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Hoje é quinta-feira, 4 de julho de 2024

Por que as guerras ocorrem? Einstein e Freud respondem!

“Triste situação a da humanidade quando os encarregados da paz são justamente os senhores da guerra!” (FADISMA, 2025)

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Por que as guerras ocorrem? Einstein e Freud respondem!

Ouça o áudio de "Por que as guerras ocorrem? Einstein e Freud respondem!", do colunista Júlio Vasconcelos:

O mundo está em guerra!

Desde 2020, a Etiópia enfrenta conflitos em várias partes do país, resultando em uma crise humanitária com milhões de deslocados e falta de acesso a serviços básicos. Myanmar mergulhou em uma guerra civil com múltiplos grupos étnicos armados combatendo contra a junta militar, após o golpe militar de fevereiro de 2021. A Rússia está em guerra com a Ucrânia, desde 2022.  Desde abril de 2023, uma guerra civil entre o exército sudanês e as Forças de Suporte Rápido (RSF) tem devastado o Sudão. O conflito de Israel com o Hamas teve início em 2023 e parece não ter fim! O Haiti está enfrentando uma grave crise de segurança devido à violência das gangues, que têm causado caos e instabilidade. Milhares de pessoas foram mortas e muitas outras deslocadas. Isso tudo sem contar os conflitos significativos que vem acontecendo no Iêmen, na Somália, na Nigéria e no Afeganistão.

Os ataques armados são terrivelmente sangrentos, despedaçando em frangalhos corpos de inocentes, em particular de crianças que nada tem a ver com a bestialidade dos adultos.

Surge, então, no ar, algumas perguntas que não querem se calar: Por que as guerras? O que está acontecendo com a humanidade? Serão um resultado de um castigo eterno iniciado quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso?

Um diálogo magnânimo e surpreendente ocorrido em 1932 entre Sigmund Freud, considerado o Pai da Psicanálise e Albert Einstein, considerado o Pai da Física Moderna, através de uma troca de correspondências, talvez possa nos trazer algum esclarecimento.

Einstein, em sua correspondência para Freud comenta sobre o fracasso da Organização das Nações Unidas, criada em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, justamente com a intenção de impedir outro conflito como aquele. Afirma que a busca da segurança internacional envolveria a renúncia incondicional, por todas as nações à sua soberania, obedecendo fielmente às decisões tomadas pela instituição, o que, infelizmente, nunca aconteceu. O intenso desejo de poder e de dinheiro que caracterizam as classes dominantes é hostil a qualquer tipo de limitação. A fome de poder político e econômico puramente mercenários, que consideram a guerra, a fabricação e venda de armas simplesmente como uma oportunidade de expandir seus interesses pessoais e ampliar a sua autoridade pessoal é incontrolável.

Finalmente, Einstein conclui que o ser humano encerra dentro de si um desejo de ódio e destruição que, em tempos normais, existe em estado latente e emerge com força em circunstâncias extraordinárias.

Freud responde a Einstein afirmando que é um fato inquestionável que os conflitos de interesses entre os donos do poder são resolvidos pelo uso da violência, desde a criação da humanidade e que as leis são feitas por e para os membros governantes e deixa pouco espaço para os direitos daqueles que se encontram em estado de sujeição. Concorda com Einstein que as guerras somente seriam evitadas com o estabelecimento de uma autoridade central com absoluto poder decisório, o que não acontece com a ONU.

Em um segundo momento, Freud aborda dois conceitos fundamentais de sua teoria com relação ao ser humano: o conceito de Pulsão de Vida e o conceito de Pulsão de Morte. A Pulsão de Vida está relacionada ao instinto do amor, à busca do prazer, ao Eros. A Pulsão de Morte está relacionada ao instinto de destruição, de matar, ao Thanatos. O problema é que esses dois instintos são inseparáveis e o ser humano, para conseguir obter um, acaba por utilizar-se do outro, ou seja, para obter o prazer, ele procura dominar! Como consequência, supõe que esse o instinto de morte está em atividade em toda criatura viva e procura levá-la ao aniquilamento, reduzir a vida à condição original de matéria inanimada. Freud conclui que, portanto, de nada adianta tentar eliminar as inclinações agressivas dos homens, o que resta é tentar desviá-los num grau tal que não necessitem encontrar expressão na guerra.

O diálogo entre os dois titãs nos demonstra, infelizmente eu diria, uma trágica conclusão: a agressividade é inerente ao comportamento humano! O que se torna necessário é encontrar mecanismos que controlem, direcionem e sublimem esse instinto! Será? … Cada um tire suas próprias conclusões!

Quem tem ouvidos, que ouça!

Se você quiser se aprofundar no assunto, faça contato (31)99345-0515, jcesarvasconcelos@yahoo.com.br

Júlio Vasconcelos
Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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