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Hoje é quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Gratidão a Celso Cota

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

Celso Cota anunciou que não vai mais concorrer à reeleição em outubro

Ouça o áudio de "Gratidão a Celso Cota", da colunista Andreia Donadon Leal:

Há tempo desejo produzir um texto de fluxo contínuo, numa sentada só, sem interrupções, o que para qualquer escritor é penoso. Sim, prezados leitores, não somos Inteligência Artificial que vomita textos num clique; definitivamente, não somos IA. Somos inteligência in natura, esta que sente, reage, chora, esbraveja ou simplesmente ignora. A tarefa de ignorar, seja o amanhecer nublado, seja o sol aceso, não é coisa de poeta. Poeta não ignora o que se põe à frente da vista, ou toca os ouvidos, o olfato ou a pele. Umas flores despontam da hortinha de casa. Observo, embevecida, quase choro de emoção. Quisera ser planta! Quisera ter a mesma expectativa da flor que se abre para ser afagada por abelhas! Flor espera o tempo certo para florescer, e sabe desflorescer com dignidade em sua efemeridade. Pois é, a vida é efêmera para todos os seres. Uns mais, outros menos tempo aqui. Uns sustentam fortaleza física, outros resistem a debilidades que desafiam a medicina. Importante ter consciência dos passos possíveis, conforme a carga de energia que cada um possui. Sabendo-se debilitado, não é desonroso passar o bastão de uma função ou cargo. Orgulho-me dos que sabem o exato momento de anunciar que encerram uma carreira. O tempo, esta máquina de colocar e tirar o nosso time do ataque ou da defesa é incorruptível. O corpo é armadura do espírito (é ele que suporta os trancos e solavancos da vida); a saúde não dura a eternidade, pois somos matéria de Deus. Nosso tempo passa, como passa a estação, como pousa ou lança voo o pássaro, como passa o ruído do trem – tudo a deixar marcas indeléveis dos que passaram, especialmente os que produziram coisas e ações que melhoraram a vida de alguém ou de uma sociedade. Pois é, nós nos ausentamos no momento certo do nosso corpo e da nossa mente, mesmo que tornando públicas nossas vulnerabilidades. Louvo quem sabe compartilhar aflições, agruras, inseguranças, ou simplesmente, e respeito os que se trancam na discrição do sagrado direito de não querer falar. A liberdade de fazer ou de não fazer algo é garantida pela Constituição Federal. Manifestar-se, atacando ou denegrindo a imagem do outro, a história do outro, as conquistas alheias, as deficiências do outro, a opção religiosa ou sexual do outro, é para quem não sabe viver em sociedade. Segundo Erasmo, na letra da canção do Roberto: é preciso saber viver. Deveras, é mais do que preciso, se não urgente, saber viver. Quem vive na ilusão eterna, sem fincar os pés no chão ou na realidade, vive numa nuvem plúmbea de ilusão e de fixação pelas coisas passageiras. Nosso atual prefeito Celso Cota, sem mais delongas neste texto, passou o bastão do novo pleito. Passou, com toda dignidade e transparência, a missão de gerenciar a cidade, para um (uma) futuro (a) gestor (a). É tangível seu pronunciamento ou carta aberta à população. Dor compartilhada é dor dividida ao meio. Celso marca sua contribuição para a construção da Primaz de Minas, nesses trinta anos de vida pública. Seu papel como político marcou uma geração inteira, e ainda, reverbera pelas dobras do tempo. O tempo passa; a gente sabe, e está tudo bem. Eu me preparo todos os dias, como se fosse o último de minha vida. Arquivo projetos, contos, crônicas e poesias. Catalogo obras de arte. Deixo tudo escrito e lavrado em ata. Deixo minhas poesias para todos que desejarem; para publicidade em todos os cantos, gratuitamente. As imagens de minhas telas são de utilidade pública. E se não lembrarem de mim daqui a cinquenta ou cem anos, está tudo bem. Ninguém segura a história na palma das mãos. Depois que eu me for, quero mergulhar no descanso dos que passaram por essa cidade margeada de montanhas, fé, brumas, poesia e farta história cultural. Para você, estimado amigo Celso Cota, este texto singelo de agradecimento e gratidão. O tempo passou rápido, sem que percebêssemos. Na velocidade da teoria da saudosa Maria Clara: mais veloz do que a luz, mais veloz do que um táquion, capaz de conversar com os outros em qualquer tempo e espaço, com energia que ora acelerava mesmo perdendo energia, e voava numa velocidade infinita com energia zero…” Conte com os cidadãos irmanados pelo sentimento de pertencimento, gratidão e de união, para o bem de nossa cidade, para fechar com chave de ouro sua gestão, e celebrar seus quatro mandatos; afinal, todos nós, queremos uma cidade pujante e altaneira. O senhor tem histórias para contar…

Picture of Andreia Donadon Leal
Andreia Donadon Leal é Mestre em Literatura, Especialista em Arteterapia, Artes Visuais e Doutoranda em Educação. Membro da Casa de Cultura- Academia Marianense de Letras, da AMULMIG e da ALACIB-MARIANA. Autora de 18 livros
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