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Hoje é quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Roberto Rodrigues concede coletiva e fala de impugnações

Encontro aconteceu na manhã dessa quarta-feira (28), em Passagem de Mariana

Roberto Rodrigues (PL) recebeu a imprensa, em entrevista coletiva, e apoiadores ao lado do vice, do presidente do PSD e do coordenador de campanha
Roberto Rodrigues (PL) recebeu a imprensa e apoiadores ao lado do vice, do presidente do PSD e do coordenador de campanha – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Coletiva de imprensa concedida pela chapa do Partido Liberal (PL), integrada por Roberto Rodrigues e Rodrigo Miranda, recebeu a imprensa local nessa quarta-feira (28), no antigo Restaurante da Mina de Ouro, em Passagem de Mariana. O evento contou com a participação de candidatos e candidatas à Câmara de Mariana, com filiação a partidos como o Avante, PSDB, Rede, Novo e PDT. Além de manifestações dos integrantes da chapa majoritária, com detalhes das respectivas trajetórias políticas, foram repassadas informações sobre os acontecimentos que culminaram com o registro da candidatura, com respostas a perguntas dos representantes da mídia, incluindo detalhes sobre a questão das impugnações de candidatura interpostas na Justiça Eleitoral.

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Na coletiva, Rodrigo Miranda destaca saúde como prioridade

Primeiro a falar no evento, Rodrigo Miranda falou durante aproximadamente 12 minutos, destacando inicialmente sua origem familiar, filho de ex-vereador, médico formado na Bolívia e com experiência de atendimento em atenção básica das localidades ribeirinhas da Amazônia. “Sou de Mariana, filho do Nonô Miranda, minha referência em política em Mariana, que já foi vereador três vezes, e presidente da Câmara também pelo menos umas três vezes, e foi uma das pessoas que me incentivou nessa caminhada agora com o Roberto. (…) estudei na Bolívia e trouxe dois diplomas de lá. O meu diploma de médico e a minha esposa Odília, que me deu três filhos maravilhosos. Estive no Amazonas (…) onde eu aprendi muito, via a pobreza que é um município do tamanho de Mariana, e que talvez não tenha 20% da arrecadação de Mariana. Eu lembro que quando eu entrava num barco lá para atender as comunidades indígenas, comunidades ribeirinhas, eu tinha toda a estrutura básica para um médico fazer um atendimento naquelas comunidades”.

Rodrigo Miranda, candidato a vice na chapa do Partido Liberal (PL), é médico concursado nas prefeituras de Mariana e Ouro Preto
Rodrigo Miranda, candidato a vice na chapa do Partido Liberal (PL), é médico concursado nas prefeituras de Mariana e Ouro Preto – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

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Entre vários outros aspectos da administração municipal criticados por Rodrigo Miranda, a saúde ganhou destaque especial, segundo ele por dar mais importância aos estágios em que são tratadas as consequências das doenças, sem uma grande preocupação com a prevenção. “Eu sempre tive essa visão de atenção básica, de saúde da família realmente funcionando. Quando eu volto para Mariana, eu vejo que a pirâmide aqui é invertida. Gasta-se muito com a atenção terciária, ou seja, naquilo que o paciente já não tem jeito quase, que ele precisa de ser hospitalizado, e lá na base, o agente comunitário de saúde, o médico da família não são valorizados”, afirmou Rodrigo, justificando sua primeira disponibilização como candidato, há oito anos, sem sucesso, assim como em 2020.

Mesmo assim, o candidato revelou que continua insistindo, revelando seu plano de, um dia, quem sabe com o apoio de Roberto Rodrigues, conseguir ser prefeito de Mariana. “Eu tinha três sonhos: ser médico, ter minha propriedade, morar em uma propriedade rural, e ser prefeito de Mariana. O terceiro, ao povo de Mariana pertence, mas os outros dois foram minha conquista própria. Então, o que eu venho aqui hoje é pedir a vocês esse apoio para nós resolvermos a situação de Mariana”, finalizou Rodrigo Miranda, fazendo alusão à frase estampada no material de campanha da chapa: “Chama que eles resolvem”.

Roberto Rodrigues relembra trajetória e detalhes de sua candidatura

Prefeito por aproximadamente 11 meses, em 2012, Roberto Rodrigues disputou a reeleição naquele ano, sendo derrotado por Celso Cota e Duarte Júnior. Na eleição seguinte, sem seus direitos políticos plenos, lançou a candidatura de sua esposa, sofrendo nova derrota, dessa vez para Duarte Júnior, que havia assumido a chefia do Executivo com o afastamento de Celso Cota, em 2015.

Fazendo um retrospecto, Rodrigues lembra que, em 2020, conseguiu ser candidato devido à realização da eleição ter sido atrasada em função da Covid-19, possibilitando que sua inelegibilidade terminasse, e que ele pudesse concorrer, mesmo que de última hora.

“A gente não vai deixar Mariana sem opção. Mariana não vai ter um candidato único”, declarou Roberto Rodrigues na entrevista coletiva
“A gente não vai deixar Mariana sem opção. Mariana não vai ter um candidato único”, declarou Roberto Rodrigues – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A lembrança de Roberto, inclusive, foi comparada com o lançamento tardio da chapa agora em 2024, chamado às pressas por integrantes do grupo político de Celso Cota, que enfrentou sérias dificuldades para compor uma chapa e lançar um candidato oficial.

A gente não sabia o que acontecia com a chapa, porque a chapa nascia e morria dois dias depois. A gente não acredita em bruxas, mas que elas existem, existem, né? Então, na dúvida, a gente deixa para o último dia, para a última hora”, revelou o candidato, ressaltando que sua candidatura “não deixa Mariana sem opção [de voto]”.

Partidários de Celso Cota transferem apoio para Roberto e Rodrigo

Candidatos à reeleição na Câmara de Vereadores, Marcelo Macedo e Zezinho Salete, declararam apoio aos candidatos do PL durante a entrevista coletiva
Candidatos à reeleição na Câmara de Vereadores, Marcelo Macedo e Zezinho Salete, declararam apoio aos candidatos do PL – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Mesmo sem a presença de candidatos do PL à Câmara, a entrevista coletiva contou com a presença de Marcelo Macedo, Zezinho Salete e Edson Agostinho, candidatos à reeleição pelo PSDB, além de candidatos dos partidos Rede, Novo e Avante, todos declarando apoio explicito à chapa composta por Roberto Rodrigues e Rodrigo Miranda.

Embora não tenha se manifestado publicamente como apoiador dos anfitriões da coletiva de imprensa, Cassinho Brigolini (PDT) também compareceu ao evento realizado em Passagem de Mariana.

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Entrevista coletiva esclarece pedidos de impugnação de candidaturas

Depois de relacionar suas ações durante o período em que exerceu o cargo de prefeito (15 de fevereiro a 31 de dezembro de 2012), por solicitação da representante do jornal O Liberal, Roberto Rodrigues respondeu aos questionamentos da Agência Primaz, relativamente aos pedidos de impugnação da candidatura de Juliano Duarte (PSB) e do registro da chapa do PL.

De acordo com o candidato, a impugnação da candidatura da chapa Roberto Rodrigues/Rodrigo Miranda está sendo solicitada por um integrante do próprio Partido Liberal, induzido pelo candidato adversário, que teria, inclusive, convencido as inscritas pelo partido como candidatas à Câmara a desistirem, inviabilizando toda a chapa de vereadores, devido à cláusula da cota de gênero. No entendimento de Roberto Rodrigues, o questionamento apareceu em função de ter sido anulada a decisão de colocar o PL na coligação de Juliano Duarte, em função da participação da Federação Fé Brasil (PT, PV, PcdoB) no conjunto de apoiadores do candidato do PSB.

Primeiro, o vereador do PL se insurge contra uma resolução do nacional do partido. Então, ele deveria entrar contra a resolução. ó que essa resolução é amparada pelo estatuto. A resolução nacional do partido diz que não deve se coligar com a federação do PT. Quando o outro candidato atraiu o PT lá para coligar com ele, o PL não podia ficar lá. Essa é uma resolução nacional”, esclareceu Roberto Rodrigues, declarando-se tranquilo quanto à decisão da Justiça Eleitoral a esse respeito.

Em relação aos pedidos de impugnação do registro da candidatura de Juliano Duarte, o candidato do PL explicou que eles são de natureza diferente, sendo um deles decorrente do grau de parentesco de Juliano com Duart Júnior, que deixou o cargo de prefeito em dezembro de 2020.

Para explicar a fundamentação jurídica do pedido de impugnação, Roberto recorreu ao que ele chamou de “analogia da camisa amarela”, relatando um caso hipotético em que o dono de um supermercado decide que nenhum caixa poderá usar camisa amarela, sob risco de demissão.

Na situação imaginada, por ordem do gerente, um balconista cobre a ausência de um caixa, mas usando camisa amarela, e é demitido, mesmo alegando ter cumprido ordens do gerente.

O dono do supermercado é a Constituição Federal. Você não pode ter o terceiro mandato do mesmo grupo familiar, é vedado pela Constituição. O gerente, [que é a] lei orgânica do município, [diz que] na ausência do prefeito assume o Presidente de Câmara, ‘tá’ bom? E o balconista, Juliano, é o cara de camisa amarela”, acrescenta Roberto ressaltando que não importa se Juliano não foi candidato ao cargo de prefeito, mas sim o fato de que a vedação constitucional é de ocupar o cargo e não o de se candidatar à Presidência da Câmara.

Na outra contestação à candidatura de Juliano Duarte, Roberto alega que a própria chapa, com Sônia Azzi (Republicanos) como vice, está em situação irregular, uma vez que a ata da reunião de escolha da candidata não teria sido realizada ou, pelo menos, não teria sido transmitida à Justiça eleitoral no prazo devido. “Nessa convenção [28 de julho] eles dizem que o majoritário cabeça é o fulano [Juliano], os vereadores são esses e numa segunda reunião nós vamos decidir, os presidentes de comissão provisória vão decidir quem será o vice por votação. Essa reunião vai se realizar e vamos decidir quem é o vice. Mas essa reunião não se realiza e, se houve, eles não transmitem para a Justiça Eleitoral”, afirmou Roberto.

Dessa forma, para o candidato do PL, para a Justiça Eleitoral essa reunião não existe, e se existisse ficaria claro que PL, Novo e Avante não estão participando da coligação, porque saíram depois da convenção do final de julho. Portanto, ainda de acordo com Roberto Rodrigues, a coligação “Construindo uma Nova História” não tem, oficialmente, uma chapa completa. Portanto, não havendo mais prazo legal para a indicação do nome para vice, a candidatura de Juliano Duarte não poderia ser deferida, na opinião de Roberto Rodrigues.

A reportagem da Agência Primaz, após o término da entrevista coletiva, enviou mensagem de voz para a assessoria de comunicação de Juliano Duarte, disponibilizando-se a encontrar e ouvir o candidato sobre a questão, mas não obteve retorno até o momento de publicação desta reportagem.

Após o encerramento da entrevista coletiva, a Agência Primaz foi informada que a coligação “Construindo uma Nova História” teria informado à Justiça Eleitoral que a escolha de Sônia Azzi ocorreu em reunião realizada no dia 07 de agosto, o que motivaria mais um pedido de impugnação da candidatura de Juliano Duarte, uma vez que o prazo regimental teria se encerrado no dia anterior.

Adicionalmente, a Agência Primaz apurou que a suposta irregularidade da reunião já teria sido objeto de um boletim de ocorrência, registrado por Deyvson Ribeiro, presidente do União Brasil, no dia 12 de agosto, revelando inclusive que, tendo se insurgido contra a escolha de Sônia Azzi, deixou o local da reunião, sem assinar a respectiva ata.

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