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Hoje é sábado, 5 de outubro de 2024

Setembro amarelo avermelhado

“Não desista do amor, não desista de amar, não se entregue à dor, porque ela um dia vai passar”… (Padre Fábio de Melo)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

Setembro amarelo

Ouça o áudio de "Setembro amarelo avermelhado", do colunista Júlio Vasconcelos:

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio criada em 2015 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), inspirada em iniciativas globais, como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro. Seu objetivo é promover debates e ações para reduzir os índices de suicídio, considerado um problema de saúde pública mundial, sensibilizando a população sobre a importância de falar sobre saúde mental, quebrando tabus e estigmas em torno do assunto.

A conscientização sobre o suicídio é vital porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano no mundo, representando uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, são cerca de 14 mil por ano, com índices alarmantes entre jovens e idosos.

As doenças mentais, consideradas o mal do século, além dos fatores sociais, histórico pessoal e familiar e as crises existenciais, estão entre as principais causas e fatores de risco relacionados ao suicídio. Elas têm um impacto significativo na vida das pessoas e podem interferir na capacidade de trabalhar, socializar e até mesmo realizar atividades cotidianas. São causadas por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais, incluindo fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro, experiências traumáticas, estresse crônico e condições médicas.

Embora cada doença mental tenha seus sintomas específicos, alguns sinais comuns podem indicar a necessidade de atenção profissional, tais como alterações significativas no humor ou comportamento, perda de interesse em atividades cotidianas, falta de energia e cansaço persistente, problemas de concentração ou memória, distúrbios do sono (insônia ou excesso de sono), sentimentos de desesperança, inutilidade ou culpa e pensamentos de morte ou suicídio.

O tratamento das doenças mentais varia dependendo do transtorno, mas frequentemente inclui a psicoterapia, a medicação, a participação em Grupos de Apoio e uma rede de suporte composta por amigos, familiares e profissionais, as mudanças no estilo de vida e, em casos graves como durante crises psicóticas ou episódios suicidas, a internação hospitalar.

As estatísticas sobre doenças mentais no mundo mostram a gravidade e a extensão do problema para a saúde pública. De acordo com a OMS, mundialmente a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas, a ansiedade cerca de 264 milhões, o Transtorno Bipolar cerca de 45 milhões e a Esquizofrenia, cerca de 20 milhões. Estima-se que 9% da população mundial tenha algum tipo de transtorno alimentar, como anorexia ou bulimia.

No Brasil, a situação das doenças mentais também é altamente preocupante. O País ocupa um dos primeiros lugares em prevalência de transtornos mentais em todo o mundo. De acordo com a OMS, cerca 18 milhões de brasileiros sofrem Transtorno de Ansiedade, 12 milhões de depressão e 2 milhões de Transtorno Bipolar e Esquizofrenia.

Segundo ainda a OMS, os transtornos mentais custam à economia global cerca de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. No Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que os custos indiretos das doenças mentais, como a perda de dias de trabalho e aposentadorias precoces, ultrapassem os R$ 200 bilhões anuais.

São dados realmente assustadores! A impressão é que somos uma geração doente e, pior ainda, com uma grande maioria da população vivendo na ignorância desse fato e sem um tratamento adequado, gerando seríssimos problemas de relacionamento interpessoal, agressões verbais e físicas, vazio existencial e morte. Não é à toa que temos tantas brigas e guerras estourando por aí, não só entre países como a Rússia e a Ucrânia ou Israel e o Hamas mas, muitas vezes, muito mais perto de nós do que pensamos, com cenas traumatizantes entre pais e filhos, irmãos, vizinhos e até entre alguns políticos que se dizem dignos representantes do povo! Lamentavelmente, enquanto acabo de escrever essas linhas, vejo um debate em vídeo, ao vivo e a cores, com um candidato à Prefeitura de São Paulo agredindo o outro com uma cadeirada, segundo a mídia, quebrando-lhe as costelas!

Será que estamos todos doentes? Que mundo é esse que estamos vivendo?

Quem tem ouvidos, que ouça! …

Se você quiser se aprofundar no assunto, faça contato conosco.

Picture of Júlio Vasconcelos
Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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