Setembro amarelo avermelhado
“Não desista do amor, não desista de amar, não se entregue à dor, porque ela um dia vai passar”… (Padre Fábio de Melo)
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Ouça o áudio de "Setembro amarelo avermelhado", do colunista Júlio Vasconcelos:
Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio criada em 2015 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), inspirada em iniciativas globais, como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro. Seu objetivo é promover debates e ações para reduzir os índices de suicídio, considerado um problema de saúde pública mundial, sensibilizando a população sobre a importância de falar sobre saúde mental, quebrando tabus e estigmas em torno do assunto.
A conscientização sobre o suicídio é vital porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano no mundo, representando uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, são cerca de 14 mil por ano, com índices alarmantes entre jovens e idosos.
As doenças mentais, consideradas o mal do século, além dos fatores sociais, histórico pessoal e familiar e as crises existenciais, estão entre as principais causas e fatores de risco relacionados ao suicídio. Elas têm um impacto significativo na vida das pessoas e podem interferir na capacidade de trabalhar, socializar e até mesmo realizar atividades cotidianas. São causadas por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais, incluindo fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro, experiências traumáticas, estresse crônico e condições médicas.
Embora cada doença mental tenha seus sintomas específicos, alguns sinais comuns podem indicar a necessidade de atenção profissional, tais como alterações significativas no humor ou comportamento, perda de interesse em atividades cotidianas, falta de energia e cansaço persistente, problemas de concentração ou memória, distúrbios do sono (insônia ou excesso de sono), sentimentos de desesperança, inutilidade ou culpa e pensamentos de morte ou suicídio.
O tratamento das doenças mentais varia dependendo do transtorno, mas frequentemente inclui a psicoterapia, a medicação, a participação em Grupos de Apoio e uma rede de suporte composta por amigos, familiares e profissionais, as mudanças no estilo de vida e, em casos graves como durante crises psicóticas ou episódios suicidas, a internação hospitalar.
As estatísticas sobre doenças mentais no mundo mostram a gravidade e a extensão do problema para a saúde pública. De acordo com a OMS, mundialmente a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas, a ansiedade cerca de 264 milhões, o Transtorno Bipolar cerca de 45 milhões e a Esquizofrenia, cerca de 20 milhões. Estima-se que 9% da população mundial tenha algum tipo de transtorno alimentar, como anorexia ou bulimia.
No Brasil, a situação das doenças mentais também é altamente preocupante. O País ocupa um dos primeiros lugares em prevalência de transtornos mentais em todo o mundo. De acordo com a OMS, cerca 18 milhões de brasileiros sofrem Transtorno de Ansiedade, 12 milhões de depressão e 2 milhões de Transtorno Bipolar e Esquizofrenia.
Segundo ainda a OMS, os transtornos mentais custam à economia global cerca de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. No Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que os custos indiretos das doenças mentais, como a perda de dias de trabalho e aposentadorias precoces, ultrapassem os R$ 200 bilhões anuais.
São dados realmente assustadores! A impressão é que somos uma geração doente e, pior ainda, com uma grande maioria da população vivendo na ignorância desse fato e sem um tratamento adequado, gerando seríssimos problemas de relacionamento interpessoal, agressões verbais e físicas, vazio existencial e morte. Não é à toa que temos tantas brigas e guerras estourando por aí, não só entre países como a Rússia e a Ucrânia ou Israel e o Hamas mas, muitas vezes, muito mais perto de nós do que pensamos, com cenas traumatizantes entre pais e filhos, irmãos, vizinhos e até entre alguns políticos que se dizem dignos representantes do povo! Lamentavelmente, enquanto acabo de escrever essas linhas, vejo um debate em vídeo, ao vivo e a cores, com um candidato à Prefeitura de São Paulo agredindo o outro com uma cadeirada, segundo a mídia, quebrando-lhe as costelas!
Será que estamos todos doentes? Que mundo é esse que estamos vivendo?
Quem tem ouvidos, que ouça! …
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