativas de atuação nesse mandato de suplente, que pode ser muito curto?

DJ: Realmente é um período curto, mas eu tenho falado muito – e não falo em relação a mim, mas eu falo em relação ao bem comum de todos nós –, será que nós vamos criar a consciência de que quem não tiver um deputado federal na sua região vai ficar para trás? E explico o porquê. Hoje, 50% de todo o recurso da União já está na mão dos deputados e senadores para investimentos. Então, regiões onde não têm representação vão ficar para trás.

Você pega um deputado federal, ele já tem, de cara R$50 milhões para indicar na [emenda] impositiva. Depois tem emenda de bancada, depois tem emenda de comissão… É muito recurso na mão de um deputado federal, sem dúvida alguma.

Quando eu cheguei na Câmara, toda essa emenda já tinha sido indicada, mas eu não tenho direito de reclamar, até porque eu não venci o mandato, o mandato não é meu. No entanto, eu não mexi no gabinete, o gabinete continua 100% do Euclydes, as emendas foram indicação dele, mas, a gente acabou tendo direito a voz, representação na região e também conseguimos construir, dentro do partido, algumas emendas que serão indicadas para a nossa região.

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AP: Então, dentro da confecção do orçamento de 2025, você e o Euclydes vão trabalhar conjuntamente dentro daquilo que cada deputado tem direito?

DJ: Não, ainda das emendas que foram indicadas em 2024, ele me abriu um pequeno espaço, então a gente vai ter direito a um pequeno espaço ali. Também conversei com o líder do partido, que está criando alguma alternativa para que a gente também possa contribuir com a nossa região. A gente já disponibilizou, de imediato, R$500 mil reais, e a minha intenção é trabalhar de forma igualitária com a Mariana e o Ouro Preto, que foram minhas duas bases. Acabou que esse dinheiro teve que ir todo para Ouro Preto porque Mariana, infelizmente, assim como outros 56 municípios mineiros, não estão com a sua documentação em dia para poder receber emendas federais.

Aí, infelizmente eu não consegui mandar os R$250 mil para Mariana mas já foi feito contato com a Secretaria de Saúde de Mariana para que eles pudessem solucionar essa pendência. A intenção é que esse dinheiro fosse para o Hospital Monsenhor Horta, mas o total vai ser direcionado para o hospital de Ouro Preto.

É claro que eu terei outras emendas e, da mesma forma como eu fiz com o Ouro Preto, irei estar fazendo com o Mariana também. Mas precisa da equipe aqui também se organizar, tem que ter meio legal. Eu não estou aqui fazendo crítica a ninguém, o trabalho sempre é complexo, é delicado.

AP: Em relação ao orçamento de 2025, dentro do seu acordo com o Euclydes, vai haver algum espaço para que você negocie aquelas emendas?

DJ: Não, não. É só esse ano. O que eu conseguir vai ser para esse ano, até porque eu não sei também se eu fico até outubro ou novembro.

AP: Isso em função de sua candidatura à Prefeitura de uro Preto? Ela já está colocada, ou ainda depende de alguma coisa?

DJ: Eu tenho outras possibilidades e, cada vez mais, eu estou inclinado a disputar as eleições de Ouro Preto, e no mês de maio agora eu decido isso. Em maio eu realmente vou me posicionar se eu sou pré-candidato ou não. Mas eu preciso conversar com o partido, eu preciso conversar com as minhas principais lideranças para entender qual suporte eu vou ter, como o quadro realmente se desenha. Porque hoje você trabalha com pesquisas.

Será que é isso realmente que a população de Ouro Preto deseja? Será que a população de Ouro Preto espera que eu venha candidato? Então, isso tudo você trabalha também através de pesquisas e eu vou fazer uma pesquisa agora. E se o quadro realmente demonstrar que a gente é uma candidatura viável, a minha intenção é renunciar ao mandato [de deputado federal suplente] no mês de julho.

Porque não dá para pensar em disputar uma eleição em Ouro Preto ficando em Brasília, né? Legalmente eu poderia. Tem a questão logística, né? E se você quer fazer algo, você precisa fazer bem-feito, não dá para fazer campanha sexta, sábado e domingo. Eu não vou conseguir visitar todos os locais que eu preciso, entender todas as demandas que existem. Então, a minha intenção é que, se viabilizar em maio depois da conversa que eu vou ter com os principais nomes do Republicanos, eu também me licencie. Porque, se o Euclydes, por exemplo, decidir voltar só em janeiro, independentemente de qualquer coisa, eu volto para Brasília. Vai depender muito do que ele vai fazer. Mas nesse intervalo eu vou me licenciar e vou disputar as eleições. E se tiver que voltar, se o Euclydes não tiver voltado, eu volto em outubro.

Processo de construção da pré-candidatura à Prefeitura de Ouro Preto

Possível pré-candidatura de Duarte Jr, em Oruro Preto, o coloca em campo oposto ao de Angelo Oswaldo
Relacionamento com Angelo Oswaldo, prefeito de Ouro Preto, ficou estremecido, depois que Duarte Jr. filiou-se ao Republicanos em Ouro Preto – Foto: Reprodução

AP: Vamos falar um pouco sobre a questão regional, começando por Ouro Preto. A filiação ao partido Republicanos é uma coisa que o Euclydes também fez. E como é que foi essa costura, essas conversas em Ouro Preto, e como é que hoje o partido está posicionado em relação à chapa de vereadores?

DJ: Sendo muito sincero, eu entendo que eu comecei tarde a me organizar. Até porque, eu não tenho dificuldade nenhuma em dizer isso, eu tive do Ângelo Oswaldo [prefeito de Ouro Preto] a declaração que iria me apoiar nas eleições de deputado.

E aí, o que eu quero que as pessoas entendam? Quando eu dei uma entrevista, em setembro, falando que eu ia participar das eleições em Ouro Preto, eu nunca disse que eu era candidato. E logo depois que eu dei essa entrevista, eu pedi uma agenda com o Ângelo, durante algumas vezes, umas três, quatro agendas, E a última resposta foi da secretária dele, que disse assim: “Olha, o Angelo ‘tá’ com a agenda muito cheia e ele não pode te receber.

Eu falei, ‘pô’, ele deve ter ficado chateado com alguma coisa. Infelizmente eu não consegui entender o porquê ele não me receber.

Assim que eu tomei posse, a primeira agenda que eu pedi foi com o prefeito Angelo Osvaldo, que marcou ‘pra’ me receber no outro dia. E eu imaginava, sinceramente, que a gente pudesse ter uma agenda construtiva, onde eu pudesse me sentir abraçado pelo grupo que ele faz parte.

A conversa não foi legal, eu respeitei, até pela sua história, por estar dentro da Prefeitura, até pela sua idade, mas a conversa não foi legal.

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AP: E você já estava nessa época, com uma inclinação para se filiar, ou até mesmo já tinha se filiado ao Republicanos?

DJ: Já estava dentro do Republicanos, e outra coisa que tem que ser entendida, é que as pessoas falam assim: “Você foi lá e tomou o Republicanos”. Mas gente, o Euclydes é do Republicanos, eu sou suplente dele, aonde ele for eu vou junto.

E, no entanto, eu não mexi em ninguém [no diretório do Republicanos em Ouro Preto]. Eu mexi agora, faltando três dias [para a data limite de 06 de abril], porque o Guilherme Pérez, um advogado, um cara com muita expertise, muito inteligente, que eu acho que identifica muito comigo. A gente teve uma conversa e achamos que ele era o melhor nome para estar assumindo o partido.

E aí, nessa conversa, o Ângelo disse que eu fui desleal, que eu não teria espaço próximo a eles, que bom que eu tinha feito aquilo. Eu falei, “Ângelo, você está confundindo, eu nunca me coloquei como candidato”.

AP: E essa conversa foi pessoalmente?

DJ: Pessoalmente, nunca me coloquei como candidato, está aqui a mensagem, ele não quis ver a mensagem, eu pedi a agenda para ele e ele não me permitiu estar lá. Então, a partir daí, a gente tem que caminhar com quem quer caminhar com a gente, eu vou fazer o que?

Eu também sei meu valor, não adianta achar que vão me menosprezar, que eu vou sair menor, que eu não vou não. Eu vou sair maior disso tudo, eu tenho certeza disso. E aí, a partir disso, eu realmente comecei a pensar de outra forma. Eu falei: “Bom, já que eu me comprometi a participar das eleições de Ouro Preto, agora eu vou participar de uma forma mais direta”.

É claro que a gente está conversando com outros grupos políticos também. A gente tem que ter a humildade de saber que eu tenho muito a buscar em relação a parcerias e grupos dentro de Ouro Preto. A gente nunca vai ganhar uma eleição sozinho.

Mas hoje, eu sou muito sincero em te dizer, que o que falta para fazer o lançamento da minha pré-candidatura é o apoio incondicional do partido. Até porque hoje tem um fundo eleitoral, eu preciso saber qual é o fundo eleitoral que eles vão colocar para mim. E se isso realmente caminhar da forma que a gente está construindo, a gente vai fazer o nosso movimento no mês de maio.

AP: Quando você mencionou essa entrevista de setembro, você deixou muito claro isso que você repetiu aqui agora, que você se colocava como coordenador de campanha, como apoiador ou como candidato. E naquela ocasião, pelas redes sociais, nós vimos uma espécie de rejeição, colocando você como se fosse um forasteiro na política de Ouro Preto. Como é que você vê isso, e caso você venha a se candidatar ou se colocar como pré-candidato, como é que você pretende desfazer essa imagem?

DJ: Sendo muito sincero, isso não me incomoda nenhuma vírgula, sabe? Eu tenho uma proximidade muito grande com Ouro Preto, conheço e sei o que precisa ser feito, e a gente pega aí o exemplo que eu mais emblemático, que é o caso do governador de São Paul. Eu lembro de uma entrevista que ele deu, que o cara perguntou até onde seria a seção que ele ia votar, e ele não soube responder. Mas ‘tá’ sendo super bem avaliado. O que as pessoas de Ouro Preto esperam é uma gestão que traga resultados, que as pessoas percebam que a gestão pública está mais próxima.

Eu disse, na última reunião do Republicanos, que é gente cuidando de gente. Cada um tem uma prioridade, e a minha prioridade são pessoas, é cuidar de pessoas, é desenvolver projetos que possam fazer a diferença na vida das pessoas, e é isso que eu vou apresentar como proposta para o projeto.

Em relação a fala de ser forasteiro ou não, isso vai acontecer, e é natural. Porque aqueles que não me querem participando da eleição de Ouro Preto, eu ouvi isso de uma pessoa, e eu achei sensacional, ela falou assim: “Quem fala mal de você é alguém que está dentro da prefeitura com um cargo. O povão que vai decidir não tem essa resistência”. E eu não estou falando, com isso, que eu vou ganhar ou que eu vou perder, mas eu vejo a minha candidatura como uma candidatura viável, e se eu tiver o apoio do partido, com certeza eu vou disputar as eleições de Ouro Preto.

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Pré-candidatura não tem Plano B no futuro político de Duarte Jr.

AP: E qual é o Plano B?

DJ: Não tenho muito um plano B não, eu trabalho com um plano A. Porque assim eu tenho que conversar, e isso não me traz nenhum tipo de problema. Então, se por acaso nessas conversas se apresentar um plano B, ele tem que ser avaliado.

Mas nesse momento, a gente tem um plano A, que ainda não está colocado em prática. Porque, como eu disse, eu dependo de todo um apoio do partido, de toda uma estrutura. Então a gente está construindo o plano A.

Depois do plano A colocado, aí sim nós vamos começar a nos organizar para disputar as eleições. E aí nós vamos pensar em conversar e também estruturar um plano B para as eleições de outubro.

AP: No quadro atual, como é que está a organização do partido? Independentemente da questão de sua pré-candidatura, ou até mesmo, eventualmente, de um plano B com outro candidato do próprio partido, como é que está a questão da chapa para vereadores? Com quem vocês já contam? Algum dos atuais vereadores está no partido? Como é que está essa conversa e essa costura?

DJ: Como eu disse, eu comecei tarde a me organizar para isso. E aí, como o tempo estava curto, e isso aconteceu tem 40 dias, eu falei assim, não, eu percebi que tinha que me organizar para montar um partido. Tem lideranças, pessoas importantes em Ouro Preto, que estão se organizando, e a gente organizou o Republicanos. Agora, na data final, um vereador se interessou a vir para o partido, mas já havia um compromisso com os pré-candidatos que não teríamos candidatos que já são vereadores, e essa era a forma de eu conseguir montar o partido. Então eu deixei claro para eles, para aquelas pessoas que estavam próximas a mim, que se eles realmente viessem para o Republicanos, eles teriam autonomia em tomar essa decisão.

Eu levei a eles não só esse nome, mas outros nomes que poderiam somar muito na chapa, mas a chapa já estava completa e aí teria que tirar nomes para substituir, aí seria injusto com quem acreditou desde o início.

Então, nós estamos com uma chapa organizada, bem montada, 16 nomes, uma chapa completa. E aí nós temos um partido organizado para a disputa em relação ao Legislativo de Ouro Preto.

Evolução do quadro político em Mariana

AP: Para fechar esse assunto de Ouro Preto, por que essa guinada política? Por que não chegou a passar pela sua cabeça voltar a se candidatar em Mariana?

DJ: Bom, por que que lá atrás eu declarei que eu ia participar de forma direta das eleições de Ouro Preto? Porque eu sei que o momento [em Mariana] é do Juliano [Duarte, vereador atualmente filiado ao PSB], e eu não tenho apego ao cargo.

Eu, por mais que algumas pessoas possam pensar diferente, eu sei o quanto eu fui importante ‘pra’ essa cidade. Eu não deixei a cidade quebrar.

No início, todo mundo esquece disso, mas no início todo mundo falou: “Não vai dar conta, é impossível conseguir fazer a gestão de Mariana com essa queda de receita, vai quebrar a cidade”. Mas eu fiz a gestão da cidade, entreguei o município com mais de R$30 milhões em caixa, e ainda ‘pra’ receber dinheiro que os governos atuais estão recebendo no Pimentel, que deixou de repassar mais de R$40 milhões na nossa gestão. E estamos aí discutindo a repactuação e também a ação inglesa, que eu dei início a tudo isso. Então, eu tenho a minha consciência tranquila que eu fiz o que era possível fazer naquele momento. E não tenho dúvida que a gestão do Juliano foi excepcional, mas porque teve um gestor anterior que deixou a casa organizada.

Por que ninguém ‘tá’ conseguindo agora fazer uma boa gestão, depois das gestões que aconteceram? Porque as despesas aumentaram, essa é uma realidade. E aí, quando você tem mais despesas não dá ‘pra’ você fazer tudo.

Comigo não, as despesas estavam ajustadas, com condições do gestor posterior a mim fazer investimentos. Por isso que teve condições de fazer um Tarifa Zero, por isso que teve condições de dar um bom reajuste [ao funcionalismo], por isso que teve condições de entregar várias obras que foram iniciadas por nós.

E ‘pra’ mim, hoje, o Juliano é o melhor nome ‘pra’ disputar o cenário municipal, muito melhor do que o meu, eu não tenho dificuldade nenhuma em relação a isso. Acho que dificilmente alguém, por mais que eleição é só depois da apuração, mas o que eu tenho vivenciado e visto aí, é que dificilmente alguém na urna possa ganhar do Juliano. Por isso que eles estão tentando de toda forma criar essa leitura que, por ele ser meu irmão, ele não pode disputar a eleição. Nós estamos vendo aí o trabalho que está sendo feito ‘pra’ isso.

E aí eu vi uma possibilidade de contribuir com Ouro Preto, com a minha experiência, com o que eu vivi, e eu sei o que eu vivi, eu sei que eu estou extremamente preparado para fazer e contribuir para o Ouro Preto de alguma forma, seja com a minha experiência, seja sendo candidato a prefeito e apresentando bons projetos. Entendi que era um momento sim de pensar em participar das eleições de Ouro Preto e por isso dei essa entrevista naquela data.

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Duarte Jr. não cogita pré-candidatura em Mariana, por considerar que seu irmão, Juliano Duarte (PSB), é um nome mais forte que o seu para a eleição em Mariana
Duarte Jr. (à direita) considera que seu irmão, Juliano Duarte (PSB), é um nome mais forte que o seu para a eleição em Mariana – Foto: Lui Pereira/Arquivo Agência Primaz

AP: Por que você considera que hoje, em Mariana, o Juliano é um nome melhor que o seu?

DJ: É porque a gente tem que trabalhar com a realidade, e a realidade são as pesquisas. Quando você pega qualquer tipo de pesquisa – e eu fiz uma pesquisa agora há pouco com o Juliano –, o Juliano está dando dois por um no candidato que pode vir a disputar com ele. Então é uma realidade, e eu não tenho que querer falar em reconhecimento da população ao trabalho que eu fiz.

AP: Mas nessa pesquisa o seu nome estava sendo colocado junto com o dele, ou era ele versus outros candidatos?

DJ: Mas tinha a espontânea também. E, mesmo na espontânea, eu aparecia em terceiro e ele aparecia em primeiro. Então, a população de Mariana o reconhece como um excelente gestor, eu o reconheço como um excelente gestor. Mas eu colocaria que só conseguiu ser um excelente gestor porque teve um governo organizado que eu deixei. E não tenho dúvida alguma que qualquer um que assumisse depois de mim, também poderia fazer um excelente trabalho.

É claro que ele tem muito comprometimento, ele está em todo local, ele participa, ele é inteligente, ele cobra, então ele tem várias qualidades, mas eu sei que eu fui extremamente importante para a Mariana. Mariana só conseguiu dar esse passo gigante que deu com ele, porque teve um governo que enfrentou a tragédia, que teve peito ‘pra’ cortar despesas.

Eu quero ver, depois de mim, se alguém teve coragem de fazer qualquer tipo de ajuste, seja um ajuste mínimo. Eu cortei vale-alimentação porque era necessário, eu mandei muita gente embora porque era necessário. Porque quem ‘tá’ na política não quer fazer isso não, quem tá na política quer entregar bondades. E eu não, eu fiz o que era necessário por essa cidade.

E se não tivesse um gestor como eu, o futuro de Mariana não seria o futuro que é hoje. Porque a cidade teria entrado num caos se eu não tivesse organizado, porque aí seria dívidas em cima de dívidas. A cidade não teve dívida, tinha recurso em caixa e, logo depois da minha saída, quase que dobrou a sua receita.

AP: Você se filiou ao Republicanos, mas o Juliano está filiado ao PSB, embora existam informações que o Republicanos vai apoiar a candidatura dele. Por que Juliano não trilhou um caminho diferente do seu?

DJ: Ele tinha o convite para vir para o Republicanos, e eu conversei com ele sobre a importância de ele estar no Republicanos, mas o Juliano é muito sério, principalmente com os compromissos que ele faz.

E o fundo oferecido pelo PSB, o fundo eleitoral, era melhor do que o fundo oferecido pelos Republicanos, que era ainda cinco, dez vezes menor do que vai ser oferecido ‘pro’ adversário dele, sabe?

Então, o Juliano tem limitação financeira ‘pra’ uma eleição, ele não é um cara que tenha alguns milhões pra gastar na eleição não. Ele vai ter que ir pra rua mesmo. Se ele quiser ganhar a eleição, ele vai ter que queimar a sola de sapato e bater de porta em porta, porque é uma eleição do milhão contra o tostão, e qualquer recurso vai fazer muita diferença ‘pra’ ele nessa eleição

E aí, nessa diferença pequena de possibilidade de recurso financeiro, ele acabou optando pelo PSB porque realmente ele precisa. Porque, senão, ele não teria condições de botar uma campanha mínima nas ruas para as pessoas entenderem que ele está se organizando para isso.

Então, a verdade é essa. Sem nenhum tipo de rodeios, a verdade é essa.

Viabilização da pré-candidatura vai exigir afastamento da Câmara dos Deputados

Caso consiga lançar sua pré-candidatura à Prefeitura de Ouro Preto, Duarte Jr. pretende se licenciar da Câmara dos Deputados
Caso consiga lançar sua pré-candidatura à Prefeitura de Ouro Preto, Duarte Jr. pretende se licenciar da Câmara dos Deputados – Foto: Divulgação

AP: Voltando à questão da candidatura em Ouro Preto, o registro das candidaturas depende da confirmação nas convenções dos partidos, o que está previsto para acontecer entre 20 de julho e 05 de agosto. Existe alguma possibilidade de que sua posição como candidato seja definida, ou você, até por estar exercendo também o cargo federal, pretende utilizar o máximo de tempo possível para acertar, aparar todas essas arestas e aí sim deixar o mandato na Câmara dos Deputados?

DJ: Como eu te disse, primeiro é entender se o partido vai me dar condições para disputar a eleição de Ouro Preto. Se o partido não me der condições reais, eu não vou. Eu não vou lá para não ter condições mínimas de botar uma campanha na rua, e uma campanha realmente tem um custo elevado.

Então a primeira conversa de uma forma muito séria com os nossos senadores, com o nosso presidente do partido, com o Euclydes, é sobre termos condições reais.

Ouro Preto é referência, como Mariana é referência no mundo. Se acontecer, tem hora que eu imagino que eu devo sair em agosto, tem hora que eu imagino que eu tenho que sair em junho, tem hora que eu imagino que eu tenho que sair no início de julho. Mas é algo que eu ainda preciso maturar aqui, eu preciso ter certeza do que eu vou fazer.

Mas uma convicção eu tenho, se eu vier [como candidato], eu afasto realmente do cargo do deputado federal e peço o afastamento para me dedicar exclusivamente às disputas locais de Ouro Preto.

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