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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Consulta paritária escolhe novos dirigentes da UFOP

Votação eletrônica remota foi realizada nos dias 02 e 03 de outubro

Luciano Campos e Roberta Froes integraram a chapa “Reconstruir o diálogo e planejar o futuro”, vencedora da consulta paritária da UFOP
Luciano Campos e Roberta Froes integraram a chapa “Reconstruir o diálogo e planejar o futuro” – Foto: Pedro Olavo/Assufop

Os professores Luciano Campos da Silva (Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS) e Roberta Eliane Santos Froes (Instituto de Ciências Exatas e Biológicas), formando a Chapa 2 – Reconstruir o diálogo e planejar o futuro, foram os vencedores da consulta paritária, realizada nessa quarta (02) e quinta-feira (03), para a escolha dos ocupantes dos cargos de reitor e vice-reitora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), de fevereiro/2025 a janeiro/2029. A apuração dos votos, aplicada a ponderação para o estabelecimento da paridade entre os segmentos dos servidores docentes, dos servidores técnico-administrativos (TAE´s) e dos discentes, apontou a vitória de Luciano e Roberta com 48,99% dos votos, ficando em segundo lugar a Chapa 3 (29,35%) e em terceiro a Chapa 1, com 19,87%. Participaram da consulta 6.156 membros da comunidade acadêmica, entre TAE’s, professores e alunos.

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Consulta paritária

O procedimento de realizar uma consulta paritária para indicar os nomes de preferência da comunidade acadêmica da UFOP para ocupar os cargos de reitor(a) e vice-reitor(a) vem sendo utilizado há bastante tempo, considerando, para apuração do resultado uma ponderação para que os três segmentos tenham igual peso na votação. Dessa forma, apurados os votos, a soma dos votos dados a cada chapa, em cada segmento, é dividida por três vezes a soma dos votantes. Com esse resultado, a chapa vencedora encabeça a lista tríplice, elaborada pelo Colégio Eleitoral da instituição para encaminhamento ao Ministério da Educação.

Além da vencedora, estavam inscritas as chapas “A UFOP que somos e que desejamos” (Chapa 1), composta pela Prof.ª Kátia Gardênia Henrique da Rocha (Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD) e pelo Prof. José Alberto Naves Cocota Júnior (Escola de Minas), e “Esperançar é agir”, integrada pelo Prof. Eleonardo Lucas Pereira (Escola de Minas) e pela Prof.ª Cristiane Márcia dos Santos (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA).

Um sistema eletrônico remoto de votação foi utilizado e forneceu, na apuração realizada no final da tarde dessa quinta-feira, a informação que participaram da consulta paritária 750 TAE’s, 935 docentes e 4.471 discentes.

Luciano e Roberta tiveram 325 votos dos TAE’s, 475 dos docentes e 2.363 no segmento discente, totalizando 48,99% dos votos. Em segundo lugar de votos em todos os segmentos, a chapa 3 ficou com 29,35% e a Chapa 1 com 19,87%, verificando-se totais de 45 votos em branco e 53 nulos.

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Campanha eleitoral

O segundo debate preparatório para a consulta paritária foi realizado no ICSA, no dia 24 de setembro
O segundo debate foi realizado no ICSA, no dia 24 de setembro – Foto: Pedro Olavo/Assufop

O processo teve início em agosto, com a divulgação do Regimento da Consulta Paritária e prazo para inscrição das chapas, de 07 a 18. Decorridos os prazos para eventuais pedidos de impugnação de chapas, a campanha eleitoral foi iniciada em 30 de agosto, prevendo-se a realização de debates nos três campi da UFOP (João Monlevade, Mariana e Ouro Preto).

O primeiro debate foi realizado em João Monlevade, no dia 18 de setembro, e o segundo, seis dias depois, aconteceu em Mariana, no ICSA. A série foi encerrada com um debate realizado no Centro de Convenções da UFOP, em Ouro Preto, no dia 26.

A integra dos vídeos dos debates pode ser acessada aqui.

Conheça Luciano Campos e Roberta Froes

Luciano Campos da Silva, 47 anos, é natural de Belo Horizonte e, como professor, iniciou sua atuação, aos 18 anos, lecionando Redação em uma escola pública. Na UFOP, é lotado no Departamento de Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), integrando ainda o Programa de Pós-Graduação em Educação.

Graduado em Pedagogia, Luciano fez Doutorado sanduíche na Universidade de Lisboa, obtendo sua titulação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2007, tendo feito estágio pós-doutoral na mesma instituição, este ano.

Em termos de gestão, entre outros cargos, Luciano campos foi Coordenador do Curso de Pedagogia da UFOP, foi Pró-reitor Adjunto de Graduação e Diretor do ICHS, atuando, no presente, a posição de conselheiro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, na Câmara de Ensino Superior.

Roberta Eliane Santos Froes, 44 anos, nasceu em Contagem, iniciou sua formação no curso técnico em Química. Aos 21 anos, começou a lecionar na rede pública de Belo Horizonte, assumindo aulas de química e física.

Docente do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (ICEB), também atua no Programa de Pós-Graduação em Química da UFOP e integra o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI-UFOP) desde a sua fundação.

Graduada em Química, Roberta Froes é Mestre e Doutora em Ciências com ênfase em Química, sempre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também fez Pós-doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais.

De 2015 a 2017, exerceu a função de Vice Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Química, assumindo, em seguida a Chefia do Departamento de Química, por dois anos e, desde 2021, é Diretora do ICEB.

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Futuro reitor analisa a vitória e dirige mensagem à comunidade acadêmica

Nos debates da consulta paritária, Luciano Campos afirmou que é necessário resgatar o diálogo no ambiente da UFOP
Luciano Campos afirma que é necessário resgatar o diálogo no ambiente da UFOP – Foto: Pedro Olavo/Assufop

Por meio de mensagens de áudio encaminhadas à Agência Primaz, Luciano Campos analisou a vitória de sua chapa, atribuindo à autenticidade a aceitação da comunidade acadêmica na consulta paritária. “Eu acho que nós conseguimos apresentar para a comunidade universitária uma chapa que se mostrou autêntica, formada pela união de dois professores que tinham uma trajetória e tem uma trajetória forte na universidade, que passaram por vários cargos, que são respeitados como professores, mas também como gestores dentro da nossa universidade”, declarou.

De acordo com ele, nos debates e nas propostas apresentadas, a comunidade acadêmica acatou a “proposta de renovação da universidade que estava sofrendo muito com essa dificuldade de diálogo” que está sendo vivenciada na instituição.

Luciano disse acreditar ainda que a forma de fazer campanha adotada por ele e por Roberta, “conseguiu contagiar e passar uma mensagem genuína para a universidade”, em nada se assemelhando a uma campanha eleitoral no município, “com investimento na confiança, na inteligência da comunidade universitária, sem fazer falsas promessas, sem fazer promessas eleitoreiras”.

Questionado pela Agência Primaz a respeito do tamanho do desafio que ele e Roberta vão enfrentar a partir de fevereiro de 2025, Luciano reconheceu ser enorme. “Talvez a gente esteja vivendo a nossa maior crise no ambiente universitário”, afirmou Luciano, ressaltando que “esse não é um problema apenas da UFOP, mas de todo o Brasil, do ensino superior público, mas algumas questões se mostram extremamente sérias”, referindo-se ao baixo volume de recursos, principalmente para investimentos, alocados pelo Governo Federal.

Além da questão financeira, que afeta enormemente a infraestrutura institucional, Luciano acredita que a evasão e a não ocupação de vagas vem esvaziando os campi da UFOP e que, “recuperar essa vida, essa convivência dentro do ambiente universitário” é também um grande desafio, além de
questões ligadas à saúde mental de alunos, professores e técnicos administrativos.

Não bastassem esses problemas, Luciano vê como crítica a questão do pequeno número de servidores técnico-administrativos na instituição, impedindo que a UFOP mantenha seu ritmo de crescimento vertical, com a implantação de novos programas de pós-graduação, por exemplo. “É necessário, urgentemente, conquistar junto ao MEC a recomposição do nosso quadro que hoje é muito, muito, muito pequeno para atender a todas as exigências que são feitas na universidade”, acrescentou Luciano.

A Agência Primaz solicitou que, em nome da chapa “Reconstruir o diálogo e planejar o futuro”, Luciano Campos deixasse uma mensagem para a comunidade acadêmica da UFOP. Confira abaixo a íntegra da mensagem:

Eu gostaria de dizer que nós estamos muito felizes e agradecidos pela vitória de ontem (quinta-feira). Gostaríamos de agradecer a todos os alunos, técnico-administrativos, professores, terceirizados, anistiados, pela força que nos deram durante essa campanha. Agradecer àqueles que votaram e àqueles que não votaram também pela participação na pesquisa paritária.

Gostaríamos de dizer que estamos conscientes da responsabilidade que nos aguarda e dos desafios enormes que a universidade tem, mas gostaríamos de pedir a todos que renovem as esperanças numa universidade melhor, que é possível colocar a UFOP em um novo patamar.

A UFOP é grande, pode ser ainda maior do que ela é atualmente. Ela tem potencial para isso, mas é preciso que a gente reconstrua de fato o diálogo dentro da nossa universidade, que a gente amplie a nossa capacidade de escuta ativa das pessoas, que estimule a participação.

E é esse o convite que nós fazemos, que todos possam participar, que todos possam estar engajados na construção de uma universidade melhor para os próximos anos”.

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