- Ouro Preto
PAC/Educação viabiliza curso de Medicina da UFOP em Ipatinga
Anúncio de liberação de verba foi feito pelo Governo Federal nesta segunda-feira (10)
A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) deve receber cerca de R$60 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento para a Educação (PAC/Educação) para dar continuidade ao projeto do Campus do município de Ipatinga. A instituição aguarda também o anúncio de mais R$30 milhões para a implantação da Biblioteca Central, no Campus de Ouro Preto, conforme informação da reitora Cláudia Marliére, que participou do encontro de reitores com o presidente Lula e ministros de Estado, em Brasília, na última segunda-feira (10).
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Curso de Medicina em Ipatinga
O Campus em Ipatinga (MG) é um projeto antigo da UFOP e um dos objetivos é abrigar principalmente o curso de Medicina. Como o anúncio da implantação contempla um total de dez novos campi, Cláudia Marliére informou que precisa aguardar mais informações sobre o montante de recursos destinados para aplicação no Vale do Aço. “Estamos aguardando mais detalhes sobre os investimentos para o campus de Ipatinga, um desejo antigo da UFOP, para sabermos os próximos passos“, afirmou Cláudia.
Segundo a reitora da UFOP, as discussões sobre a implantação de um campus no Vale do Aço foram iniciadas em 2003, acrescentando que, em 2005, os conselhos superiores aprovaram a concepção desse projeto, mas a sua implantação não foi efetivada por questões orçamentárias. Em 2013, lembrou a reitora, a UFOP foi procurada por gestores de municípios da região, com o objetivo de retomar esse projeto, mas com foco na implantação de um curso de Medicina da cidade de Ipatinga.
Ainda por falta de recursos, a proposta evoluiu de forma muito lenta. Na ocasião, a prefeitura local doou um terreno de 35 mil metros quadrados para a instalação do Campus, e a Escola de Medicina deu as diretrizes para que a Prefeitura Universitária (Precam) iniciasse o projeto básico. De acordo com o Pró-reitor de Planejamento e Administração, Eleonardo Lucas Pereira, com os recursos do PAC será possível à UFOP dar continuidade ao processo, com o reaproveitamento de várias edificações já existentes no terreno para abrigar, provisoriamente, as salas de aula, os gabinetes dos professores, e setores administrativos e estudantis, conforme proposta original.
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Implantação do Campus Ipatinga e laboratórios do curso de Medicina
Além da construção de uma edificação de quatro pavimentos para abrigar os laboratórios do curso de Medicina, ainda na fase inicial de implantação do Campus, deve ser construída a portaria principal e uma lanchonete, e executado o processo de urbanização do espaço, com a manutenção das espécies vegetais locais, e reforma das edificações existentes. De acordo com Eleonardo, os desafios para se implantar todo o projeto são muitos, inclusive considerando que os recursos destinados podem ser suficientes apenas para a construção física e a urbanização. Desse modo, de acordo com a Administração Superior da UFOP, vai ser necessária a busca de novos investimentos, de forma a viabilizar a compra do mobiliário e dos instrumentos laboratoriais.
Em relação ao quadro de pessoal, o Pró-reitor de Planejamento e Administração informou à Agência Primaz que a UFOP foi contemplada com 70 vagas para docentes, por meio da Portaria nº 2.085, de 04 de dezembro de 2023, número suficiente para a implantação do curso de Medicina e atendimento a outras demandas da instituição, embora ainda não tenha recebido a autorização para realizar os concursos públicos de seleção desses professores. Adicionalmente, Eleonardo informou que a definição do quadro específico de servidores técnico-administrativos depende da aprovação de um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso pelo governo Federal.
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Expansão da UFOP
A reitora Cláudia Marliére entende que o projeto do Campus do Vale do Aço precisa ser consolidado, inclusive em respeito à memória daqueles que o idealizaram. “Uma universidade nunca estará pronta, e o nosso compromisso é com a com o fortalecimento da educação pública, e, por isso, não podemos fechar as janelas de oportunidades que vão surgindo, porque a beneficiária de todo esse processo é a população brasileira”, afirmou a reitora, acrescentando que isso “não implica em deixar de lado iniciativas que consolidem os campi existentes nem a busca do hospital universitário, ainda na pauta dessa gestão“.
Na sua avaliação, o anúncio de investimentos de R$ 5,5 bilhões, parte deles vindo do novo PAC, para consolidação e expansão das universidades e dos hospitais universitários, é uma demonstração dessa dinâmica construtiva.
Nesse sentido, inclusive, a UFOP assinou, em 2022, um protocolo de intenções com a Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Rio Abaixo, para a implantação de um quarto campus da UFOP, já presente em Ouro Preto, Mariana e João Monlevade.
Entretanto, a reportagem da Agência Primaz apurou que a intenção de implantar um campus em São Gonçalo do Rio Abaixo, distante 120km de Ouro Preto, não foi considerada adequada pelo Ministério da Educação, que definiu as cidades de São Gabriel da Cachoeira (AM); Rurópolis (PA); Cidade Ocidental (GO); Baturité (CE); Estância (SE); Jequié (BA); Sertânia (PE); São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS), além de Ipatinga, como prioritárias para a instalação de novos campi, uma vez que são polos de regiões em que há baixa cobertura de matrículas na rede pública de educação superior, com previsão de oferta total de 28 mil novas vagas para estudantes de graduação.
Biblioteca Central do Campus Ouro Preto
Em 2019, a UFOP elaborou os projetos básicos da Biblioteca Central, com aproximadamente 8,7 mil metros quadrados, incluindo, além da área de acervo bibliográfico, salas de estudo individuais e para grupos, auditório, salas de vídeo e música e computadores para uso da comunidade acadêmica. Estão previstos também ambientes multiuso e de convivência, tudo com acessibilidade, espaço para ampla circulação e três elevadores.
O projeto foi elaborado com base em estudos de conceituadas bibliotecas de outros países e do Brasil, como a Sendai Mediatheque, no Japão, projetada pelo Arquiteto Toyo Ito; a Bibliotheca Alexandrina, no Egito, projeto do escritório Snøhetta Architecture; e a Biblioteca Brasiliana da Universidade de São Paulo (USP), projetada pelos arquitetos brasileiros Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb.