Eleições 2024: Entre socos, cadeiradas e fake news
“Em tempos de eleições, muito cuidado com o que você ouve e vê, por que a verdade pode estar sendo sub-repticiamente manipulada” (Vasconcelos, 2024)
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Ouça o áudio de "Eleições 2024: Entre socos, cadeiradas e fake news", do colunista Júlio Vasconcelos:
O período de campanhas eleitorais 2024 ficou para trás, mas deixou um rastro lamentável de cenas de violência e baixíssimo nível, a ponto de deixar qualquer eleitor que se preze, assustado!
No domingo do dia 15 de setembro, o candidato à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB) agrediu o seu concorrente Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada, durante o debate com os candidatos, quebrando-lhe as costelas. O debate estava sendo apresentado ao vivo e a cores pela TV Cultura, organizadora do evento e teve que ser interrompido em função da ocorrência. Provocações de Marçal a Datena antecederam a agressão. O candidato do PRTB citou uma denúncia de assédio sexual contra Datena e o questionou quando acabaria com a “palhaçada”, em uma referência sobre uma possível desistência do opositor a concorrer ao cargo. Datena rebateu, chamando de “ofensas e calúnias” os ataques de Marçal, chamando-o de “bandidinho” e partiu para o violento ataque. Vale considerar que, mesmo assim, Pablo Marçal obteve 1.719.274, equivalente a 28.14% dos votos e Datena 112.344, equivalente a 1.84%. Difícil de acreditar!
Na terça-feira do dia 24 de setembro, no ABC Paulista, um candidato a vereador foi encontrado morto e outro foi alvo de tiros. No Rio de Janeiro, um candidato à Câmara de Nova Iguaçu morreu baleado. Em Roraima, um candidato à prefeitura de Amajarí sofreu um atentado a tiros.
No dia 28 de setembro, durante um debate promovido pelo Flow Podcast, Nahuel Medina, assessor do candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal Marçal, deu um soco no olho do marqueteiro Duda Lima, ligado à campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A agressão ocorreu logo após Marçal ser expulso do evento, resultando na detenção temporária de Medina.
Esses episódios são parte de um aumento mais amplo de casos de violência política que tomaram conta das eleições de 2024. Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da UniRio, revelaram que, de janeiro a 16 de setembro, foram registrados 455 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil. No primeiro trimestre do ano, ocorreram 68 casos; no segundo, 155 e no terceiro, 232. São Paulo foi o estado que liderou a estatística, com 29 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 20, e Piauí, com 14.
Independentemente de qualquer tipo de partidarismo político, surge no ar uma pergunta que não quer se calar: o que está acontecendo com a nossa democracia? O discurso do ódio tomou conta dos candidatos e ficou instalada uma demoniocracia, cooptada pelos eleitores?
Aqui na nossa região, parece que não fugiu muito à regra! O que surgiram de ataques mútuos e fakenews foi de assustar, envolvendo não só os candidatos, mas parentes próximos aos candidatos e pessoas que não tinham nada a ver com o debate!
Finalmente os resultados já foram oficialmente divulgados e o que se espera é que essa onda de fakenews, acusações de todos os tipos e violência, não só verbal, mas física também, tenham um fim e que se possa realmente iniciar uma nova história, com menos politicagem, com mais trabalho sério e voltado estrategicamente para o bem-estar da comunidade! Discursos inflamados com esse fim durante a campanha é que não faltaram!
Quem tem ouvidos, que ouça!
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